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Já aconteceu comigo. Pode ter acontecido com você também.

Primeiro vem aquela feijoada deliciosa, molho de pimenta, farofa, couve, todas as partes imagináveis do porco, regada a meia dúzia de caipirinhas e a risadas generosas, daquelas que a gente solta antes mesmo da piada terminar.

Depois, enquanto esperamos a sobremesa (goiabada mineira de raiz...), entediados, visitamos a mesa de aperitivos e, para manter os maxilares ativos, recorremos àquela última azeitona abandonada após o longo percurso da Grécia até o interior paulista, apertada no pote com suas irmãs gêmeas.

Aposto que você já sabe o que acontece depois. A fatídica azeitona estava estragada. Na hora de empacotá-la, o Péricles deu uma tossida e um perdigoto caiu na salmoura. O trauma apaga de nossa memória os detalhes mais desagradáveis, e o que resta é a lembrança de um mal-estar gigantesco.

Maldita azeitona! Se não fosse ela, tudo teria acabado bem. Sábado que vem, vou me comportar. Só comerei a feijoada, couve, farofa, goiabada... tudo acompanhado de algumas caipirinhas!

O ciclo vai se repetir. Como todos – espera-se – aprendem com a experiência, logo descobrimos que não é a azeitona que causa o mal-estar, ainda que ela não seja das mais frescas.

No Brasil repete-se um discurso que pode nos levar a grandes erros. Aprendemos nos últimos meses que existe muita corrupção entre os políticos e outros cartolas. A corrupção desvia recursos públicos e afeta a qualidade dos serviços, mas não é a causa da crise fiscal.

Se tivéssemos um governo de anjos, apenas teríamos uma crise fiscal menor. Não é só a corrupção que gera os déficits da Previdência. Precisamos reformar a Previdência porque ela prometeu dar mais do que o Brasil pode entregar, e passamos a viver mais e ter menos filhos.

Sim, temos que combater a corrupção – assim como temos que evitar comprar azeitonas estragadas. Mas mesmo com todos os cartolas corruptos na cadeia, ainda vamos precisar reduzir as promessas de aposentadoria, cortar os salários de servidores que recebem vencimentos irreais e fazer o Estado caber no nosso bolso.

 

 

Fim da corrupção acabaria com o déficit da Previdência?

Já aconteceu comigo. Pode ter acontecido com você também. Primeiro vem aquela feijoada deliciosa, molho de pimenta, farofa, couve, todas as partes imagináveis do porco, regada a meia dúzia de caipirinhas e a risadas generosas, daquelas que a gente solta antes mesmo da piada terminar. Depois, enquanto esperamos a sobremesa (goiabada mineira de raiz...), entediados, visitamos a mesa de aperitivos e, para manter os maxilares ativos, recorremos àquela última azeitona abandonada após o longo percurso da Grécia até o interior paulista, apertada no pote com suas irmãs gêmeas. Aposto que você já sabe o que acontece depois. A fatídica azeitona estava estragada. Na hora de empacotá-la, o Péricles deu uma tossida e um perdigoto caiu na salmoura. O trauma apaga de nossa memória os detalhes mais desagradáveis, e o que resta é a lembrança de um mal-estar gigantesco. Maldita azeitona! Se não fosse ela, tudo teria acabado bem. Sábado que vem, vou me comportar. Só comerei a feijoada, couve, farofa, goiabada... tudo acompanhado de algumas caipirinhas! O ciclo vai se repetir. Como todos – espera-se – aprendem com a experiência, logo descobrimos que não é a azeitona que causa o mal-estar, ainda que ela não seja das mais frescas. No Brasil repete-se um discurso que pode nos levar a grandes erros. Aprendemos nos últimos meses que existe muita corrupção entre os políticos e outros cartolas. A corrupção desvia recursos públicos e afeta a qualidade dos serviços, mas não é a causa da crise fiscal. Se tivéssemos um governo de anjos, apenas teríamos uma crise fiscal menor. Não é só a corrupção que gera os déficits da Previdência. Precisamos reformar a Previdência porque ela prometeu dar mais do que o Brasil pode entregar, e passamos a viver mais e ter menos filhos. Sim, temos que combater a corrupção – assim como temos que evitar comprar azeitonas estragadas. Mas mesmo com todos os cartolas corruptos na cadeia, ainda vamos precisar reduzir as promessas de aposentadoria, cortar os salários de servidores que recebem vencimentos irreais e fazer o Estado caber no nosso bolso.    
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