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De novo um “inho”. Já sabíamos. O dado é velho, apesar de a notícia oficial ter sido dada nesta terça, 9. A explicação é velha também: crise de confiança severa, crise de intervenção na microeconomia, gerando um zilhão de ineficiências, crise fiscal, inflação forte por anos a fio. Junte a isso algumas investigações – super necessárias, não nos entendam mal – e um ambiente externo menos favorável e voilà: a maior recessão da história da República. Em dois anos o PIB caiu 7,3%. E como a população cresceu, o PIB por habitante caiu mais de 9%.

Quando vai melhorar?

Depende muito da aprovação de reformas importantes.

Por exemplo: se a da Previdência aguar, o ânimo dos investidores será adversamente afetado. Mas, de todo modo, há em economia um fenômeno chamado “reversão à média”, que poderia ser traduzido por “se cai muito tem de subir”. Isso não diz nada sobre a média, claro, que pode ser bem da ruinzinha, como tem sido a do Brasil nos últimos 35 anos. Só diz que alguma hora volta-se a ela.

Mas fujamos um pouco desse espírito de “oh, o PIB caiu 3,6% em 2016”.

É interessante ver como o PIB agrícola tem sua dinâmica própria. Ele se correlaciona menos com os outros componentes do PIB. Os dados vão do primeiro trimestre de 1997 ao último de 2016, mostrando a variação das taxas de crescimento de cada trimestre em relação ao mesmo no ano anterior. Indústria e Serviços vão bem ou mal juntos, mas agricultura parece ter um movimento independente.

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A agropecuária é muito sujeita a choques da natureza, portanto sua taxa de crescimento varia bastante no tempo; porém, como ela representa apenas uma pequena parte do PIB, a indústria e os serviços é que dão o tom.

Veja no gráfico abaixo como essas taxas de crescimento têm distribuições super distintas. A média é quase a mesma, mas a indústria oscila muito mais que os serviços: a distribuição das taxas de crescimento é muito mais espalhada.

Isso significa, em parte, que a indústria é muito sensível a mudanças no ambiente, em particular ao ambiente de política econômica.

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A notícia sobre o PIB é uma falsa novidade. Espero que essas interessantes relações estatísticas possam ao menos adoçar os dias do leitor, mais amargos por causa desse resultado.

Pibinho amargo? Estatística doce...

De novo um “inho”. Já sabíamos. O dado é velho, apesar de a notícia oficial ter sido dada nesta terça, 9. A explicação é velha também: crise de confiança severa, crise de intervenção na microeconomia, gerando um zilhão de ineficiências, crise fiscal, inflação forte por anos a fio. Junte a isso algumas investigações – super necessárias, não nos entendam mal – e um ambiente externo menos favorável e voilà: a maior recessão da história da República. Em dois anos o PIB caiu 7,3%. E como a população cresceu, o PIB por habitante caiu mais de 9%. Quando vai melhorar? Depende muito da aprovação de reformas importantes. Por exemplo: se a da Previdência aguar, o ânimo dos investidores será adversamente afetado. Mas, de todo modo, há em economia um fenômeno chamado “reversão à média”, que poderia ser traduzido por “se cai muito tem de subir”. Isso não diz nada sobre a média, claro, que pode ser bem da ruinzinha, como tem sido a do Brasil nos últimos 35 anos. Só diz que alguma hora volta-se a ela. Mas fujamos um pouco desse espírito de “oh, o PIB caiu 3,6% em 2016”. É interessante ver como o PIB agrícola tem sua dinâmica própria. Ele se correlaciona menos com os outros componentes do PIB. Os dados vão do primeiro trimestre de 1997 ao último de 2016, mostrando a variação das taxas de crescimento de cada trimestre em relação ao mesmo no ano anterior. Indústria e Serviços vão bem ou mal juntos, mas agricultura parece ter um movimento independente. graf01 A agropecuária é muito sujeita a choques da natureza, portanto sua taxa de crescimento varia bastante no tempo; porém, como ela representa apenas uma pequena parte do PIB, a indústria e os serviços é que dão o tom. Veja no gráfico abaixo como essas taxas de crescimento têm distribuições super distintas. A média é quase a mesma, mas a indústria oscila muito mais que os serviços: a distribuição das taxas de crescimento é muito mais espalhada. Isso significa, em parte, que a indústria é muito sensível a mudanças no ambiente, em particular ao ambiente de política econômica. graf02 A notícia sobre o PIB é uma falsa novidade. Espero que essas interessantes relações estatísticas possam ao menos adoçar os dias do leitor, mais amargos por causa desse resultado.
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