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Economia é uma ciência social. Ela trata de temas que afetam nossas relações no dia a dia, busca entender como as instituições e regras que criamos afetam nosso bem-estar e procura aperfeiçoá-las. O objeto de análise, em suma, são as interações humanas e suas implicações, não a velocidade da órbita de Vênus ou o funcionamento do coração.
Mas qual a maneira mais eficaz de fazer pesquisa em Economia?

Resumindo a história grosseiramente, até o Iluminismo as ciências caminhavam envergonhadas pelas trevas. O progresso era pouco, intermitente e esparso. Quando a ciência pôde romper com a religião e trocou o credo pelo método, a humanidade progrediu em diversas áreas a velocidades estonteantes. Nas palavras de Galileu: “Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, razão e intelecto, pretenda que não os utilizemos.”

O método sistematiza, disciplina o pensar, ajuda-nos a escapar de armadilhas lógicas e de círculos viciosos nos quais trocamos causa por efeito ou não vemos as implicações mais gerais de certos postulados. Ao expressarmos nossas ideias por meio de modelos matemáticos, é isso que estamos fazendo: disciplinando o raciocínio. A ciência econômica evoluiu muito nos últimos 50 anos seguindo esse caminho, o do método formal.

Mas engana-se quem acha que a estética de um modelo matemático basta, ou que é um fim em si mesma. O objetivo é sempre tentar entender um pedacinho a mais do mundo socioeconômico; justamente por isso, teorias elegantes que não conversem com a realidade dos dados não vão para frente. E para analisarmos com mais rigor o que de fato é a tal “realidade dos dados”, precisamos da estatística, da econometria, etc. Novamente os métodos.

Seguramente, modelar o padrão de comportamento de seres humanos é algo bem mais complexo que traduzir numa equação as idas e vindas de um pêndulo. A área da economia comportamental, que acaba de ser premiada com mais um prêmio Nobel, está aí para nos lembrar desse fato. Em ciências sociais, modelos são aproximações que visam incrementar nosso entendimento sobre partes específicas do funcionamento do mundo real. Estão em constante evolução; portanto, num certo sentido, estão sempre errados. Mas o que temos para colocar no lugar?

Mapas também são aproximações da realidade, mas ainda assim muito úteis. Num famoso conto de Jorge Luis Borges, “Sobre o rigor na ciência”, cartógrafos decidem construir um mapa em escala real — apenas para descobrir que esse mapa perfeito não tem qualquer serventia.

 

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Modelos matemáticos são necessários na economia?

50883348_m Economia é uma ciência social. Ela trata de temas que afetam nossas relações no dia a dia, busca entender como as instituições e regras que criamos afetam nosso bem-estar e procura aperfeiçoá-las. O objeto de análise, em suma, são as interações humanas e suas implicações, não a velocidade da órbita de Vênus ou o funcionamento do coração. Mas qual a maneira mais eficaz de fazer pesquisa em Economia? Resumindo a história grosseiramente, até o Iluminismo as ciências caminhavam envergonhadas pelas trevas. O progresso era pouco, intermitente e esparso. Quando a ciência pôde romper com a religião e trocou o credo pelo método, a humanidade progrediu em diversas áreas a velocidades estonteantes. Nas palavras de Galileu: “Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, razão e intelecto, pretenda que não os utilizemos.” O método sistematiza, disciplina o pensar, ajuda-nos a escapar de armadilhas lógicas e de círculos viciosos nos quais trocamos causa por efeito ou não vemos as implicações mais gerais de certos postulados. Ao expressarmos nossas ideias por meio de modelos matemáticos, é isso que estamos fazendo: disciplinando o raciocínio. A ciência econômica evoluiu muito nos últimos 50 anos seguindo esse caminho, o do método formal. Mas engana-se quem acha que a estética de um modelo matemático basta, ou que é um fim em si mesma. O objetivo é sempre tentar entender um pedacinho a mais do mundo socioeconômico; justamente por isso, teorias elegantes que não conversem com a realidade dos dados não vão para frente. E para analisarmos com mais rigor o que de fato é a tal “realidade dos dados”, precisamos da estatística, da econometria, etc. Novamente os métodos. Seguramente, modelar o padrão de comportamento de seres humanos é algo bem mais complexo que traduzir numa equação as idas e vindas de um pêndulo. A área da economia comportamental, que acaba de ser premiada com mais um prêmio Nobel, está aí para nos lembrar desse fato. Em ciências sociais, modelos são aproximações que visam incrementar nosso entendimento sobre partes específicas do funcionamento do mundo real. Estão em constante evolução; portanto, num certo sentido, estão sempre errados. Mas o que temos para colocar no lugar? Mapas também são aproximações da realidade, mas ainda assim muito úteis. Num famoso conto de Jorge Luis Borges, “Sobre o rigor na ciência”, cartógrafos decidem construir um mapa em escala real — apenas para descobrir que esse mapa perfeito não tem qualquer serventia.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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