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O Brasil passa por uma crise política. O presidente da vez tenta se segurar no cargo a todo custo, depois de ser pego em diálogos nada republicanos, na calada da noite, com um empresário picareta nos porões do Palácio. Quando os detentores do poder político são questionados e correm o risco de perder o osso que mordem com tamanha paixão, a qualidade das políticas públicas vai para o terceiro plano.

O novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, o PRC (que provavelmente esqueceu tudo que deveria ter aprendido em seu doutorado em Chicago), recentemente ventilou uma ideia especialmente danosa. Propôs que a taxa de juros que baliza os empréstimos do BNDES não siga o rendimento dos títulos do governo, que seriam voláteis devido ao noticiário político conturbado. Ou seja, as taxas de juros dos títulos do governo tendem a aumentar quando os políticos são pegos fazendo lambanças ou quando fracassam em avançar reformas necessárias.

Vamos ver o que isso significa? Para isso, sejamos criativos e imaginemos o inimaginável.

Digamos, por exemplo, que um ministro importante seja pego recebendo propinas ou escondendo dinheiro na Suíça – digamos! Aí o Jornal Nacional faz um auê danado, o governo sai enfraquecido, as reformas encontram maiores obstáculos para aprovação e, no dia seguinte, as taxas de juros da dívida pública aumentam porque o governo se tornou um devedor de pior qualidade.

A proposta de PRC isolaria os empresários que tomam empréstimos do BNDES dessas flutuações. Como? Passando a conta para os trouxas. Sim, nós. Eu e você contribuintes, nossos primos que estudam na escola pública e o seu Joaquim, que mora em um barraco perto de um córrego cheio de esgoto aberto que o poder público não tem dinheiro para canalizar.

Pois quando um ministro faz lambança, é pego e gera uma tempestade política, os juros que todos nós pagamos aumentam. Para proteger a turma com papagaios no BNDES, é preciso passar a conta para outrem. No caso, os contribuintes e usuários de serviços públicos – os trouxas de sempre sobre os quais falávamos.

É muito difícil conceber justificativa econômica, ética ou moral para proteger empresários milionários e empurrar para baixo do ônibus o cidadão que não é dono de empresas com conexões políticas.

O BNDES vai continuar protegendo corruptos?

bndes O Brasil passa por uma crise política. O presidente da vez tenta se segurar no cargo a todo custo, depois de ser pego em diálogos nada republicanos, na calada da noite, com um empresário picareta nos porões do Palácio. Quando os detentores do poder político são questionados e correm o risco de perder o osso que mordem com tamanha paixão, a qualidade das políticas públicas vai para o terceiro plano. O novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, o PRC (que provavelmente esqueceu tudo que deveria ter aprendido em seu doutorado em Chicago), recentemente ventilou uma ideia especialmente danosa. Propôs que a taxa de juros que baliza os empréstimos do BNDES não siga o rendimento dos títulos do governo, que seriam voláteis devido ao noticiário político conturbado. Ou seja, as taxas de juros dos títulos do governo tendem a aumentar quando os políticos são pegos fazendo lambanças ou quando fracassam em avançar reformas necessárias. Vamos ver o que isso significa? Para isso, sejamos criativos e imaginemos o inimaginável. Digamos, por exemplo, que um ministro importante seja pego recebendo propinas ou escondendo dinheiro na Suíça – digamos! Aí o Jornal Nacional faz um auê danado, o governo sai enfraquecido, as reformas encontram maiores obstáculos para aprovação e, no dia seguinte, as taxas de juros da dívida pública aumentam porque o governo se tornou um devedor de pior qualidade. A proposta de PRC isolaria os empresários que tomam empréstimos do BNDES dessas flutuações. Como? Passando a conta para os trouxas. Sim, nós. Eu e você contribuintes, nossos primos que estudam na escola pública e o seu Joaquim, que mora em um barraco perto de um córrego cheio de esgoto aberto que o poder público não tem dinheiro para canalizar. Pois quando um ministro faz lambança, é pego e gera uma tempestade política, os juros que todos nós pagamos aumentam. Para proteger a turma com papagaios no BNDES, é preciso passar a conta para outrem. No caso, os contribuintes e usuários de serviços públicos – os trouxas de sempre sobre os quais falávamos. É muito difícil conceber justificativa econômica, ética ou moral para proteger empresários milionários e empurrar para baixo do ônibus o cidadão que não é dono de empresas com conexões políticas.
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