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Sucesso dos anos 1980, "De volta para o futuro", estrelado por Michael J. Fox, nos traz um ensinamento importantíssimo para a discussão econômica atual. Um filme divertidíssimo, que esclarece um equívoco importante cometido pelo senador José Serra e por Felipe Salto, diretor executivo do Instituto Fiscal Independente, numa parte da discussão sobre a TLP (clique aqui para ler mais sobre a MP 777, que pode cortar os subsídios do BNDES aos grandes empresários).

No blockbuster de 1985, McFly viaja para os anos 50 num carro do tempo. Encontra seus pais ainda jovens, antes de se tornarem um casal. Mas vejam só o problemão: sua mãe, então solteira, dá fortes indícios de estar se apaixonando por McFly, seu futuro filho! O problema é muito maior do que Freud poderia imaginar: alertado por Doc (o cientista maluco que construiu o tal carro), McFly compreende o problema contrafactual que o ameaça: o futuro, sob o ponto de vista de 1955, será necessariamente diferente se a sua mãe não se casar com o seu pai. Diferente como? Só para começar, McFly deixaria de existir.

O mesmo vale para os cálculos de Felipe Salto, reproduzidos por Serra no "Estadão". O diretor executivo do IFI usa a fórmula da TLP para calcular o que teria sido o juro dos empréstimos do BNDES lá para trás. E compara os resultados com a Selic. Como esperado, o valor fica bem próximo, mas um pouco acima da Selic. "Esperado" pelo seguinte motivo: a fórmula da TLP visa justamente isso (Santa consistência, Batman!): seguir de perto o custo de oportunidade do endividamento público! Até aqui, apenas o ululante.

O erro de Salto-Serra é achar que essas seriam as taxas que teriam ocorrido nessa viagem ao passado. Como alertado por Doc, não teriam sido! Com menos juro subsidiado, a mesma inflação poderia ter sido atingida com um juro Selic muito menor. Sim, você já leu isso nas páginas do Por Quê?, nas colunas de vários economistas, em depoimentos sussurrados pelas alcovas: a eficácia da política monetária nesse período foi adversamente afetada pela montanha crescente de crédito não influenciável pela política do Banco Central. A Selic tem braço curto sobre a inflação quando o crédito na economia pouco responde a ela.

Como no filme, tudo teria sido diferente se a TLP tivesse sido implementada lá atrás. A Selic real gigantesca de que todos nos queixamos provavelmente teria sido outra, mais baixa, e o crédito mais democrático. "'O investimento total teria sido maior?", perguntam nossos leitores. Não dá para saber. Quem hoje toma recursos no setor privado teria investido mais, seguramente, mas quem toma no BNDES teria investido menos. Não restam dúvidas, contudo, que as decisões de investimento teriam sido mais eficientes - e é isso que, no frigir dos ovos, interessa quando o tema é "investimento".

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O que "De volta para o futuro" nos ensina sobre economia?

back-to-the-future-divulgação-porque.com.br-economês Sucesso dos anos 1980, "De volta para o futuro", estrelado por Michael J. Fox, nos traz um ensinamento importantíssimo para a discussão econômica atual. Um filme divertidíssimo, que esclarece um equívoco importante cometido pelo senador José Serra e por Felipe Salto, diretor executivo do Instituto Fiscal Independente, numa parte da discussão sobre a TLP (clique aqui para ler mais sobre a MP 777, que pode cortar os subsídios do BNDES aos grandes empresários). No blockbuster de 1985, McFly viaja para os anos 50 num carro do tempo. Encontra seus pais ainda jovens, antes de se tornarem um casal. Mas vejam só o problemão: sua mãe, então solteira, dá fortes indícios de estar se apaixonando por McFly, seu futuro filho! O problema é muito maior do que Freud poderia imaginar: alertado por Doc (o cientista maluco que construiu o tal carro), McFly compreende o problema contrafactual que o ameaça: o futuro, sob o ponto de vista de 1955, será necessariamente diferente se a sua mãe não se casar com o seu pai. Diferente como? Só para começar, McFly deixaria de existir. O mesmo vale para os cálculos de Felipe Salto, reproduzidos por Serra no "Estadão". O diretor executivo do IFI usa a fórmula da TLP para calcular o que teria sido o juro dos empréstimos do BNDES lá para trás. E compara os resultados com a Selic. Como esperado, o valor fica bem próximo, mas um pouco acima da Selic. "Esperado" pelo seguinte motivo: a fórmula da TLP visa justamente isso (Santa consistência, Batman!): seguir de perto o custo de oportunidade do endividamento público! Até aqui, apenas o ululante. O erro de Salto-Serra é achar que essas seriam as taxas que teriam ocorrido nessa viagem ao passado. Como alertado por Doc, não teriam sido! Com menos juro subsidiado, a mesma inflação poderia ter sido atingida com um juro Selic muito menor. Sim, você já leu isso nas páginas do Por Quê?, nas colunas de vários economistas, em depoimentos sussurrados pelas alcovas: a eficácia da política monetária nesse período foi adversamente afetada pela montanha crescente de crédito não influenciável pela política do Banco Central. A Selic tem braço curto sobre a inflação quando o crédito na economia pouco responde a ela. Como no filme, tudo teria sido diferente se a TLP tivesse sido implementada lá atrás. A Selic real gigantesca de que todos nos queixamos provavelmente teria sido outra, mais baixa, e o crédito mais democrático. "'O investimento total teria sido maior?", perguntam nossos leitores. Não dá para saber. Quem hoje toma recursos no setor privado teria investido mais, seguramente, mas quem toma no BNDES teria investido menos. Não restam dúvidas, contudo, que as decisões de investimento teriam sido mais eficientes - e é isso que, no frigir dos ovos, interessa quando o tema é "investimento". Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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