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O prefeito de São Paulo, João Doria, diz que pretende acabar com a função do cobrador nos ônibus da cidade. A decisão é correta. Esperamos que consiga levá-la à frente, enfrentará muita resistência.

Pensemos nos custos e nos benefícios de manter a função do cobrador.

No lado dos custos, é preciso pagar salários e encargos. Estima-se que a conta esteja em torno de R$ 1 bilhão por ano. Esses recursos poderiam ser usados para reduzir o preço da passagem ou diminuir o subsídio dado pela Prefeitura para as empresas de ônibus (ou ainda uma combinação de ambos). Lembre-se de que o subsídio é bancado por impostos pagos pela população. Daria para usar o dinheiro em outras atividades (como saúde, educação, segurança, cultura etc.) ou simplesmente reduzir os impostos. Ao pagar os cobradores, estamos abrindo mão de usar o dinheiro em todas essas coisas. Trata-se, assim, de um custo para a sociedade.

E os benefícios? O cobrador presta um serviço ao usuário do ônibus, principalmente para quem usa dinheiro para se locomover. O problema é que, com o avanço da tecnologia, esse benefício está ficando cada vez menor. Hoje, em São Paulo, quase todo mundo usa o bilhete único para se locomover. Para quem não conhece, o bilhete único é um cartão magnético no qual a pessoa carrega créditos. Quando usa o ônibus, o passageiro aproxima o cartão de um sensor que libera a catraca, ao mesmo tempo que debita do cartão o valor da passagem. O cobrador não interfere em nada nessa operação.

Estima-se que hoje apenas 6% dos usuários de transporte público paguem a passagem com dinheiro. Trata-se, assim, de um serviço muito caro para atender muito pouca gente.

Claramente, os custos não compensam os benefícios; seria melhor acabar com a função do cobrador. Para não sobrecarregar o motorista (que precisaria trocar o dinheiro de quem não usa o bilhete único), poderíamos pensar em alternativas, como a venda de passes em bancas de jornal, supermercados, padarias etc.

É lógico que não é uma boa estratégia dispensar imediatamente todos os cobradores, sobretudo em um momento como este, em que a taxa de desemprego supera os 10%. Tais pessoas teriam muita dificuldade em se recolocar, o que seria particularmente custoso. E podemos esperar batalhas intensas na Justiça caso as empresas de ônibus optem pela demissão em massa.

Assim, já ajudaria muito se as empresas deixassem de contratar novos cobradores. Dessa forma, a função gradualmente desapareceria, à medida que os funcionários se aposentam e não são repostos.

A Prefeitura tem uma proposta interessante, que deve acelerar essa transição: pretende-se treinar os cobradores para que possam assumir outras funções – como a de motorista. Isso traria, inclusive, um ganho para o indivíduo, pois poderia exercer uma função cuja remuneração é mais elevada.

Por que acabar com a profissão de cobrador de ônibus?

O prefeito de São Paulo, João Doria, diz que pretende acabar com a função do cobrador nos ônibus da cidade. A decisão é correta. Esperamos que consiga levá-la à frente, enfrentará muita resistência. Pensemos nos custos e nos benefícios de manter a função do cobrador. No lado dos custos, é preciso pagar salários e encargos. Estima-se que a conta esteja em torno de R$ 1 bilhão por ano. Esses recursos poderiam ser usados para reduzir o preço da passagem ou diminuir o subsídio dado pela Prefeitura para as empresas de ônibus (ou ainda uma combinação de ambos). Lembre-se de que o subsídio é bancado por impostos pagos pela população. Daria para usar o dinheiro em outras atividades (como saúde, educação, segurança, cultura etc.) ou simplesmente reduzir os impostos. Ao pagar os cobradores, estamos abrindo mão de usar o dinheiro em todas essas coisas. Trata-se, assim, de um custo para a sociedade. E os benefícios? O cobrador presta um serviço ao usuário do ônibus, principalmente para quem usa dinheiro para se locomover. O problema é que, com o avanço da tecnologia, esse benefício está ficando cada vez menor. Hoje, em São Paulo, quase todo mundo usa o bilhete único para se locomover. Para quem não conhece, o bilhete único é um cartão magnético no qual a pessoa carrega créditos. Quando usa o ônibus, o passageiro aproxima o cartão de um sensor que libera a catraca, ao mesmo tempo que debita do cartão o valor da passagem. O cobrador não interfere em nada nessa operação. Estima-se que hoje apenas 6% dos usuários de transporte público paguem a passagem com dinheiro. Trata-se, assim, de um serviço muito caro para atender muito pouca gente. Claramente, os custos não compensam os benefícios; seria melhor acabar com a função do cobrador. Para não sobrecarregar o motorista (que precisaria trocar o dinheiro de quem não usa o bilhete único), poderíamos pensar em alternativas, como a venda de passes em bancas de jornal, supermercados, padarias etc. É lógico que não é uma boa estratégia dispensar imediatamente todos os cobradores, sobretudo em um momento como este, em que a taxa de desemprego supera os 10%. Tais pessoas teriam muita dificuldade em se recolocar, o que seria particularmente custoso. E podemos esperar batalhas intensas na Justiça caso as empresas de ônibus optem pela demissão em massa. Assim, já ajudaria muito se as empresas deixassem de contratar novos cobradores. Dessa forma, a função gradualmente desapareceria, à medida que os funcionários se aposentam e não são repostos. A Prefeitura tem uma proposta interessante, que deve acelerar essa transição: pretende-se treinar os cobradores para que possam assumir outras funções – como a de motorista. Isso traria, inclusive, um ganho para o indivíduo, pois poderia exercer uma função cuja remuneração é mais elevada.
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