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A violência corre solta no Rio de Janeiro e isso não ocorreu de um dia para o outro, como já se viu por aqui. Entre janeiro e agosto de 2017, nada menos que 37,1 mil veículos foram roubados e outros 10,6 mil foram furtados no estado.

O gráfico abaixo mostra a evolução do número de veículos furtados e roubados no Rio de Janeiro de 2010 até os dias de hoje. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP). furtos rio Diante disso, seguradoras começaram a recusar contratos em determinados bairros. Mas por que simplesmente não cobrar mais caro por apólices, em vez de rejeitar clientes?

Esse comportamento das seguradoras pode ser entendido por meio do conceito de "seleção adversa". Ao decidir se faz ou não o seguro, o motorista compara o valor da proteção de seu patrimônio com o preço da apólice. Caso o risco de roubo seja suficientemente baixo, o valor de fazer seguro provavelmente não compensará o custo.

Se a seguradora aumentasse muito o preço da apólice, ela perderia justamente seus clientes com menor risco: aqueles que veem pouca vantagem no seguro. Dessa forma, o conjunto de segurados passaria a apresentar um perfil médio mais arriscado. Isso significaria mais roubos e menos lucro para a seguradora.

Ela poderia repassar esse risco adicional para o preço, porém isso aprofundaria ainda mais o problema: um número ainda maior de clientes relativamente pouco arriscados deixaria sua carteira. Para evitar esse movimento, pode ser mais negócio não ajustar tanto o preço, e racionar a quantidade de apólices realizadas. Isso implica recusar contratos.

Note: o raciocínio acima segue porque o preço seleciona clientes de perfil médio mais arriscado. Daí o nome seleção adversa.

Um ponto importante: tudo isso ocorre porque a seguradora observa algumas informações que permitem inferir o risco dos clientes (idade, sexo, local de residência etc.). Mas não observa tudo. Ficam fora de seu radar informações relevantes para determinar risco: por exemplo, se a pessoa sempre se lembra de trancar o carro na rua, se estaciona em locais perigosos etc. São justamente as pessoas com perfil seguro nessas características não observáveis que decidem não fazer seguro como resposta a um eventual aumento de preços.

Como dissemos acima, a resposta ótima da seguradora a um aumento da criminalidade pode ser a recusa de alguns contratos supostamente arriscados. Mas essa decisão tem que se basear em dados que a empresa observa, como o bairro de residência do indivíduo.

Segundo reportagem recente do jornal "O Globo", seguradoras já deixaram de atuar em alguns bairros da Zona Norte do Rio. Além disso, novos contratos não estão sendo firmados em diversas áreas próximas a favelas em toda a região metropolitana.  

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Por que seguradoras de carro estão recusando clientes no Rio?

A violência corre solta no Rio de Janeiro e isso não ocorreu de um dia para o outro, como já se viu por aqui. Entre janeiro e agosto de 2017, nada menos que 37,1 mil veículos foram roubados e outros 10,6 mil foram furtados no estado.

O gráfico abaixo mostra a evolução do número de veículos furtados e roubados no Rio de Janeiro de 2010 até os dias de hoje. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP). furtos rio Diante disso, seguradoras começaram a recusar contratos em determinados bairros. Mas por que simplesmente não cobrar mais caro por apólices, em vez de rejeitar clientes?

Esse comportamento das seguradoras pode ser entendido por meio do conceito de "seleção adversa". Ao decidir se faz ou não o seguro, o motorista compara o valor da proteção de seu patrimônio com o preço da apólice. Caso o risco de roubo seja suficientemente baixo, o valor de fazer seguro provavelmente não compensará o custo.

Se a seguradora aumentasse muito o preço da apólice, ela perderia justamente seus clientes com menor risco: aqueles que veem pouca vantagem no seguro. Dessa forma, o conjunto de segurados passaria a apresentar um perfil médio mais arriscado. Isso significaria mais roubos e menos lucro para a seguradora.

Ela poderia repassar esse risco adicional para o preço, porém isso aprofundaria ainda mais o problema: um número ainda maior de clientes relativamente pouco arriscados deixaria sua carteira. Para evitar esse movimento, pode ser mais negócio não ajustar tanto o preço, e racionar a quantidade de apólices realizadas. Isso implica recusar contratos.

Note: o raciocínio acima segue porque o preço seleciona clientes de perfil médio mais arriscado. Daí o nome seleção adversa.

Um ponto importante: tudo isso ocorre porque a seguradora observa algumas informações que permitem inferir o risco dos clientes (idade, sexo, local de residência etc.). Mas não observa tudo. Ficam fora de seu radar informações relevantes para determinar risco: por exemplo, se a pessoa sempre se lembra de trancar o carro na rua, se estaciona em locais perigosos etc. São justamente as pessoas com perfil seguro nessas características não observáveis que decidem não fazer seguro como resposta a um eventual aumento de preços.

Como dissemos acima, a resposta ótima da seguradora a um aumento da criminalidade pode ser a recusa de alguns contratos supostamente arriscados. Mas essa decisão tem que se basear em dados que a empresa observa, como o bairro de residência do indivíduo.

Segundo reportagem recente do jornal "O Globo", seguradoras já deixaram de atuar em alguns bairros da Zona Norte do Rio. Além disso, novos contratos não estão sendo firmados em diversas áreas próximas a favelas em toda a região metropolitana.  

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