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Paul Romer (foto acima), um dos agraciados com o Nobel de Economia deste ano, é um economista de gênio e uma figura polêmica. O precursor dos modelos de crescimento endógeno é o mesmo ex-economista-chefe do Banco Mundial que criticou abertamente a capacidade de redação dos seus colegas.

Desde os primeiros modelos de crescimento da década de 1950 até  o início dos anos 1990, os economistas faziam uso de modelos de crescimento econômico nos quais o avanço tecnológico, que é o grande motor de expansão da renda numa perspectiva de longo prazo, caía do céu como um maná.  Até que Romer escreveu um artigo seminal, publicado em 1990 no Journal of Political Economy.

Nesse artigo, o setor que inventa coisas deixa de ser uma completa caixa-preta e passa a ser tratado dentro do modelo. A sacada para implementar isso é quebrar o paradigma de concorrência perfeita que permeava a maioria dos modelos até então – pois uma firma que gasta seu tempo inventando algo precisa ser recompensada por esse enorme custo fixo (que muitas vezes não gera nada que possa ser aproveitado em termos práticos).

O modelo, entretanto, tem uma estranheza. Nele, o bem-estar da sociedade se expande à medida que a variedade de produtos cresce, sem que os antiquados desapareçam das prateleiras dessa economia artificial. Claramente, essa não é uma boa descrição do que ocorre na realidade. O bem-estar do consumidor está mais associado a produtos novos que substituem os antigos por outras versões de maior qualidade. Esse tipo de modelo –  chamado de crescimento endógeno via “escadas de qualidade” (quality ladders) –  foi desenvolvido paralelamente por dois outros economistas, Phillip Aghion e Peter Howitt, basicamente na mesma época.

Finalmente, apesar de ter gerado uma nova área de pesquisa, o trabalho de Romer encontrou pouca validação empírica nos dados. Não que tecnologia não seja crucial; claro que é. Mas não explica os astronômicos diferenciais de renda entre os países. Um país que não está encabeçando a lista dos mais ricos não precisa inventar muito para alcançar aquele grupo de elite. Precisa apenas ter a sagacidade de imitar o que há de bom por aí.

Quem é William D. Nordhaus, um dos ganhadores do Nobel de Economia de 2018?

Quem é Paul Romer, um dos ganhadores do Nobel de Economia de 2018?

Paul Romer (foto acima), um dos agraciados com o Nobel de Economia deste ano, é um economista de gênio e uma figura polêmica. O precursor dos modelos de crescimento endógeno é o mesmo ex-economista-chefe do Banco Mundial que criticou abertamente a capacidade de redação dos seus colegas. Desde os primeiros modelos de crescimento da década de 1950 até  o início dos anos 1990, os economistas faziam uso de modelos de crescimento econômico nos quais o avanço tecnológico, que é o grande motor de expansão da renda numa perspectiva de longo prazo, caía do céu como um maná.  Até que Romer escreveu um artigo seminal, publicado em 1990 no Journal of Political Economy. Nesse artigo, o setor que inventa coisas deixa de ser uma completa caixa-preta e passa a ser tratado dentro do modelo. A sacada para implementar isso é quebrar o paradigma de concorrência perfeita que permeava a maioria dos modelos até então – pois uma firma que gasta seu tempo inventando algo precisa ser recompensada por esse enorme custo fixo (que muitas vezes não gera nada que possa ser aproveitado em termos práticos). O modelo, entretanto, tem uma estranheza. Nele, o bem-estar da sociedade se expande à medida que a variedade de produtos cresce, sem que os antiquados desapareçam das prateleiras dessa economia artificial. Claramente, essa não é uma boa descrição do que ocorre na realidade. O bem-estar do consumidor está mais associado a produtos novos que substituem os antigos por outras versões de maior qualidade. Esse tipo de modelo –  chamado de crescimento endógeno via “escadas de qualidade” (quality ladders) –  foi desenvolvido paralelamente por dois outros economistas, Phillip Aghion e Peter Howitt, basicamente na mesma época. Finalmente, apesar de ter gerado uma nova área de pesquisa, o trabalho de Romer encontrou pouca validação empírica nos dados. Não que tecnologia não seja crucial; claro que é. Mas não explica os astronômicos diferenciais de renda entre os países. Um país que não está encabeçando a lista dos mais ricos não precisa inventar muito para alcançar aquele grupo de elite. Precisa apenas ter a sagacidade de imitar o que há de bom por aí. Quem é William D. Nordhaus, um dos ganhadores do Nobel de Economia de 2018?
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