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Muitas vezes olhamos para nossos políticos e temos a impressão de que eles não têm a mínima noção de como administrar o dinheiro público – aquele que vem dos impostos pagos pela população. Há cinco anos o governo federal gasta mais do que arrecada – mesmo sem levar em conta o pagamento de juros. Precisa, assim, pegar emprestado tanto para financiar esse rombo como para pagar os próprios juros da dívida, que cresce a passos largos.

Grande parte desse movimento se dá por causa da Previdência, cujos gastos são muito elevados – a despesa, como proporção do PIB, é similar à de países europeus, que têm uma fração muito maior de idosos em sua população. E ela vem crescendo e vai crescer ainda mais no futuro, à medida que nossa população envelhece. Na ausência de ampla reforma, a situação se tornará insustentável em alguns anos.

Há pelo menos duas décadas sabemos desse problema. E, agora, mesmo com o gato subindo no telhado, nossos políticos decidem novamente empurrar o problema com a barriga. A reforma ficará para o próximo presidente.

Não nos entenda mal – a dívida pública é sim algo importante para o país. O drama é quando ela é elevada. Primeiro, há um comprometimento significativo com pagamento de juros. Segundo, credores enxergam uma dívida grande como arriscada; alguns param de financiar o governo, outros passam a demandar taxas mais elevadas para continuar emprestando. Esses dois fatores contribuem para aumentar o custo de carregar a dívida.

Todos nós nos defrontamos com dilemas parecidos em nossa vida. Quem está muito endividado precisa comprometer uma fração grande de seu orçamento com pagamentos de parcelas e juros. Isso é particularmente custoso aqui no Brasil, em que as taxas de juros são bem altas. Um compromisso não saldado pode crescer como uma bola de neve e se tornar impossível de pagar em alguns meses.

Um indivíduo inadimplente vê suas alternativas de financiamento minguarem, tendo que recorrer a opções cada vez mais caras.

Por isso é muito importante termos um planejamento financeiro bem claro, mantendo nossas despesas coerentes com nossos ganhos. Se uma pessoa consistentemente gasta acima do que ganha, ela logo acabará com qualquer poupança que eventualmente tenha e começará a acumular dívidas que se tornarão cada vez mais dispendiosas.

Que fique claro: dívidas não são o fim do mundo. Elas são importantes para que possamos realizar investimentos e consumir, sem sacrifícios muito grandes e concentrados no tempo— abrir um negócio, estudar,  comprar um imóvel,  fazer uma viagem especial, por exemplo.  Tudo isso pode ser inviável se você não tiver o dinheiro hoje. Ou mesmo que o gasto caiba no orçamento, implicaria um sacrifício muito grande de outros itens de consumo.

Suponha que você queira comprar uma máquina de lavar de R$ 1.500. Pagar tudo de uma vez, mesmo que seu salário comporte esse valor, provavelmente levaria a cortes em outras despesas importantes naquele mês. Mas um financiamento pode viabilizar a compra sem gerar um impacto muito grande no consumo das outras coisas no presente. Em vez de despender toda a grana de uma vez, você vai pagando aos poucos ao longo do tempo. O custo disso são juros associados a essa transação.

O empréstimo tem essa vantagem de espalhar o gasto ao longo do tempo. É atrativo, assim, usar tal arranjo para financiar as mais diversas compras. Atrativo e perigoso. Imagine você tendo que pagar financiamento de carro, casa, festa de aniversário da filha, eletrodomésticos, presentes de Natal etc. Não há orçamento que aguente. O consumo de itens essenciais (como alimentação, educação, transporte etc.) pode ficar comprometido. Assim, é crucial ter planejamento financeiro. Se preciso, lançando r mão de endividamento, mas  com moderação, especialmente no Brasil, em que as taxas de juros são elevadas.

Evitar o crescimento desordenado de dívidas é importante por outro motivo: você precisa de um “colchão” para emergências, como problemas de saúde, perda de emprego, necessidade de reparos em casa etc. Suponha que ocorra, por exemplo, um problema inesperado no encanamento da sua casa e a conta do conserto seja muito alta para o que você ganha. você tenha que tomar dinheiro emprestado.

Mas se você já está enforcado com outras dívidas, fruto de um mau planejamento no passado, pode ser que não consiga o dinheiro. E a emergência não é resolvida. Imagine o tamanho do prejuízo.

Enquanto isso, em Brasília, muitos políticos parecem não estar preocupados como deveriam com o planejamento financeiro de longo prazo das contas públicas. Nas eleições de 2018, esse assunto precisará entrar mais claramente na discussão. Depende também de nós pressionarmos os candidatos a não fugir da questão. Afinal, estamos falando do dinheiro dos nossos impostos. E boa parte dessa conta ficará para as gerações futuras.

 

LEIA MAIS: Check Up do bolso - Planejamento anual de suas finanças

 

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Seu planejamento financeiro é melhor que o do governo?

47947427 - accounting concept.analyzing finance report with calculator Muitas vezes olhamos para nossos políticos e temos a impressão de que eles não têm a mínima noção de como administrar o dinheiro público – aquele que vem dos impostos pagos pela população. Há cinco anos o governo federal gasta mais do que arrecada – mesmo sem levar em conta o pagamento de juros. Precisa, assim, pegar emprestado tanto para financiar esse rombo como para pagar os próprios juros da dívida, que cresce a passos largos. Grande parte desse movimento se dá por causa da Previdência, cujos gastos são muito elevados – a despesa, como proporção do PIB, é similar à de países europeus, que têm uma fração muito maior de idosos em sua população. E ela vem crescendo e vai crescer ainda mais no futuro, à medida que nossa população envelhece. Na ausência de ampla reforma, a situação se tornará insustentável em alguns anos. Há pelo menos duas décadas sabemos desse problema. E, agora, mesmo com o gato subindo no telhado, nossos políticos decidem novamente empurrar o problema com a barriga. A reforma ficará para o próximo presidente. Não nos entenda mal – a dívida pública é sim algo importante para o país. O drama é quando ela é elevada. Primeiro, há um comprometimento significativo com pagamento de juros. Segundo, credores enxergam uma dívida grande como arriscada; alguns param de financiar o governo, outros passam a demandar taxas mais elevadas para continuar emprestando. Esses dois fatores contribuem para aumentar o custo de carregar a dívida. Todos nós nos defrontamos com dilemas parecidos em nossa vida. Quem está muito endividado precisa comprometer uma fração grande de seu orçamento com pagamentos de parcelas e juros. Isso é particularmente custoso aqui no Brasil, em que as taxas de juros são bem altas. Um compromisso não saldado pode crescer como uma bola de neve e se tornar impossível de pagar em alguns meses. Um indivíduo inadimplente vê suas alternativas de financiamento minguarem, tendo que recorrer a opções cada vez mais caras. Por isso é muito importante termos um planejamento financeiro bem claro, mantendo nossas despesas coerentes com nossos ganhos. Se uma pessoa consistentemente gasta acima do que ganha, ela logo acabará com qualquer poupança que eventualmente tenha e começará a acumular dívidas que se tornarão cada vez mais dispendiosas. Que fique claro: dívidas não são o fim do mundo. Elas são importantes para que possamos realizar investimentos e consumir, sem sacrifícios muito grandes e concentrados no tempo— abrir um negócio, estudar,  comprar um imóvel,  fazer uma viagem especial, por exemplo.  Tudo isso pode ser inviável se você não tiver o dinheiro hoje. Ou mesmo que o gasto caiba no orçamento, implicaria um sacrifício muito grande de outros itens de consumo. Suponha que você queira comprar uma máquina de lavar de R$ 1.500. Pagar tudo de uma vez, mesmo que seu salário comporte esse valor, provavelmente levaria a cortes em outras despesas importantes naquele mês. Mas um financiamento pode viabilizar a compra sem gerar um impacto muito grande no consumo das outras coisas no presente. Em vez de despender toda a grana de uma vez, você vai pagando aos poucos ao longo do tempo. O custo disso são juros associados a essa transação. O empréstimo tem essa vantagem de espalhar o gasto ao longo do tempo. É atrativo, assim, usar tal arranjo para financiar as mais diversas compras. Atrativo e perigoso. Imagine você tendo que pagar financiamento de carro, casa, festa de aniversário da filha, eletrodomésticos, presentes de Natal etc. Não há orçamento que aguente. O consumo de itens essenciais (como alimentação, educação, transporte etc.) pode ficar comprometido. Assim, é crucial ter planejamento financeiro. Se preciso, lançando r mão de endividamento, mas  com moderação, especialmente no Brasil, em que as taxas de juros são elevadas. Evitar o crescimento desordenado de dívidas é importante por outro motivo: você precisa de um “colchão” para emergências, como problemas de saúde, perda de emprego, necessidade de reparos em casa etc. Suponha que ocorra, por exemplo, um problema inesperado no encanamento da sua casa e a conta do conserto seja muito alta para o que você ganha. você tenha que tomar dinheiro emprestado. Mas se você já está enforcado com outras dívidas, fruto de um mau planejamento no passado, pode ser que não consiga o dinheiro. E a emergência não é resolvida. Imagine o tamanho do prejuízo. Enquanto isso, em Brasília, muitos políticos parecem não estar preocupados como deveriam com o planejamento financeiro de longo prazo das contas públicas. Nas eleições de 2018, esse assunto precisará entrar mais claramente na discussão. Depende também de nós pressionarmos os candidatos a não fugir da questão. Afinal, estamos falando do dinheiro dos nossos impostos. E boa parte dessa conta ficará para as gerações futuras.   LEIA MAIS: Check Up do bolso - Planejamento anual de suas finanças   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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