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Existe hoje um quase consenso entre estudiosos, desocupados, carregadores de piano e donas de casa: a desigualdade econômica é um mal a ser combatido.

A literatura econômica nos informa sobre os custos da desigualdade.

Quando a riqueza é concentrada na sociedade, aqueles que têm menos podem deixar de realizar seu potencial produtivo e criativo somente porque nasceram em berço pouco privilegiado. Por exemplo, o potencial engenheiro pode deixar de terminar o colegial porque precisa ajudar sua família. Ou, ainda pior, crianças sem acesso ao mínimo de nutrição e condições sanitárias podem se tornar adultos menos saudáveis ou menos capazes por causa de deficiências em seu desenvolvimento.

Mas a concentração da riqueza traz mais problemas.

O sistema político pode se comportar como garoto de recados dos ricos que financiam suas campanhas. Por exemplo, há um país em que o fundo para pagar seguro-desemprego é usado para subsidiar bilionários em seus negócios especulativos, como na aquisição de firmas no exterior – quem adivinhar de que país se trata ganha uma bala Juquinha imaginária, sem sabor, mas que não engorda.



De fato, os dados mostram que a desigualdade certamente não traz uma contribuição positiva para o crescimento econômico. Na realidade, a maioria dos trabalhos que exploram esses dados indica que a desigualdade tem impacto negativo sobre o desenvolvimento de uma economia num todo. Outros pesquisadores mostram que o efeito é neutro ou difícil de detectar.

E agora a porca torce o rabo.

Infelizmente, sabemos muito menos sobre como lidar com a desigualdade e seus problemas.

Ainda que acreditemos que a desigualdade seja ruim para o crescimento econômico e para a qualidade de vida, é possível que algumas políticas econômicas adotadas para reduzir a desigualdade tornem a realidade ainda pior.

Uma analogia pode ajudar. Ser alto ajuda a jogar vôlei, certo? Mas usar um salto alto ou usar anéis para esticar o pescoço como o povo Padaung da Birmânia não vai ajudar o jogo de ninguém.

Temos que ser cuidadosos. Um pouco mais de imposto sobre a renda dos ricos e mais gasto direcionado às necessidades dos pobres é positivo. Mas uma redistribuição excessiva da riqueza pode causar distorções na economia. Por exemplo, impostos muito altos sobre as rendas mais altas podem levar os mais ricos (muitas vezes, mais produtivos também) a mudar de país ou ficar na sombra.

Mas isso não significa que devemos ficar parados também – pelo contrário! A sociedade e o governo têm de instituir mecanismos para mitigar as consequências negativas da desigualdade. Exemplos:

- Para que o potencial engenheiro possa terminar a escola e seguir adiante em seus estudos, devemos ter programas que garantam renda mínima, bolsas ou financiamento de seu estudo;

- Para que ninguém careça de nutrientes necessários para o desenvolvimento por ser pobre, precisamos de programas de suplementação de renda, como o Bolsa Família, e iniciativas focadas;

- E para que o sistema político responda às necessidades de todos e não apenas daqueles que podem pagar por campanhas, o país precisa de mais democracia (o voto distrital parece boa ideia, por baratear campanhas eleitorais), de mais transparência e leis eficientes.

Por que não sabemos o mais importante sobre desigualdade?

Existe hoje um quase consenso entre estudiosos, desocupados, carregadores de piano e donas de casa: a desigualdade econômica é um mal a ser combatido. A literatura econômica nos informa sobre os custos da desigualdade. Quando a riqueza é concentrada na sociedade, aqueles que têm menos podem deixar de realizar seu potencial produtivo e criativo somente porque nasceram em berço pouco privilegiado. Por exemplo, o potencial engenheiro pode deixar de terminar o colegial porque precisa ajudar sua família. Ou, ainda pior, crianças sem acesso ao mínimo de nutrição e condições sanitárias podem se tornar adultos menos saudáveis ou menos capazes por causa de deficiências em seu desenvolvimento. Mas a concentração da riqueza traz mais problemas. O sistema político pode se comportar como garoto de recados dos ricos que financiam suas campanhas. Por exemplo, há um país em que o fundo para pagar seguro-desemprego é usado para subsidiar bilionários em seus negócios especulativos, como na aquisição de firmas no exterior – quem adivinhar de que país se trata ganha uma bala Juquinha imaginária, sem sabor, mas que não engorda. De fato, os dados mostram que a desigualdade certamente não traz uma contribuição positiva para o crescimento econômico. Na realidade, a maioria dos trabalhos que exploram esses dados indica que a desigualdade tem impacto negativo sobre o desenvolvimento de uma economia num todo. Outros pesquisadores mostram que o efeito é neutro ou difícil de detectar. E agora a porca torce o rabo. Infelizmente, sabemos muito menos sobre como lidar com a desigualdade e seus problemas. Ainda que acreditemos que a desigualdade seja ruim para o crescimento econômico e para a qualidade de vida, é possível que algumas políticas econômicas adotadas para reduzir a desigualdade tornem a realidade ainda pior. Uma analogia pode ajudar. Ser alto ajuda a jogar vôlei, certo? Mas usar um salto alto ou usar anéis para esticar o pescoço como o povo Padaung da Birmânia não vai ajudar o jogo de ninguém. Temos que ser cuidadosos. Um pouco mais de imposto sobre a renda dos ricos e mais gasto direcionado às necessidades dos pobres é positivo. Mas uma redistribuição excessiva da riqueza pode causar distorções na economia. Por exemplo, impostos muito altos sobre as rendas mais altas podem levar os mais ricos (muitas vezes, mais produtivos também) a mudar de país ou ficar na sombra. Mas isso não significa que devemos ficar parados também – pelo contrário! A sociedade e o governo têm de instituir mecanismos para mitigar as consequências negativas da desigualdade. Exemplos: - Para que o potencial engenheiro possa terminar a escola e seguir adiante em seus estudos, devemos ter programas que garantam renda mínima, bolsas ou financiamento de seu estudo;

- Para que ninguém careça de nutrientes necessários para o desenvolvimento por ser pobre, precisamos de programas de suplementação de renda, como o Bolsa Família, e iniciativas focadas;

- E para que o sistema político responda às necessidades de todos e não apenas daqueles que podem pagar por campanhas, o país precisa de mais democracia (o voto distrital parece boa ideia, por baratear campanhas eleitorais), de mais transparência e leis eficientes.

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