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Num mundo de orçamento finito, como é o nosso, o governo precisa decidir quanto gastar com educação vis-à-vis outros tipos de gastos. E também precisa decidir, dentro do orçamento destinado à educação, quanto gastar com ensino fundamental, médio e superior. Nesse artigo, usamos dados internacionais para ver a quantas anda a alocação de gastos em educação no Brasil em comparação com outros países. Para tal, fazemos uso do banco de dados estatísticos da UNESCO. A amostra contém 131 países de variadas regiões e renda.

Em vez de olhar o percentual de gastos para primário e terciário separadamente, resumimos ambos numa informação só: a razão do que é alocado para o ensino fundamental dividido pela razão do que vai para o terciário. É de se esperar que essa razão seja mais alta para países de renda mais baixa, onde o nível de capital humano na base da pirâmide educacional é ainda bastante precário. E também é de se esperar que em países mais ricos, mais recursos se destinem ao ensino universitário. Como mostra o gráfico a seguir, isso de fato parece ser o caso.

gráfico dudu 1

A esses dados aplicamos então um modelo estatístico simples, segundo o qual a razão do gasto educacional depende do nível do PIB por habitante¹. Os resultados do modelo são apresentados no gráfico a seguir². No eixo X temos o quanto deveria ser a razão com base no nosso modelo, enquanto no eixo Y estão os dados concretos, reais, dessa razão para os diversos países. A linha vermelha não é uma reta de ajuste, mas simplesmente a representação de pontos onde modelo e mundo real se igualam (a reta de 45 graus, Y=X). Acima da linha, portanto, países que gastam mais do que o esperado com ensino primário e abaixo os que gastam relativamente pouco com essa mesma rubrica.

gráfico dudu 2

O que aprendemos com esse gráfico? Que o Brasil não está no grupo de países que colocam ênfase no ensino primário, mas também não está entre os que gastam pouco demais (sempre em relação ao gasto feito com ensino terciário).

¹ Mas não de uma maneira linear apenas, pois, como se vê, a razão decresce mais rapidamente no começo e lentamente para níveis de renda mais elevados.

² O modelo especificado explica 22% da variação encontrada nos dados. É um poder explicativo de nível intermediário.

 

 

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Como o Brasil gasta com educação?

Num mundo de orçamento finito, como é o nosso, o governo precisa decidir quanto gastar com educação vis-à-vis outros tipos de gastos. E também precisa decidir, dentro do orçamento destinado à educação, quanto gastar com ensino fundamental, médio e superior. Nesse artigo, usamos dados internacionais para ver a quantas anda a alocação de gastos em educação no Brasil em comparação com outros países. Para tal, fazemos uso do banco de dados estatísticos da UNESCO. A amostra contém 131 países de variadas regiões e renda. Em vez de olhar o percentual de gastos para primário e terciário separadamente, resumimos ambos numa informação só: a razão do que é alocado para o ensino fundamental dividido pela razão do que vai para o terciário. É de se esperar que essa razão seja mais alta para países de renda mais baixa, onde o nível de capital humano na base da pirâmide educacional é ainda bastante precário. E também é de se esperar que em países mais ricos, mais recursos se destinem ao ensino universitário. Como mostra o gráfico a seguir, isso de fato parece ser o caso. gráfico dudu 1 A esses dados aplicamos então um modelo estatístico simples, segundo o qual a razão do gasto educacional depende do nível do PIB por habitante¹. Os resultados do modelo são apresentados no gráfico a seguir². No eixo X temos o quanto deveria ser a razão com base no nosso modelo, enquanto no eixo Y estão os dados concretos, reais, dessa razão para os diversos países. A linha vermelha não é uma reta de ajuste, mas simplesmente a representação de pontos onde modelo e mundo real se igualam (a reta de 45 graus, Y=X). Acima da linha, portanto, países que gastam mais do que o esperado com ensino primário e abaixo os que gastam relativamente pouco com essa mesma rubrica. gráfico dudu 2 O que aprendemos com esse gráfico? Que o Brasil não está no grupo de países que colocam ênfase no ensino primário, mas também não está entre os que gastam pouco demais (sempre em relação ao gasto feito com ensino terciário). ¹ Mas não de uma maneira linear apenas, pois, como se vê, a razão decresce mais rapidamente no começo e lentamente para níveis de renda mais elevados. ² O modelo especificado explica 22% da variação encontrada nos dados. É um poder explicativo de nível intermediário.     Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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