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As eleições americanas têm sido foco de atenção no mundo todo.

De um lado, Hillary Clinton é uma candidata que traz décadas de experiência na política e que promete melhorar o status quo sem balançar o bote na corredeira. Sua retórica otimista ressoa com imigrantes recentes e americanos mais educados que compartilham de uma visão que o mundo está melhorando. Ou que pode melhorar, desde que tenham a oportunidade para trabalhar duro.



Do outro lado, Donald Trump oferece uma visão catastrófica da situação atual. Descreve um mundo em que os Estados Unidos perdem todas, o crime está insuportável, os acordos de comércio sangram o país e os terroristas estão a um passo da vitória.

A solução proposta para evitar essa catástrofe? Votar no Trump, o único candidato que não seria comprometido com o estabelecimento político.

A realidade é: a economia americana vai bem, obrigado.

O desemprego e a inflação são baixos, a bolsa subiu fortemente nos 8 anos de governo de Barack Obama e o crime está em baixa. As grandes cidades americanas são, em geral, limpas, seguras e agradáveis.

Existem exceções, no entanto: algumas regiões estão decadência econômica, principalmente áreas industriais que perderam a competitividade, incluindo algumas grandes cidades (por exemplo, Detroit).

Trump se conecta com os eleitores que se sentem vitimizados pela situação atual. E promete mudanças, ainda que ninguém realmente entenda tudo que ele promete – já que ele fala o que dá na telha, esquece o que disse semana passada e muda de ideia como troca de roupa.

O candidato do Partido Republicano é consistente em sua oposição aos tratados de livre comércio, como o Nafta, que une Estados Unidos, Canadá e México, e ao comércio internacional em geral, como em sua promessa de impor tarifas proibitivas aos produtos importados da China.

Mas um retorno dos Estados Unidos ao protecionismo típico dos anos 30 seria uma calamidade não só para a economia.

O maior país do mundo em população, a China, tem conseguido levantar centenas de milhões da pobreza pelo comércio internacional. Enquanto se beneficia de participar da economia global, são escassos os motivos para conflitos com os países ocidentais ou vizinhos.

Imagine o ressentimento em Pequim se tarifas protecionistas americanas sabotam o crescimento chinês enquanto a China ainda é um país pobre. Aposta: se a China não puder montar iPhones para americanos, seu próximo motor de crescimento será a indústria bélica.

Sim, é de dar medo. Vou acabar comprando uma cabana autossustentável nas Ilhas Malvinas...

 

Por que Donald Trump é um risco para o mundo?

As eleições americanas têm sido foco de atenção no mundo todo. De um lado, Hillary Clinton é uma candidata que traz décadas de experiência na política e que promete melhorar o status quo sem balançar o bote na corredeira. Sua retórica otimista ressoa com imigrantes recentes e americanos mais educados que compartilham de uma visão que o mundo está melhorando. Ou que pode melhorar, desde que tenham a oportunidade para trabalhar duro. Do outro lado, Donald Trump oferece uma visão catastrófica da situação atual. Descreve um mundo em que os Estados Unidos perdem todas, o crime está insuportável, os acordos de comércio sangram o país e os terroristas estão a um passo da vitória. A solução proposta para evitar essa catástrofe? Votar no Trump, o único candidato que não seria comprometido com o estabelecimento político. A realidade é: a economia americana vai bem, obrigado. O desemprego e a inflação são baixos, a bolsa subiu fortemente nos 8 anos de governo de Barack Obama e o crime está em baixa. As grandes cidades americanas são, em geral, limpas, seguras e agradáveis. Existem exceções, no entanto: algumas regiões estão decadência econômica, principalmente áreas industriais que perderam a competitividade, incluindo algumas grandes cidades (por exemplo, Detroit). Trump se conecta com os eleitores que se sentem vitimizados pela situação atual. E promete mudanças, ainda que ninguém realmente entenda tudo que ele promete – já que ele fala o que dá na telha, esquece o que disse semana passada e muda de ideia como troca de roupa. O candidato do Partido Republicano é consistente em sua oposição aos tratados de livre comércio, como o Nafta, que une Estados Unidos, Canadá e México, e ao comércio internacional em geral, como em sua promessa de impor tarifas proibitivas aos produtos importados da China. Mas um retorno dos Estados Unidos ao protecionismo típico dos anos 30 seria uma calamidade não só para a economia. O maior país do mundo em população, a China, tem conseguido levantar centenas de milhões da pobreza pelo comércio internacional. Enquanto se beneficia de participar da economia global, são escassos os motivos para conflitos com os países ocidentais ou vizinhos. Imagine o ressentimento em Pequim se tarifas protecionistas americanas sabotam o crescimento chinês enquanto a China ainda é um país pobre. Aposta: se a China não puder montar iPhones para americanos, seu próximo motor de crescimento será a indústria bélica. Sim, é de dar medo. Vou acabar comprando uma cabana autossustentável nas Ilhas Malvinas...  
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