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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o do Senado, Eunício Oliveira – para a glória de seus pares e a ruína dos eleitores –, têm defendido o sistema de voto em lista fechada para as próximas eleições. É uma ideia horrível, abominável e que deturpa a lógica democrática.

Desculpem, já estou tentando me acalmar.

No Brasil de hoje, quando milhões de pessoas votam no Tiririca, elas não estão elegendo apenas o Tiririca. Elegem outras pessoas do partido do Tiririca. Sim, quando um integrante de um partido recebe x% dos votos, esse partido tem direito a x% de cadeiras.

Não é horrível?

Pois bem. Contrariando a famosa campanha eleitoral do deputado Tiririca (“pior do que tá não fica”), sempre dá para estragar de vez o que já não é bom.

Com a lista fechada, você não vota no candidato de sua escolha. Você vota numa relação de nomes escolhida por algum partido. E isso afeta os incentivos dos políticos de modo perverso: eles deixam de se apropriar plenamente dos seus benfeitos e dos seus malfeitos.

Veja só: para que se esforçar bastante para ser um bom administrador e honesto se isso não traz retorno em votos diretos? O político se sente mais tranquilo para aprontar, dado que o retorno negativo será repartido entre os colegas da lista. Se ele for amigão dos caciques do partido, seguirá na lista mesmo sendo desonesto ou incompetente.

É verdade, bons políticos podem acabar colocados na lista mesmo se não forem próximos dos caciques. Afinal, ainda tem o eleitor lá do outro lado para punir uma lista repleta de canalhas. Mas, mesmo assim, como os incentivos são diluídos, os políticos ruins acabariam pegando carona na reputação dos bons representantes.

Torsten Persson e Guido Tabellini, no seu fantástico livro "Economic Effects of Constitutions", mostram que isso tudo não é balela teórica. Eles apontam que basta instituir a lista fechada para a corrupção aumentar. E, desse jeito, os caciques de sempre e os maus políticos saem ganhando. Bons políticos e eleitores saem perdendo.

Por que a lista fechada, defendida pelos políticos, fere a democracia?

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o do Senado, Eunício Oliveira – para a glória de seus pares e a ruína dos eleitores –, têm defendido o sistema de voto em lista fechada para as próximas eleições. É uma ideia horrível, abominável e que deturpa a lógica democrática. Desculpem, já estou tentando me acalmar. No Brasil de hoje, quando milhões de pessoas votam no Tiririca, elas não estão elegendo apenas o Tiririca. Elegem outras pessoas do partido do Tiririca. Sim, quando um integrante de um partido recebe x% dos votos, esse partido tem direito a x% de cadeiras. Não é horrível? Pois bem. Contrariando a famosa campanha eleitoral do deputado Tiririca (“pior do que tá não fica”), sempre dá para estragar de vez o que já não é bom. Com a lista fechada, você não vota no candidato de sua escolha. Você vota numa relação de nomes escolhida por algum partido. E isso afeta os incentivos dos políticos de modo perverso: eles deixam de se apropriar plenamente dos seus benfeitos e dos seus malfeitos. Veja só: para que se esforçar bastante para ser um bom administrador e honesto se isso não traz retorno em votos diretos? O político se sente mais tranquilo para aprontar, dado que o retorno negativo será repartido entre os colegas da lista. Se ele for amigão dos caciques do partido, seguirá na lista mesmo sendo desonesto ou incompetente. É verdade, bons políticos podem acabar colocados na lista mesmo se não forem próximos dos caciques. Afinal, ainda tem o eleitor lá do outro lado para punir uma lista repleta de canalhas. Mas, mesmo assim, como os incentivos são diluídos, os políticos ruins acabariam pegando carona na reputação dos bons representantes. Torsten Persson e Guido Tabellini, no seu fantástico livro "Economic Effects of Constitutions", mostram que isso tudo não é balela teórica. Eles apontam que basta instituir a lista fechada para a corrupção aumentar. E, desse jeito, os caciques de sempre e os maus políticos saem ganhando. Bons políticos e eleitores saem perdendo.
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