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A corrupção é um grande mal e é sempre legal quando artigos acadêmicos conseguem mostrar evidências empíricas sobre o tema. Está saindo no Journal of Financial Economics um artigo que mostra evidências de um belo "toma lá, dá cá" entre bancos e burocratas na China.

Por meio do banco de dados de um grande banco chinês, os autores mostram que quem trabalha para o governo recebe linhas de crédito 16% maiores do que pessoas com características socioeconômicas similares, a despeito de darem mais calote no cartão. Em contrapartida, nas cidades onde as estranhas facilidades bancárias dos burocratas são maiores, os bancos recebem mais depósitos do governo e abrem mais agências. Por fim, para a historinha ficar ainda mais clara, os autores apontam que depois de um série de escândalos públicos de corrupção ocorridos entre 2003 e 2005, as diferenças entre burocratas e não burocratas nas linhas de crédito oferecidas pelo cartão diminuem.

Não precisa haver desvio direto de dinheiro público para ter corrupção e machucar um país. O quid pro quo entre empresas e agentes do governo são um bom exemplo disso. No entanto, essas famosas "facilidades" recebidas por membros do governo são mais difíceis de serem mensuradas e, portanto, descobertas. Esse é o grande mérito do artigo. A literatura econômica que usa boa econometria para apontar evidências de casos de corrupção vem crescendo, e isso é muito bom.


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A estranha relação entre bancos e burocratas na China

A corrupção é um grande mal e é sempre legal quando artigos acadêmicos conseguem mostrar evidências empíricas sobre o tema. Está saindo no Journal of Financial Economics um artigo que mostra evidências de um belo "toma lá, dá cá" entre bancos e burocratas na China.

Por meio do banco de dados de um grande banco chinês, os autores mostram que quem trabalha para o governo recebe linhas de crédito 16% maiores do que pessoas com características socioeconômicas similares, a despeito de darem mais calote no cartão. Em contrapartida, nas cidades onde as estranhas facilidades bancárias dos burocratas são maiores, os bancos recebem mais depósitos do governo e abrem mais agências. Por fim, para a historinha ficar ainda mais clara, os autores apontam que depois de um série de escândalos públicos de corrupção ocorridos entre 2003 e 2005, as diferenças entre burocratas e não burocratas nas linhas de crédito oferecidas pelo cartão diminuem.

Não precisa haver desvio direto de dinheiro público para ter corrupção e machucar um país. O quid pro quo entre empresas e agentes do governo são um bom exemplo disso. No entanto, essas famosas "facilidades" recebidas por membros do governo são mais difíceis de serem mensuradas e, portanto, descobertas. Esse é o grande mérito do artigo. A literatura econômica que usa boa econometria para apontar evidências de casos de corrupção vem crescendo, e isso é muito bom.


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