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Há duas possíveis explicações para o fato de menos meninas escolherem estudar física, matemática e ciências naturais que os meninos. Uma é que alguma coisa no cromossomo Y afeta a predisposição para essas disciplinas; outra é que um preconceito histórico impede que mais meninas entrem nessas áreas. Não conhecemos evidências sérias sobre a primeira hipótese – mas pode ser que venham a existir... Mas que a segunda explicação é relevante, seguramente ela é.

Estigmas nos modelos econômicos podem gerar o que chamamos de armadilhas, ou equilíbrios estranhos e múltiplos. O exemplo tradicional: se por acaso eu me convencer de que haverá uma corrida aos bancos amanhã, claro que não vou esperar e tentarei sacar meu dinheiro hoje. Na verdade, posso até pensar que o banco é saudável, mas se eu estiver convencido de que muita gente está temerosa, correrei para o caixa assim mesmo. E se eu correr ao caixa -- eu e os outros, bien sûr --, o banco de fato quebra, ainda que seja uma instituição saudável.

As mulheres sempre foram vítimas do machismo, originado talvez muitos séculos atrás, na diferença de força física entre os sexos. E o machismo, claro, leva a preconceitos, estigmas. Um deles é:  “menina não tem aptidão para ciências em geral”.  Se por décadas sem fio uma sociedade nutre essas crenças, a menina que quer estudar matemática vai se sentir constrangida. No primeiro muro que bater, alguém vai dizer-lhe: “minha filha, desiste disso, vai estudar pedagogia”.  O contingente de moças matemáticas será menor, tornando mais difícil ainda que gerações futuras se interessem pela área. “Se vejo que só dá homem nessa profissão, será que eu, mulher, devo me aventurar?”

Um importante pilar do movimento feminista é esse mesmo: deixar bem claro para meninas e meninos que eles podem ser o que quiserem. Para sair do equilíbrio ruim, como o descrito acima, é preciso um empurrãozinho. Até cotas temporárias para mulheres nas ciências mais hardcore, por umas duas ou três décadas, digamos, é uma opção a ser considerada – só para quebrar o preconceito, depois não precisa mais (sim, cotas sempre geram alguma ineficiência).

Bisbilhotando os resultados do exame internacional PISA na área da matemática, vemos um aumento gradual do número de países onde as meninas se saem ligeiramente melhor no teste do que os meninos[1]. No gráfico esses são os países em azul. Recentemente, no PISA de 2015, apenas na Áustria as notas dos meninos foram 5% superiores à das meninas.

Curiosamente, essa diferença positiva (ainda que bem pequena) a favor das meninas se verifica justamente em países onde o viés machista mais parece ter se reduzido ao longo dos anos: os nórdicos.



[1] Nota superior à dos meninos, mas diferença menor que  5%.

 

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A história das meninas na matemática (cor azul para meninas)

Há duas possíveis explicações para o fato de menos meninas escolherem estudar física, matemática e ciências naturais que os meninos. Uma é que alguma coisa no cromossomo Y afeta a predisposição para essas disciplinas; outra é que um preconceito histórico impede que mais meninas entrem nessas áreas. Não conhecemos evidências sérias sobre a primeira hipótese – mas pode ser que venham a existir... Mas que a segunda explicação é relevante, seguramente ela é. Estigmas nos modelos econômicos podem gerar o que chamamos de armadilhas, ou equilíbrios estranhos e múltiplos. O exemplo tradicional: se por acaso eu me convencer de que haverá uma corrida aos bancos amanhã, claro que não vou esperar e tentarei sacar meu dinheiro hoje. Na verdade, posso até pensar que o banco é saudável, mas se eu estiver convencido de que muita gente está temerosa, correrei para o caixa assim mesmo. E se eu correr ao caixa -- eu e os outros, bien sûr --, o banco de fato quebra, ainda que seja uma instituição saudável. As mulheres sempre foram vítimas do machismo, originado talvez muitos séculos atrás, na diferença de força física entre os sexos. E o machismo, claro, leva a preconceitos, estigmas. Um deles é:  “menina não tem aptidão para ciências em geral”.  Se por décadas sem fio uma sociedade nutre essas crenças, a menina que quer estudar matemática vai se sentir constrangida. No primeiro muro que bater, alguém vai dizer-lhe: “minha filha, desiste disso, vai estudar pedagogia”.  O contingente de moças matemáticas será menor, tornando mais difícil ainda que gerações futuras se interessem pela área. “Se vejo que só dá homem nessa profissão, será que eu, mulher, devo me aventurar?” Um importante pilar do movimento feminista é esse mesmo: deixar bem claro para meninas e meninos que eles podem ser o que quiserem. Para sair do equilíbrio ruim, como o descrito acima, é preciso um empurrãozinho. Até cotas temporárias para mulheres nas ciências mais hardcore, por umas duas ou três décadas, digamos, é uma opção a ser considerada – só para quebrar o preconceito, depois não precisa mais (sim, cotas sempre geram alguma ineficiência). Bisbilhotando os resultados do exame internacional PISA na área da matemática, vemos um aumento gradual do número de países onde as meninas se saem ligeiramente melhor no teste do que os meninos[1]. No gráfico esses são os países em azul. Recentemente, no PISA de 2015, apenas na Áustria as notas dos meninos foram 5% superiores à das meninas. Curiosamente, essa diferença positiva (ainda que bem pequena) a favor das meninas se verifica justamente em países onde o viés machista mais parece ter se reduzido ao longo dos anos: os nórdicos. [1] Nota superior à dos meninos, mas diferença menor que  5%.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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