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Com a ideia de que alguma reforma da previdência razoável tem, de fato, boas chances de ser aprovada, o mercado voltou a falar de Ibovespa a 100 mil pontos. Já escrevemos que essa barreira dos 100 mil pontos não quer dizer muita coisa. Mas essa ilusão do preço nominal na Bolsa não acontece só com o índice. Acontece também com ações individuais.

Imaginem que a ação de uma empresa A vale R$ 4,00 e a ação de uma empresa B vale R$ 40,00. Com base nessa informação, podemos dizer alguma coisa sobre qual ação tem mais chance de subir, digamos, no ano que vem? Lógico que não. Isoladamente, o preço de uma ação não quer dizer absolutamente nada. Se a empresa B fizer um desdobramento (“split”) de ações hoje, com uma ação virando dez ações, o preço de cada uma cai imediatamente para R$ 4,00. Ou seja, não aconteceu nada, apenas uma operação contábil, mas o preço foi dividido por dez.

Um artigo publicado no Journal of Financial Economics  mostrou que muita gente acha que uma ação a R$ 4,00 tem mais espaço para subir do que uma ação a R$ 40,00. Essas pessoas, contudo, foram iludidas pelo preço nominal menor. Para mostrar isso, o artigo olhou para empresas que fizeram desdobramentos de suas ações. E, analisando o preço das opções, calculou o quanto que o mercado achava que a ação podia valorizar antes e depois do desdobramento. Em média, essas expectativas deveriam ser iguais, já que o desdobramento é um exercício meramente contábil, mas não foi isso o que o autor encontrou. Os preços das opções indicaram que, logo após o desdobramento, o mercado ficou mais otimista com essas ações.

É bem verdade que, em tese, o desdobramento de uma empresa pode trazer investidores menores para suas ações. São investidores que não seriam capazes de comprar as ações a um preço mais caro. Entretanto, o efeito desses investidores no preço, se existir, deve ser pequeno. A ideia da ilusão do preço nominal faz bem mais sentido. Ou seja, cuidado! Ao ver uma ação com preço baixo, não vá pensando que a chance de ela subir é maior do que a de uma ação de preço alto.

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A ilusão do preço nominal

Com a ideia de que alguma reforma da previdência razoável tem, de fato, boas chances de ser aprovada, o mercado voltou a falar de Ibovespa a 100 mil pontos. Já escrevemos que essa barreira dos 100 mil pontos não quer dizer muita coisa. Mas essa ilusão do preço nominal na Bolsa não acontece só com o índice. Acontece também com ações individuais. Imaginem que a ação de uma empresa A vale R$ 4,00 e a ação de uma empresa B vale R$ 40,00. Com base nessa informação, podemos dizer alguma coisa sobre qual ação tem mais chance de subir, digamos, no ano que vem? Lógico que não. Isoladamente, o preço de uma ação não quer dizer absolutamente nada. Se a empresa B fizer um desdobramento (“split”) de ações hoje, com uma ação virando dez ações, o preço de cada uma cai imediatamente para R$ 4,00. Ou seja, não aconteceu nada, apenas uma operação contábil, mas o preço foi dividido por dez. Um artigo publicado no Journal of Financial Economics  mostrou que muita gente acha que uma ação a R$ 4,00 tem mais espaço para subir do que uma ação a R$ 40,00. Essas pessoas, contudo, foram iludidas pelo preço nominal menor. Para mostrar isso, o artigo olhou para empresas que fizeram desdobramentos de suas ações. E, analisando o preço das opções, calculou o quanto que o mercado achava que a ação podia valorizar antes e depois do desdobramento. Em média, essas expectativas deveriam ser iguais, já que o desdobramento é um exercício meramente contábil, mas não foi isso o que o autor encontrou. Os preços das opções indicaram que, logo após o desdobramento, o mercado ficou mais otimista com essas ações. É bem verdade que, em tese, o desdobramento de uma empresa pode trazer investidores menores para suas ações. São investidores que não seriam capazes de comprar as ações a um preço mais caro. Entretanto, o efeito desses investidores no preço, se existir, deve ser pequeno. A ideia da ilusão do preço nominal faz bem mais sentido. Ou seja, cuidado! Ao ver uma ação com preço baixo, não vá pensando que a chance de ela subir é maior do que a de uma ação de preço alto. Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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