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Iniciamos 2020 falando da inflação de 2019, que subiu fortemente nos últimos dois meses e fez com que fechássemos o ano um pouquinho acima do centro da meta do Banco Central. Só para termos uma ideia, a inflação de dezembro foi de 1,15% – o que em termos anuais corresponde a quase 15%!

Motivo para preocupação? Na verdade, não. A inflação realmente assusta quando está espalhada pelos diversos itens que compõem o índice – isto é, quando o preço da maioria das coisas compradas por consumidores está subindo significativamente – e não quando está concentrada em alguns itens. Foi o que ocorreu no fim de 2019, quando a disparada no preço das carnes (muito em função da peste suína na Ásia) contribuiu em grande medida para o aumento da inflação.

Para expurgar esses efeitos específicos, concentrados em alguns itens, o Banco Central calcula o núcleo de inflação, que desconsidera itens que tiveram variações aberrantes (para cima ou para baixo). No gráfico abaixo mostramos a inflação, medida pelo IPCA (linha azul), e o núcleo (linha laranja). Os dados são mensais e cobrem o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019.


Por construção, o núcleo é bem menos volátil, pois desconsidera itens com variações extremas. Note o comportamento do núcleo em dois períodos distintos: até meados de 2016, com nível mais alto, e depois disso, quando cai e se consolida em um nível mais baixo. O primeiro período corresponde ao segundo mandato da ex-presidente Dilma, em que a inflação anual passou de dois dígitos. O nível mais elevado do núcleo indica que a inflação alta não pode ser atribuída a alguns poucos itens. Ela estava razoavelmente espalhada pelo índice.

Com a entrada da nova equipe do Banco Central em 2016, a inflação despenca, o que se reflete tanto no índice cheio como no núcleo de inflação.

Por fim, confira o último dado da série – dezembro de 2019. Ainda que a inflação medida pelo IPCA tenha de fato crescido bastante, o núcleo permaneceu mais próximo dos valores observados ao longo do ano. Isso indica que a subida no índice cheio foi fortemente influenciada por aumentos expressivos de alguns itens – especificamente das carnes.

A boa notícia é que isso não deve contaminar a inflação de 2020. Nem fazer com que o Banco Central eleve a taxa de juros. Afinal, o preço da carne provavelmente não continuará subindo como no fim de 2019, haja vista que o preço do boi gordo já está caindo.

 

Fonte dos dados

Banco Central doBrasil – Sistema Gerenciador de Séries Temporais 

Inflação: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – Variação percentual mensal

Núcleo de Inflação: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – Núcleo médias aparadas sem suavização – Variação percentual mensal


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A inflação de 2019| Gráfico da Semana

Iniciamos 2020 falando da inflação de 2019, que subiu fortemente nos últimos dois meses e fez com que fechássemos o ano um pouquinho acima do centro da meta do Banco Central. Só para termos uma ideia, a inflação de dezembro foi de 1,15% – o que em termos anuais corresponde a quase 15%!

Motivo para preocupação? Na verdade, não. A inflação realmente assusta quando está espalhada pelos diversos itens que compõem o índice – isto é, quando o preço da maioria das coisas compradas por consumidores está subindo significativamente – e não quando está concentrada em alguns itens. Foi o que ocorreu no fim de 2019, quando a disparada no preço das carnes (muito em função da peste suína na Ásia) contribuiu em grande medida para o aumento da inflação.

Para expurgar esses efeitos específicos, concentrados em alguns itens, o Banco Central calcula o núcleo de inflação, que desconsidera itens que tiveram variações aberrantes (para cima ou para baixo). No gráfico abaixo mostramos a inflação, medida pelo IPCA (linha azul), e o núcleo (linha laranja). Os dados são mensais e cobrem o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019.


Por construção, o núcleo é bem menos volátil, pois desconsidera itens com variações extremas. Note o comportamento do núcleo em dois períodos distintos: até meados de 2016, com nível mais alto, e depois disso, quando cai e se consolida em um nível mais baixo. O primeiro período corresponde ao segundo mandato da ex-presidente Dilma, em que a inflação anual passou de dois dígitos. O nível mais elevado do núcleo indica que a inflação alta não pode ser atribuída a alguns poucos itens. Ela estava razoavelmente espalhada pelo índice.

Com a entrada da nova equipe do Banco Central em 2016, a inflação despenca, o que se reflete tanto no índice cheio como no núcleo de inflação.

Por fim, confira o último dado da série – dezembro de 2019. Ainda que a inflação medida pelo IPCA tenha de fato crescido bastante, o núcleo permaneceu mais próximo dos valores observados ao longo do ano. Isso indica que a subida no índice cheio foi fortemente influenciada por aumentos expressivos de alguns itens – especificamente das carnes.

A boa notícia é que isso não deve contaminar a inflação de 2020. Nem fazer com que o Banco Central eleve a taxa de juros. Afinal, o preço da carne provavelmente não continuará subindo como no fim de 2019, haja vista que o preço do boi gordo já está caindo.

 

Fonte dos dados

Banco Central doBrasil – Sistema Gerenciador de Séries Temporais 

Inflação: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – Variação percentual mensal

Núcleo de Inflação: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – Núcleo médias aparadas sem suavização – Variação percentual mensal


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