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...e como ela evoluiu ao longo do tempo.

Um belo gráfico diz tudo sem precisarmos empregar muitas palavras. Como vocês podem ver neste exemplo sobre produtividade... Mas peraí! Nada de carroça na frente dos aturdidos bois! O que exatamente é esse animal chamado produtividade? Resposta curta: trata-se de uma medida imperfeita de eficiência econômica. Agora a resposta mais longa (mas não muito). Não é surpresa para ninguém que duas pessoas diferentes, usando os mesmos insumos de produção, podem entregar no fim de uma semana produtos finais muito diferentes – e em quantidades diferentes. Um cidadão que escreve dois textos de qualidade por semana para um famoso jornal de Terra Brasilis é mais produtivo que outro, com acesso aos mesmos recursos – computador, internet, biblioteca, colegas, cafezinho (sim, é um insumo de produção!), etc – que escreve apenas um, e nem tão bom assim. O primeiro, dizemos, é mais produtivo que o segundo. Noção similar se aplica a países. Com um montante equivalente de máquinas, equipamentos, terra disponível, gente em idade de trabalhar e até mesmo nível educacional da força da trabalho, alguns países produzem mais do que outros. Por quê? Quando não isolamos o efeito do nível educacional  – e o leitor que desculpe os economistas, mas é difícil à beça fazer isso decentemente –, muito da diferença de produtividade pode ser mapeada no capital humano, que varia muito entre países. É como se um dos nossos colaboradores do fictício jornal acima mencionado tivesse lido na juventude inúmeros clássicos da literatura mundial e o outro apenas alguns poucos livrecos de qualidade duvidosa. O primeiro vai escrever melhor e mais rápido – ou seja, vai ser mais produtivo – porque tem um nível de capital humano mais elevado. Mas não é apenas isso. A produtividade também varia entre países porque a alocação dos recursos produtivos pode ser mais bem feita em um e menos em outro, implicando que para mesma quantidade total de insumos um país produz, no agregado, mais que o outro. Um exemplo para elucidar. Dois países produzindo pinturas. Dois pintores em cada país. Um talentoso, nascido para aquilo; outro apenas bom e um tanto lento (dorme demais depois do almoço). No país A, pincéis, tintas e cavaletes de maior qualidade são alocados, em maior quantidade, para o pintor mais talentoso. No país B, não. No B o dorminhoco é amigo do governo, que decide para quem dar a maior parte dos pincéis bons. Mesmo que os insumos sejam iguaizinhos quando olhamos para A e B no agregado, o país A vai produzir mais, em termos de quantidade e qualidade, do que o país B. Chega de histórias, e venhamos à História. Do Brasil. Usando dados de anos de educação (eu falei que a medida era imperfeita), capital e força de trabalho, os economistas tentam estimar a produtividade total de diversas economias do planeta. Uma equipe desses economistas dedica-se continuadamente a fazer essas continhas, e as publica num documento chamado Penn World Tables. Nós do Por Quê? fomos lá no site deles bisbilhotar. Usando dados da PWT9.0, que infelizmente só vão até 2014, traçamos no gráfico abaixo — finalmente chegamos a ele! — a evolução decenal do crescimento da produtividade da economia brasileira e mundial. A história é triste. Enquanto a produtividade da economia global cresce no período mais recente 1 pp a menos que nos gloriosos anos 1960, essa diferença é de 4 pp no caso do Brasil. produtividade brasil mundo O final dos anos 1970 e primeira metade dos 1980 é o divisor de águas. Foi um período ruim para todos os países, mas na terra da jabuticaba o ruim ganhou ares de péssimo. Nos dez anos que vão de 1980 a 1990 a produtividade despenca a uma média de 3% a cada ano! A melhora da qualidade da política econômica nos anos 1990 nos traz de volta para perto do crescimento zero. Mas zero, convenhamos, é ainda bem insuficiente. Um país só se torna rico tornando-se mais eficiente, mais produtivo. Sim, dá para melhorar muito quando se é mais pobre via acumulação bruta-força de capital, via poupança interna elevada. Mas esse mecanismo se esgota quando a renda do país passa a média, como no caso do Brasil. E como aumentar a produtividade do trabalhador? Uma listinha básica: (i) melhor qualidade na educação pública, (ii) menos crédito subsidiado, (iii) menos entraves tolos à abertura/fechamento de empresas; (iv) maior agilidade na concessão (ou não!) de licenças; (v) simplificação tributária; (vi) maior abertura à competição externa; (vii) mais firmeza no combate ao conluio empresarial.  

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A produtividade total da economia brasileira…

...e como ela evoluiu ao longo do tempo. Um belo gráfico diz tudo sem precisarmos empregar muitas palavras. Como vocês podem ver neste exemplo sobre produtividade... Mas peraí! Nada de carroça na frente dos aturdidos bois! O que exatamente é esse animal chamado produtividade? Resposta curta: trata-se de uma medida imperfeita de eficiência econômica. Agora a resposta mais longa (mas não muito). Não é surpresa para ninguém que duas pessoas diferentes, usando os mesmos insumos de produção, podem entregar no fim de uma semana produtos finais muito diferentes – e em quantidades diferentes. Um cidadão que escreve dois textos de qualidade por semana para um famoso jornal de Terra Brasilis é mais produtivo que outro, com acesso aos mesmos recursos – computador, internet, biblioteca, colegas, cafezinho (sim, é um insumo de produção!), etc – que escreve apenas um, e nem tão bom assim. O primeiro, dizemos, é mais produtivo que o segundo. Noção similar se aplica a países. Com um montante equivalente de máquinas, equipamentos, terra disponível, gente em idade de trabalhar e até mesmo nível educacional da força da trabalho, alguns países produzem mais do que outros. Por quê? Quando não isolamos o efeito do nível educacional  – e o leitor que desculpe os economistas, mas é difícil à beça fazer isso decentemente –, muito da diferença de produtividade pode ser mapeada no capital humano, que varia muito entre países. É como se um dos nossos colaboradores do fictício jornal acima mencionado tivesse lido na juventude inúmeros clássicos da literatura mundial e o outro apenas alguns poucos livrecos de qualidade duvidosa. O primeiro vai escrever melhor e mais rápido – ou seja, vai ser mais produtivo – porque tem um nível de capital humano mais elevado. Mas não é apenas isso. A produtividade também varia entre países porque a alocação dos recursos produtivos pode ser mais bem feita em um e menos em outro, implicando que para mesma quantidade total de insumos um país produz, no agregado, mais que o outro. Um exemplo para elucidar. Dois países produzindo pinturas. Dois pintores em cada país. Um talentoso, nascido para aquilo; outro apenas bom e um tanto lento (dorme demais depois do almoço). No país A, pincéis, tintas e cavaletes de maior qualidade são alocados, em maior quantidade, para o pintor mais talentoso. No país B, não. No B o dorminhoco é amigo do governo, que decide para quem dar a maior parte dos pincéis bons. Mesmo que os insumos sejam iguaizinhos quando olhamos para A e B no agregado, o país A vai produzir mais, em termos de quantidade e qualidade, do que o país B. Chega de histórias, e venhamos à História. Do Brasil. Usando dados de anos de educação (eu falei que a medida era imperfeita), capital e força de trabalho, os economistas tentam estimar a produtividade total de diversas economias do planeta. Uma equipe desses economistas dedica-se continuadamente a fazer essas continhas, e as publica num documento chamado Penn World Tables. Nós do Por Quê? fomos lá no site deles bisbilhotar. Usando dados da PWT9.0, que infelizmente só vão até 2014, traçamos no gráfico abaixo — finalmente chegamos a ele! — a evolução decenal do crescimento da produtividade da economia brasileira e mundial. A história é triste. Enquanto a produtividade da economia global cresce no período mais recente 1 pp a menos que nos gloriosos anos 1960, essa diferença é de 4 pp no caso do Brasil. produtividade brasil mundo O final dos anos 1970 e primeira metade dos 1980 é o divisor de águas. Foi um período ruim para todos os países, mas na terra da jabuticaba o ruim ganhou ares de péssimo. Nos dez anos que vão de 1980 a 1990 a produtividade despenca a uma média de 3% a cada ano! A melhora da qualidade da política econômica nos anos 1990 nos traz de volta para perto do crescimento zero. Mas zero, convenhamos, é ainda bem insuficiente. Um país só se torna rico tornando-se mais eficiente, mais produtivo. Sim, dá para melhorar muito quando se é mais pobre via acumulação bruta-força de capital, via poupança interna elevada. Mas esse mecanismo se esgota quando a renda do país passa a média, como no caso do Brasil. E como aumentar a produtividade do trabalhador? Uma listinha básica: (i) melhor qualidade na educação pública, (ii) menos crédito subsidiado, (iii) menos entraves tolos à abertura/fechamento de empresas; (iv) maior agilidade na concessão (ou não!) de licenças; (v) simplificação tributária; (vi) maior abertura à competição externa; (vii) mais firmeza no combate ao conluio empresarial.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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