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m 2018, até o meio do ano, o papo sobre a política monetária nos Estados Unidos era: os juros vão continuar subindo – devagar, mas subindo. Essa interpretação dos mercados afetou inclusive os fluxos de recursos para economias em desenvolvimento, que caíram significativamente. Quando o juro se eleva nos Estados Unidos, os fluxos de capitais de mais curta maturidade se redirecionam para o Norte do hemisfério.

Pois bem, tudo isso para dizer que essa expectativa de juros em alta saiu totalmente do radar desde fins do ano passado! Agora, muita gente está apostando em queda dos juros nos Estados Unidos. A questão é técnica, mas tem um lado sombrio:  a pressão pessoal do presidente norte-americano por um banco central menos durão. Trump sabe que juros menores ajudam na valorização da Bolsa de Valores, e como ele usa o mercado acionário como termômetro para sua popularidade, temos aí um enrosco: estaria o banco central americano perdendo sua independência operacional por pressão política via Twitter?

Não dá para saber ao certo, mas o temor existe. De todo modo, isso não impede que opinemos sobre o assunto. Adiantando a conclusão, não nos parece uma decisão correta reduzir os juros neste ano de 2019.

Como se vê no gráfico, os juros reais (descontando a inflação) nos Estados Unidos ainda estão baixos em termos históricos, mesmo após as altas implementadas em 2018. Não chegam a 1%!

Além disso, a inflação não está esmorecendo, o que seria preocupante; ela retornou a valores, digamos, saudáveis, ali perto dos 2%. Ou seja, não tem deflação no radar.

Por fim, o desemprego está baixíssimo, o que significa que a economia, ao menos por ora, não está necessitando de nenhum empurrãozinho extra. Como o gráfico sugere, quando o desemprego sobe, o banco central corta o juro; quando cai, o contrário ocorre. Essa, de fato, é a maneira correta de operar. Mas note que neste último ciclo, o juro demorou mais para ser elevado. Isso só começou a acontecer quando o desemprego cruzou (para baixo) a fronteira dos 5%. Hoje, está abaixo de 4%.

Em suma, não vemos motivos concretos que justifiquem cortes de juros nos Estados Unidos. O objetivo da política monetária não pode ser “inflar” a Bolsa de Valores.

 

ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO

 

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A taxa de juros nos Estados Unidos

m 2018, até o meio do ano, o papo sobre a política monetária nos Estados Unidos era: os juros vão continuar subindo – devagar, mas subindo. Essa interpretação dos mercados afetou inclusive os fluxos de recursos para economias em desenvolvimento, que caíram significativamente. Quando o juro se eleva nos Estados Unidos, os fluxos de capitais de mais curta maturidade se redirecionam para o Norte do hemisfério.

Pois bem, tudo isso para dizer que essa expectativa de juros em alta saiu totalmente do radar desde fins do ano passado! Agora, muita gente está apostando em queda dos juros nos Estados Unidos. A questão é técnica, mas tem um lado sombrio:  a pressão pessoal do presidente norte-americano por um banco central menos durão. Trump sabe que juros menores ajudam na valorização da Bolsa de Valores, e como ele usa o mercado acionário como termômetro para sua popularidade, temos aí um enrosco: estaria o banco central americano perdendo sua independência operacional por pressão política via Twitter?

Não dá para saber ao certo, mas o temor existe. De todo modo, isso não impede que opinemos sobre o assunto. Adiantando a conclusão, não nos parece uma decisão correta reduzir os juros neste ano de 2019.

Como se vê no gráfico, os juros reais (descontando a inflação) nos Estados Unidos ainda estão baixos em termos históricos, mesmo após as altas implementadas em 2018. Não chegam a 1%!



Além disso, a inflação não está esmorecendo, o que seria preocupante; ela retornou a valores, digamos, saudáveis, ali perto dos 2%. Ou seja, não tem deflação no radar.

Por fim, o desemprego está baixíssimo, o que significa que a economia, ao menos por ora, não está necessitando de nenhum empurrãozinho extra. Como o gráfico sugere, quando o desemprego sobe, o banco central corta o juro; quando cai, o contrário ocorre. Essa, de fato, é a maneira correta de operar. Mas note que neste último ciclo, o juro demorou mais para ser elevado. Isso só começou a acontecer quando o desemprego cruzou (para baixo) a fronteira dos 5%. Hoje, está abaixo de 4%.



Em suma, não vemos motivos concretos que justifiquem cortes de juros nos Estados Unidos. O objetivo da política monetária não pode ser “inflar” a Bolsa de Valores.

ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO

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