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Agosto foi um mês turbulento no mercado mundial. Acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, sinais de recessão nas economias desenvolvidas. Tudo isso contribuiu para uma procura por ativos mais seguros, o que acaba fortalecendo o dólar em relação a grande parte das moedas no mundo. Afinal, títulos da dívida pública americana são uma opção de baixo risco, apesar de pagar uma taxa bem baixinha. A demanda por dólares aumenta, fazendo com que a moeda americana se fortaleça.

Para complicar nossa situação, a Argentina está passando por mais uma crise, agravada pela notícia de que Mauricio Macri tem chance quase nula de reeleger. Teremos a volta de Cristina Kirchner, dessa vez como vice de Alberto Fernandez. Os prováveis vencedores já sinalizaram que, entre outras coisas, reverão os termos do empréstimo junto ao FMI e o recém-aprovado acordo comercial União Europeia-Mercosul – o que foi suficiente para causar um derretimento da bolsa argentina, e uma forte subida do dólar por lá. O Brasil sentiu os efeitos da crise do nosso vizinho.

A página xe.com disponibiliza dados de taxas de câmbio para diversos países. Calculamos a variação do preço do dólar contra 162 moedas, entre 26 de julho e 27 de agosto de 2019. No gráfico abaixo mostramos as 20 moedas com maior variação, ou seja, aquelas que mais perderam valor em relação ao dólar. Argentina e Brasil lideram o ranking.



A rigor, para calcular a depreciação de uma moeda frente a outra, temos que ajustar a taxa de câmbio pela inflação dos dois países em questão. O que mostramos no gráfico é a taxa de depreciação nominal, que não leva em conta essas taxas de inflação. Quando fazemos o devido ajuste, temos a taxa de depreciação real. Leia mais aqui. 

Entretanto, como estamos analisando um período de aproximadamente um mês, isso não deve afetar muito o ranking do gráfico, pois taxas de inflação mensais tendem a ser pequenas nesse intervalo. Mesmo para a Argentina, que convive há algum tempo com uma inflação de dois dígitos, a taxa mensal é irrisória perto de uma desvalorização nominal de 30%.

Há um país com uma taxa de depreciação nominal maior que a Argentina nessa amostra: a Venezuela. Mas como ninguém sabe a inflação venezuelana – já tem gente falando em 10.000.000% ao ano – optamos por deixá-la de fora da análise.

 

Atualização:  Os dados acima dizem respeito ao que aconteceu ao longo do mês de agosto. De lá para cá as coisas deram uma acalmada, apesar do dólar ter flutuado bastante por aqui. Se olharmos para uma janela temporal mais recente, Argentina e Brasil ainda apresentam taxas de depreciação elevadas de suas moedas em comparação a outros países. Por exemplo, no intervalo entre 6 de agosto e 6 de setembro, o peso argentino continua no topo do ranking, depreciando mais de 20% frente ao dólar. O real brasileiro aparece na posição 12.

 


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As moedas que mais se desvalorizaram em agosto | Gráfico da semana

Agosto foi um mês turbulento no mercado mundial. Acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, sinais de recessão nas economias desenvolvidas. Tudo isso contribuiu para uma procura por ativos mais seguros, o que acaba fortalecendo o dólar em relação a grande parte das moedas no mundo. Afinal, títulos da dívida pública americana são uma opção de baixo risco, apesar de pagar uma taxa bem baixinha. A demanda por dólares aumenta, fazendo com que a moeda americana se fortaleça.

Para complicar nossa situação, a Argentina está passando por mais uma crise, agravada pela notícia de que Mauricio Macri tem chance quase nula de reeleger. Teremos a volta de Cristina Kirchner, dessa vez como vice de Alberto Fernandez. Os prováveis vencedores já sinalizaram que, entre outras coisas, reverão os termos do empréstimo junto ao FMI e o recém-aprovado acordo comercial União Europeia-Mercosul – o que foi suficiente para causar um derretimento da bolsa argentina, e uma forte subida do dólar por lá. O Brasil sentiu os efeitos da crise do nosso vizinho.

A página xe.com disponibiliza dados de taxas de câmbio para diversos países. Calculamos a variação do preço do dólar contra 162 moedas, entre 26 de julho e 27 de agosto de 2019. No gráfico abaixo mostramos as 20 moedas com maior variação, ou seja, aquelas que mais perderam valor em relação ao dólar. Argentina e Brasil lideram o ranking.





A rigor, para calcular a depreciação de uma moeda frente a outra, temos que ajustar a taxa de câmbio pela inflação dos dois países em questão. O que mostramos no gráfico é a taxa de depreciação nominal, que não leva em conta essas taxas de inflação. Quando fazemos o devido ajuste, temos a taxa de depreciação real. Leia mais aqui. 

Entretanto, como estamos analisando um período de aproximadamente um mês, isso não deve afetar muito o ranking do gráfico, pois taxas de inflação mensais tendem a ser pequenas nesse intervalo. Mesmo para a Argentina, que convive há algum tempo com uma inflação de dois dígitos, a taxa mensal é irrisória perto de uma desvalorização nominal de 30%.

Há um país com uma taxa de depreciação nominal maior que a Argentina nessa amostra: a Venezuela. Mas como ninguém sabe a inflação venezuelana – já tem gente falando em 10.000.000% ao ano – optamos por deixá-la de fora da análise.

 

Atualização:  Os dados acima dizem respeito ao que aconteceu ao longo do mês de agosto. De lá para cá as coisas deram uma acalmada, apesar do dólar ter flutuado bastante por aqui. Se olharmos para uma janela temporal mais recente, Argentina e Brasil ainda apresentam taxas de depreciação elevadas de suas moedas em comparação a outros países. Por exemplo, no intervalo entre 6 de agosto e 6 de setembro, o peso argentino continua no topo do ranking, depreciando mais de 20% frente ao dólar. O real brasileiro aparece na posição 12.

 


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