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Um dos resultados mais interessantes da pesquisa econômica das últimas décadas foi a descoberta da importância crucial da pré-escola para o desenvolvimento cognitivo. Crianças que são expostas mais cedo a ambientes de sala de aula apresentam melhores resultados educacionais para o resto da vida. O melhor desempenho acadêmico também resulta em mais sucesso no mercado de trabalho e menor probabilidade de encarceramento. Mais importante ainda: esses efeitos são ainda mais fortes entre crianças que vêm de famílias mais pobres ou que moram em bairros mais pobres.

A oferta de pré-escola ou creches também permite às famílias uma participação maior no mercado de trabalho, trazendo mais renda para a casa. Em famílias típicas brasileiras, em que é comum que a mãe fique em casa tomando conta das crianças, a disponibilidade de creches gera mais oportunidades para as mulheres participarem do mercado de trabalho. Trazendo mais renda para casa, as mulheres também passam a ter mais poder de barganha, podendo até mesmo sair mais facilmente de relacionamentos tóxicos.

Uma das novidades da temporada de eleições presidenciais é a proposta de um "Prouni para creches". Por esse programa, o governo ofereceria bolsas para crianças pobres frequentarem creches privadas, analogamente ao Prouni, que oferece bolsas para universitários pobres. O objetivo é ajudar as famílias pobres a darem melhor educação para seus filhos e terem mais oportunidades no mercado de trabalho.

Mas não seria mais um programa para aumentar os gastos do governo? Como isso pode ser feito, já que estamos em situação fiscal complicadíssima?

Segundo a proposta do Prouni para creches, os recursos viriam da cobrança de mensalidades nas universidades públicas, o que não deixa de ser um passo natural, na medida que já temos o Prouni para ajudar os universitários pobres. Não há justificativa econômica alguma para continuarmos a dar entrada gratuita na universidade pública para todos, inclusive para quem pode pagar.

 

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Como o acesso a creches interfere no futuro da criança?

Um dos resultados mais interessantes da pesquisa econômica das últimas décadas foi a descoberta da importância crucial da pré-escola para o desenvolvimento cognitivo. Crianças que são expostas mais cedo a ambientes de sala de aula apresentam melhores resultados educacionais para o resto da vida. O melhor desempenho acadêmico também resulta em mais sucesso no mercado de trabalho e menor probabilidade de encarceramento. Mais importante ainda: esses efeitos são ainda mais fortes entre crianças que vêm de famílias mais pobres ou que moram em bairros mais pobres. A oferta de pré-escola ou creches também permite às famílias uma participação maior no mercado de trabalho, trazendo mais renda para a casa. Em famílias típicas brasileiras, em que é comum que a mãe fique em casa tomando conta das crianças, a disponibilidade de creches gera mais oportunidades para as mulheres participarem do mercado de trabalho. Trazendo mais renda para casa, as mulheres também passam a ter mais poder de barganha, podendo até mesmo sair mais facilmente de relacionamentos tóxicos. Uma das novidades da temporada de eleições presidenciais é a proposta de um "Prouni para creches". Por esse programa, o governo ofereceria bolsas para crianças pobres frequentarem creches privadas, analogamente ao Prouni, que oferece bolsas para universitários pobres. O objetivo é ajudar as famílias pobres a darem melhor educação para seus filhos e terem mais oportunidades no mercado de trabalho. Mas não seria mais um programa para aumentar os gastos do governo? Como isso pode ser feito, já que estamos em situação fiscal complicadíssima? Segundo a proposta do Prouni para creches, os recursos viriam da cobrança de mensalidades nas universidades públicas, o que não deixa de ser um passo natural, na medida que já temos o Prouni para ajudar os universitários pobres. Não há justificativa econômica alguma para continuarmos a dar entrada gratuita na universidade pública para todos, inclusive para quem pode pagar.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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