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Como o Brasil anda em termos de pobreza? Antes disso: como medimos a pobreza?

Há diversas formas. As mais famosas são as linhas de pobreza. Funcionam assim: alguns burocratas/economistas decidem mediante alguma análise quanto é o mínimo por dia de que um indivíduo precisa para sobreviver. Tem a linha de 1,90 dólar, a de 3,20 dólares, e a de 5 dólares diários. Convertem-se esses valores para moeda local (em paridade de poder de compra) e contabiliza-se quanta gente ganha menos do que aquilo. Bingo. Temos a taxa de pobreza para cada uma daquelas linhas.

A vantagem das linhas é que facilita comparação entre diversos países; a desvantagem é que a pobreza vem em diversas formas e o que talvez seja considerado pobreza nos EUA é diferente do que é considerado pobreza na Bolívia.

Para não ficarmos enchendo este post com gráficos, mostraremos o percentual de pessoas vivendo com menos de 3,20 dólares por dia por país. No gráfico, cada bolinha é um país, e eles estão ordenados do mais ao menos pobre. A primeira coisa que se nota é como a pobreza se reduziu na grande maioria dos países nos 20 anos que separam os dois períodos. A cauda inferior da distribuição ficou bem mais achatada! O Brasil não foi exceção. A pobreza no país caiu bastante. Aliás, até um tantinho mais que a média de todos os países: antes estávamos cravados ali no meio da distribuição; agora estamos um pouco abaixo.

grafico 01

O que levou a essa redução? A combinação de duas coisas: o surgimento em larga escala de programas de distribuição de renda – que ganharam impulso nos anos 1990 – e o crescimento econômico associado a esse período.  Ou seja, o crescimento da torta e como ela é dividida.

O gráfico a seguir mostra essa relação com clareza: em média, os que mais cresceram também lograram maior redução na pobreza. A reta pontilhada mostra o ajuste linear entre essas duas variáveis. Curiosamente, o Brasil está bem em cima da reta de ajuste. Isso significa que para o crescimento econômico que tivemos, não houve surpresa em quanto reduzimos a pobreza no país. Diferentemente do Tajiquistão, Indonésia e Moldova, países nos quais a pobreza caiu excepcionalmente. Mas também diferente de lugares como Egito, Rússia, Polônia e Republica Dominicana, onde a pobreza deveria ter caído mais, dado o crescimento econômico que vivenciaram.

grafico 02

Lição geral do gráfico de hoje: o crescimento, e não apenas os programas de transferência de renda, também é relevante para redução de pobreza.

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Crescimento econômico combate a pobreza?

Como o Brasil anda em termos de pobreza? Antes disso: como medimos a pobreza? Há diversas formas. As mais famosas são as linhas de pobreza. Funcionam assim: alguns burocratas/economistas decidem mediante alguma análise quanto é o mínimo por dia de que um indivíduo precisa para sobreviver. Tem a linha de 1,90 dólar, a de 3,20 dólares, e a de 5 dólares diários. Convertem-se esses valores para moeda local (em paridade de poder de compra) e contabiliza-se quanta gente ganha menos do que aquilo. Bingo. Temos a taxa de pobreza para cada uma daquelas linhas. A vantagem das linhas é que facilita comparação entre diversos países; a desvantagem é que a pobreza vem em diversas formas e o que talvez seja considerado pobreza nos EUA é diferente do que é considerado pobreza na Bolívia. Para não ficarmos enchendo este post com gráficos, mostraremos o percentual de pessoas vivendo com menos de 3,20 dólares por dia por país. No gráfico, cada bolinha é um país, e eles estão ordenados do mais ao menos pobre. A primeira coisa que se nota é como a pobreza se reduziu na grande maioria dos países nos 20 anos que separam os dois períodos. A cauda inferior da distribuição ficou bem mais achatada! O Brasil não foi exceção. A pobreza no país caiu bastante. Aliás, até um tantinho mais que a média de todos os países: antes estávamos cravados ali no meio da distribuição; agora estamos um pouco abaixo. grafico 01 O que levou a essa redução? A combinação de duas coisas: o surgimento em larga escala de programas de distribuição de renda – que ganharam impulso nos anos 1990 – e o crescimento econômico associado a esse período.  Ou seja, o crescimento da torta e como ela é dividida. O gráfico a seguir mostra essa relação com clareza: em média, os que mais cresceram também lograram maior redução na pobreza. A reta pontilhada mostra o ajuste linear entre essas duas variáveis. Curiosamente, o Brasil está bem em cima da reta de ajuste. Isso significa que para o crescimento econômico que tivemos, não houve surpresa em quanto reduzimos a pobreza no país. Diferentemente do Tajiquistão, Indonésia e Moldova, países nos quais a pobreza caiu excepcionalmente. Mas também diferente de lugares como Egito, Rússia, Polônia e Republica Dominicana, onde a pobreza deveria ter caído mais, dado o crescimento econômico que vivenciaram. grafico 02 Lição geral do gráfico de hoje: o crescimento, e não apenas os programas de transferência de renda, também é relevante para redução de pobreza. Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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