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Não é a primeira vez que falamos sobre day trade (e provavelmente não será a última). Já faz um tempo que alertamos para seus riscos, sempre com alguma repercussão nos fóruns e jornais que tratam de investimentos.

Desta vez, o interesse pelo day trade superou os limites da mídia especializada e ganhou espaço no programa satírico de notícias Greg News da HBO Brasil, apresentado por Gregório Duvivier. Até pouco tempo, seria difícil imaginar que um programa desse tipo falaria sobre day trade por quase meia hora e, ao mesmo tempo, entreteria sua audiência. Um sinal dos tempos.

Para quem não sabe, day trade é uma operação de curtíssimo prazo e alto risco que envolve a compra e venda do mesmo ativo financeiro no mesmo dia. Por ocorrer em um mesmo dia, a operação de day trade permite ao investidor operar alavancado, isto é, o investidor consegue “apostar” mais dinheiro do que tem. Assim, os retornos obtidos podem ser grandes, mas os prejuízos também.

No começo de 2019, preocupada com o interesse crescente de investidores inexperientes pelo day trade em contratos futuros, a CVM encomendou um estudo sobre o assunto. Naquela época, já havia um esforço grande por parte de algumas corretoras e de vendedores de cursos para atrair pessoas para o day trade. A dúvida que existia era se as pessoas tinham as informações necessárias para tomarem uma decisão consciente.

Nesse estudo, avaliamos a performance dos investidores que se aventuraram no day trade entre 2013 e 2017. De 19.646 pessoas que começaram a fazer day trade nos contratos de mini-índice, o ativo financeiro com mais day traders da Bolsa, apenas 1.551 insistiram por mais de 300 dias. Ou seja, a grande maioria acabou desistindo em pouco tempo.

Em seguida, nos perguntamos se os que insistiram fizeram isso porque estavam indo bem. Não era o caso: dessas 1.551 pessoas que insistiram, apenas 47 não perderam dinheiro.

Por fim, avaliamos se essas 47 pessoas que conseguiram o feito de não perder ganharam dinheiro suficiente para justificar o tremendo desafio. Também não foi o caso. Somente 17 pessoas obtiveram um lucro médio superior a um salário mínimo, e oito à do piso salarial dos bancários.

Esses números são realmente assustadores. Acreditamos ser importante que todos os aspirantes a day traders tomem conhecimento deles e das dificuldades envolvidas nesse tipo de operação. Por isso, mais uma vez, decidimos falar sobre day trade. O estudo mencionado neste artigo, que conta com a coautoria de dois economistas do Por Quê?, pode ser encontrado aqui.

COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE SÃO PAULO

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Day trade, mais uma vez

Não é a primeira vez que falamos sobre day trade (e provavelmente não será a última). Já faz um tempo que alertamos para seus riscos, sempre com alguma repercussão nos fóruns e jornais que tratam de investimentos.

Desta vez, o interesse pelo day trade superou os limites da mídia especializada e ganhou espaço no programa satírico de notícias Greg News da HBO Brasil, apresentado por Gregório Duvivier. Até pouco tempo, seria difícil imaginar que um programa desse tipo falaria sobre day trade por quase meia hora e, ao mesmo tempo, entreteria sua audiência. Um sinal dos tempos.

Para quem não sabe, day trade é uma operação de curtíssimo prazo e alto risco que envolve a compra e venda do mesmo ativo financeiro no mesmo dia. Por ocorrer em um mesmo dia, a operação de day trade permite ao investidor operar alavancado, isto é, o investidor consegue “apostar” mais dinheiro do que tem. Assim, os retornos obtidos podem ser grandes, mas os prejuízos também.

No começo de 2019, preocupada com o interesse crescente de investidores inexperientes pelo day trade em contratos futuros, a CVM encomendou um estudo sobre o assunto. Naquela época, já havia um esforço grande por parte de algumas corretoras e de vendedores de cursos para atrair pessoas para o day trade. A dúvida que existia era se as pessoas tinham as informações necessárias para tomarem uma decisão consciente.

Nesse estudo, avaliamos a performance dos investidores que se aventuraram no day trade entre 2013 e 2017. De 19.646 pessoas que começaram a fazer day trade nos contratos de mini-índice, o ativo financeiro com mais day traders da Bolsa, apenas 1.551 insistiram por mais de 300 dias. Ou seja, a grande maioria acabou desistindo em pouco tempo.

Em seguida, nos perguntamos se os que insistiram fizeram isso porque estavam indo bem. Não era o caso: dessas 1.551 pessoas que insistiram, apenas 47 não perderam dinheiro.

Por fim, avaliamos se essas 47 pessoas que conseguiram o feito de não perder ganharam dinheiro suficiente para justificar o tremendo desafio. Também não foi o caso. Somente 17 pessoas obtiveram um lucro médio superior a um salário mínimo, e oito à do piso salarial dos bancários.

Esses números são realmente assustadores. Acreditamos ser importante que todos os aspirantes a day traders tomem conhecimento deles e das dificuldades envolvidas nesse tipo de operação. Por isso, mais uma vez, decidimos falar sobre day trade. O estudo mencionado neste artigo, que conta com a coautoria de dois economistas do Por Quê?, pode ser encontrado aqui.


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