Uma plataforma que vai te ajudar a entender um pouco mais de economia.

Os mercados andam estressadíssimos nestes últimos dias. Mas não é de hoje a tendência de piora nas expectativas das pessoas sobre o futuro econômico do Brasil. Como mostra o gráfico do câmbio, já faz uns belos dois meses que a temperatura vem subindo.

dolar real

O gráfico começa no Ano-Novo e vai até quarta-feira, 6. Como se diz nas mesas de operação dos bancos, o câmbio andou uns 20% em pouco tempo, encarecendo sua viagem para o exterior e suas compras na Amazon...

Não se trata apenas de sustos aqui nos trópicos, mas a disparada do dólar tampouco se explica baseada apenas, ou eminentemente, em fatores externos. Em relação a esses últimos, o fator de peso é que a economia norte-americana está surpreendendo pelo seu vigor. O desemprego miou geral, sumiu, escafedeu-se, o que indica alguma inflação adiante, ali na esquina; isso, por sua vez, sinaliza uma taxa de juro mais alta na terra do Tio Sam. O que isso tem a ver conosco? Ora, com juros mais altos lá, as pessoas daqui, de lá e de acolá correm para o dólar. Para aproveitar. Além disso, os argentinos estão gerando algum suspense. Mesmo antes de a Copa começar, os caras já estão em crise. As contas públicas lá foram para o saco e o encantamento com o Macri murchou. O príncipe sapo.

Internamente, a fogueira esquentou geral e nem precisou de sopro externo. O combustível foi... com o perdão do trocadilho, o combustível. Mas não somente ele, e não apenas pelo impacto direto da paralisia desses dias de guerra. O que está assustando os mercados é o ressurgimento do nunca extirpado populismo econômico – tablitas, congelamentos, chantagens e "quetais" - que medra desimpedido no solo fértil de um governo frágil, acusado, acuado, terminal.

Ah, temos também a política, é claro. De que adianta ter lá uma baita equipe econômica agora, se tem eleição já, já? Quem ouve alguns dos candidatos que lideram a peleja e/ou seus assessores econômicos tem bons motivos para ficar com medo. O que faz o cidadão assustado? Compra dólares.

A tensão não vai se dissipar não, palpitamos. Talvez dê uma molezinha nos dias da Copa. E esquece, não tem muito o que o Banco Central possa fazer. Se as pessoas acham que o Brasil pode ir para o desgoverno, bye-bye. O remédio tem que estar colado no diagnóstico. O que está rolando não é um pânico injustificável, para o qual um BC bombeiro, armado de mangueiras de dólares, seria a prescrição ideal. O pânico é, infelizmente, bem justificável: temos uma situação fiscal hiperfrágil e um bom número de populistas na corrida presidencial. Aperta o cinto aí!

 

Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.

Siga a gente no Facebook e Twitter! Inscreva-se no nosso canal no YouTube! E curta as nossas fotos no Instagram :)

Dólar decolando, mercado pegando fogo... O que aconteceu?

Os mercados andam estressadíssimos nestes últimos dias. Mas não é de hoje a tendência de piora nas expectativas das pessoas sobre o futuro econômico do Brasil. Como mostra o gráfico do câmbio, já faz uns belos dois meses que a temperatura vem subindo. dolar real O gráfico começa no Ano-Novo e vai até quarta-feira, 6. Como se diz nas mesas de operação dos bancos, o câmbio andou uns 20% em pouco tempo, encarecendo sua viagem para o exterior e suas compras na Amazon... Não se trata apenas de sustos aqui nos trópicos, mas a disparada do dólar tampouco se explica baseada apenas, ou eminentemente, em fatores externos. Em relação a esses últimos, o fator de peso é que a economia norte-americana está surpreendendo pelo seu vigor. O desemprego miou geral, sumiu, escafedeu-se, o que indica alguma inflação adiante, ali na esquina; isso, por sua vez, sinaliza uma taxa de juro mais alta na terra do Tio Sam. O que isso tem a ver conosco? Ora, com juros mais altos lá, as pessoas daqui, de lá e de acolá correm para o dólar. Para aproveitar. Além disso, os argentinos estão gerando algum suspense. Mesmo antes de a Copa começar, os caras já estão em crise. As contas públicas lá foram para o saco e o encantamento com o Macri murchou. O príncipe sapo. Internamente, a fogueira esquentou geral e nem precisou de sopro externo. O combustível foi... com o perdão do trocadilho, o combustível. Mas não somente ele, e não apenas pelo impacto direto da paralisia desses dias de guerra. O que está assustando os mercados é o ressurgimento do nunca extirpado populismo econômico – tablitas, congelamentos, chantagens e "quetais" - que medra desimpedido no solo fértil de um governo frágil, acusado, acuado, terminal. Ah, temos também a política, é claro. De que adianta ter lá uma baita equipe econômica agora, se tem eleição já, já? Quem ouve alguns dos candidatos que lideram a peleja e/ou seus assessores econômicos tem bons motivos para ficar com medo. O que faz o cidadão assustado? Compra dólares. A tensão não vai se dissipar não, palpitamos. Talvez dê uma molezinha nos dias da Copa. E esquece, não tem muito o que o Banco Central possa fazer. Se as pessoas acham que o Brasil pode ir para o desgoverno, bye-bye. O remédio tem que estar colado no diagnóstico. O que está rolando não é um pânico injustificável, para o qual um BC bombeiro, armado de mangueiras de dólares, seria a prescrição ideal. O pânico é, infelizmente, bem justificável: temos uma situação fiscal hiperfrágil e um bom número de populistas na corrida presidencial. Aperta o cinto aí!   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
Siga a gente no Facebook e Twitter! Inscreva-se no nosso canal no YouTube! E curta as nossas fotos no Instagram :)


Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?clique aqui e assine a nossa Newsletter.

Siga a gente no Facebook e Twitter!
Inscreva-se no nosso canal no YouTube!
Curta as nossas fotos no Instagram!

O que você achou desse texto?

*Não é necessário cadastro.

Avaliação de quem leu:

Avalie esse texto Não é necessário cadastro

A plataforma Por Quê?Economês em bom português nasceu em 2015, com o objetivo de explicar conceitos básicos de economia e tornar o noticiário econômico acessível ao público não especializado. Acreditamos que o raciocínio econômico é essencial para a compreensão da realidade que nos cerca.

Iniciativa

Bei editora
Usamos cookies por vários motivos, como manter o site do PQ? confiável ​​e seguro, personalizar conteúdo e anúncios,
fornecer recursos de mídia social e analisar como o site é usado. Para maiores informações veja nossa Política de Privacidade.