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E a novela dos caminhoneiros continua, de forma previsível.

A imposição de uma tabela de preços mínimos para os fretes é um fiasco, como qualquer economista poderia prever. Quando o governo impõe um preço mínimo abaixo do preço de mercado, esse preço mínimo é irrelevante (exemplo: nenhuma Ferrari pode ser vendida a menos de 500 reais).

Mas quando o preço mínimo está acima do preço de mercado, várias distorções emergem. Por exemplo, digamos que o governo decida que nenhum saco de batatas pode ser vendido a menos de 500 reais. Consequências: a este preço, menos consumidores comprariam batatas; com menos batatas vendidas, muitos plantadores de batatas perderiam seus estoques;  os consumidores tentariam usar substitutos da batata como a mandioca e a batata-doce, causando um aumento no preço desses tubérculos também.

 



 

No fim das contas, perderiam os consumidores e a vasta maioria dos plantadores de batata, exceto os sortudos (ou bem conectados) que conseguirem vender suas batatas ao preço alto.

Mas o caso da tabela do frete é ainda pior, porque o frete rodoviário é um insumo na cadeia produtiva.

O frete artificialmente mais caro é um custo para industriais e principalmente agricultores. Com menos lucros, agricultores têm menos recursos (e incentivos) para investir na próxima safra. Isso provoca um aumento no preço dos alimentos, afetando diretamente o consumidor.

Mas menor produção agrícola significa também menor demanda por fretes. Mais caminhoneiros vão ficar desocupados, ainda que os felizardos que conseguirem carregamentos (mais provavelmente aqueles ligados a grandes transportadoras) recebam mais por seu trabalho.

Para muitos caminhoneiros autônomos, o tabelamento dos fretes vai significar caminhões parados e incapacidade de pagar as prestações do seu veículo.

É uma novela sem final feliz.


 

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E a novela dos caminhoneiros continua...

E a novela dos caminhoneiros continua, de forma previsível. A imposição de uma tabela de preços mínimos para os fretes é um fiasco, como qualquer economista poderia prever. Quando o governo impõe um preço mínimo abaixo do preço de mercado, esse preço mínimo é irrelevante (exemplo: nenhuma Ferrari pode ser vendida a menos de 500 reais). Mas quando o preço mínimo está acima do preço de mercado, várias distorções emergem. Por exemplo, digamos que o governo decida que nenhum saco de batatas pode ser vendido a menos de 500 reais. Consequências: a este preço, menos consumidores comprariam batatas; com menos batatas vendidas, muitos plantadores de batatas perderiam seus estoques;  os consumidores tentariam usar substitutos da batata como a mandioca e a batata-doce, causando um aumento no preço desses tubérculos também.     No fim das contas, perderiam os consumidores e a vasta maioria dos plantadores de batata, exceto os sortudos (ou bem conectados) que conseguirem vender suas batatas ao preço alto. Mas o caso da tabela do frete é ainda pior, porque o frete rodoviário é um insumo na cadeia produtiva. O frete artificialmente mais caro é um custo para industriais e principalmente agricultores. Com menos lucros, agricultores têm menos recursos (e incentivos) para investir na próxima safra. Isso provoca um aumento no preço dos alimentos, afetando diretamente o consumidor. Mas menor produção agrícola significa também menor demanda por fretes. Mais caminhoneiros vão ficar desocupados, ainda que os felizardos que conseguirem carregamentos (mais provavelmente aqueles ligados a grandes transportadoras) recebam mais por seu trabalho. Para muitos caminhoneiros autônomos, o tabelamento dos fretes vai significar caminhões parados e incapacidade de pagar as prestações do seu veículo. É uma novela sem final feliz.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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