Uma plataforma que vai te ajudar a entender um pouco mais de economia.

O medo é que você já esteja cansado da nossa insistência sobre a necessidade de aprovarmos a reforma previdenciária nos moldes atuais (pode mexer aqui e acolá, mas pouco) e, lendo o título, diga: “de novo?”. Pois é, mas o que se pode fazer? Esse é o calcanhar de Aquiles da situação do país, mas sem calcanhar não se sai do lugar.

Sejamos mais precisos: uma reviravolta fiscal enorme é condição necessária, ainda que não suficiente, para sairmos da lama. Esqueça todo o resto; se não revertermos a trajetória fiscal, é fim de jogo.

Dê uma olhada nos gráficos abaixo: são assustadores. Veja a deterioração do déficit –que vem de uma tendência irrefreável de gastos crescentes somada à queda da arrecadação gerada pelo crescimento anêmico. E olhe para onde a dívida irá no fim de 2020. Compare com a média das outras economias ditas emergentes.



A dívida pública do Brasil é quase o dobro da média da dívida dos emergentes, tá ok? Por pecados mais brandos, muita gente já foi condenada ao fogo dos mercados. O que ocorre hoje é uma espera, uma esperança (?), de que a reforma que economiza trilhão passe. Como o montante é gordo, os investidores optaram por não sair ainda. Vale a pena esperar um pouco. Mas a paciência uma hora se esvai, que o digam nossos hermanos mais ao sul que apostaram num ajuste fiscal gradualista.

Em bom português: dívida muito alta hoje é imposto muito alto amanhã. Ou inflação amanhã, ou calote explícito depois de amanhã. Quem vai investir num cenário desses? Melhor esperar para ver se as contas serão ajustadas de um jeito mais razoável, qual seja, pelo lado dos gastos.

Da combinação dos dois parágrafos precedentes resulta o seguinte cenário: por enquanto não tem fuga maçica de capitais, mas tampouco o investimento deslancha. Vamos nos arrastando. É a espera. Mas não tem cenário Godot não, pois se muito loguinho não ficar claro que a reforma vai passar, a plateia sairá aloprada pelas portas apertadas, vendendo tudo no meio do caminho.

Seria o começo do caos.

COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE S.PAULO

Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.

Siga a gente no Facebook e Twitter! Inscreva-se no nosso canal no YouTube! Curta as nossas fotos no Instagram!

Mande uma mensagem pra gente e receba nosso conteúdo no seu celular: (11) 99435-0365

   

Este texto é sobre... Adivinhe!

O medo é que você já esteja cansado da nossa insistência sobre a necessidade de aprovarmos a reforma previdenciária nos moldes atuais (pode mexer aqui e acolá, mas pouco) e, lendo o título, diga: “de novo?”. Pois é, mas o que se pode fazer? Esse é o calcanhar de Aquiles da situação do país, mas sem calcanhar não se sai do lugar. Sejamos mais precisos: uma reviravolta fiscal enorme é condição necessária, ainda que não suficiente, para sairmos da lama. Esqueça todo o resto; se não revertermos a trajetória fiscal, é fim de jogo. Dê uma olhada nos gráficos abaixo: são assustadores. Veja a deterioração do déficit –que vem de uma tendência irrefreável de gastos crescentes somada à queda da arrecadação gerada pelo crescimento anêmico. E olhe para onde a dívida irá no fim de 2020. Compare com a média das outras economias ditas emergentes. A dívida pública do Brasil é quase o dobro da média da dívida dos emergentes, tá ok? Por pecados mais brandos, muita gente já foi condenada ao fogo dos mercados. O que ocorre hoje é uma espera, uma esperança (?), de que a reforma que economiza trilhão passe. Como o montante é gordo, os investidores optaram por não sair ainda. Vale a pena esperar um pouco. Mas a paciência uma hora se esvai, que o digam nossos hermanos mais ao sul que apostaram num ajuste fiscal gradualista. Em bom português: dívida muito alta hoje é imposto muito alto amanhã. Ou inflação amanhã, ou calote explícito depois de amanhã. Quem vai investir num cenário desses? Melhor esperar para ver se as contas serão ajustadas de um jeito mais razoável, qual seja, pelo lado dos gastos. Da combinação dos dois parágrafos precedentes resulta o seguinte cenário: por enquanto não tem fuga maçica de capitais, mas tampouco o investimento deslancha. Vamos nos arrastando. É a espera. Mas não tem cenário Godot não, pois se muito loguinho não ficar claro que a reforma vai passar, a plateia sairá aloprada pelas portas apertadas, vendendo tudo no meio do caminho. Seria o começo do caos. COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE S.PAULO Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
Siga a gente no Facebook e Twitter! Inscreva-se no nosso canal no YouTube! Curta as nossas fotos no Instagram!


Mande uma mensagem pra gente e receba nosso conteúdo no seu celular: (11) 99435-0365


   
Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?clique aqui e assine a nossa Newsletter.

Siga a gente no Facebook e Twitter!
Inscreva-se no nosso canal no YouTube!
Curta as nossas fotos no Instagram!

O que você achou desse texto?

*Não é necessário cadastro.

Avaliação de quem leu:

Avalie esse texto Não é necessário cadastro

A plataforma Por Quê?Economês em bom português nasceu em 2015, com o objetivo de explicar conceitos básicos de economia e tornar o noticiário econômico acessível ao público não especializado. Acreditamos que o raciocínio econômico é essencial para a compreensão da realidade que nos cerca.

Iniciativa

Bei editora
Usamos cookies por vários motivos, como manter o site do PQ? confiável ​​e seguro, personalizar conteúdo e anúncios,
fornecer recursos de mídia social e analisar como o site é usado. Para maiores informações veja nossa Política de Privacidade.