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Ao final da reunião em que o governo jogou a toalha e distribuiu benesses aos caminhoneiros em detrimento da sociedade, o ministro Carlos Marum, da Secretaria de Governo,  declarou: “Vencemos a negociação”.

Talvez o governo tenha vencido como João, que foi assaltado mas entregou ao bandido o relógio de J. Pinto Fernandes, um transeunte que não tinha nada a ver com a história.

Pois foi isso o que aconteceu:  os caminhoneiros chantagearam o Brasil. O governo os atendeu, e pagou o resgate com o dinheiro do contribuinte.

Mais importante: foi um resgate bilionário. Para que as pessoas não passem fome nas cidades e para que os doentes não fiquem sem soro nos hospitais, o governo fez várias concessões.

O preço do diesel foi reduzido em R$ 0,46 o litro, gerando um subsídio que deve custar R$ 9,5 bilhões somente nos próximos sete meses (isto é, quase R$ 20 bilhões em termos anuais). Para pagar essa conta, o governo vai deixar de gastar em áreas como saúde, educação e segurança pública, e aumentar impostos possivelmente com o fim de desonerações fiscais.

O custo desse subsídio é gigantesco. Para ter uma ideia, o orçamento do Ministério da Saúde é de R$ 130 bilhões em 2018. A chantagem dos caminhoneiros lhes rendeu o equivalente a dois meses do gasto federal em saúde!

Outro exemplo é o programa Bolsa Família, que custa R$ 28,7 bilhões ao ano. De uma canetada só, o governo deu aos caminhoneiros o equivalente a 2/3 do programa!  Ou seja: o governo está provando que a chantagem compensa.

Mas, para piorar, o governo também tabelou o preço do frete. De agora em diante, o frete vai ficar mais caro, encarecendo assim permanentemente os bens que compramos, principalmente alimentos perecíveis, cujo preço é consideravelmente afetado pelo frete.

O efeito da paralisação sobre o preço da comida deve ser significativo. Toda a cadeia da proteína animal teve perdas bilionárias, com a morte em massa de aves e porcos devido à falta de  ração. Enquanto os produtores repõem seus estoques, as proteínas animais vão sair mais caras, o que poderá se estender por alguns meses.

Pobre do brasileiro que vai pagar a conta da vitória comemorada pelo ministro.

 

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Governo diz que "venceu" a greve - mas é você quem paga a conta

Ao final da reunião em que o governo jogou a toalha e distribuiu benesses aos caminhoneiros em detrimento da sociedade, o ministro Carlos Marum, da Secretaria de Governo,  declarou: “Vencemos a negociação”. Talvez o governo tenha vencido como João, que foi assaltado mas entregou ao bandido o relógio de J. Pinto Fernandes, um transeunte que não tinha nada a ver com a história. Pois foi isso o que aconteceu:  os caminhoneiros chantagearam o Brasil. O governo os atendeu, e pagou o resgate com o dinheiro do contribuinte. Mais importante: foi um resgate bilionário. Para que as pessoas não passem fome nas cidades e para que os doentes não fiquem sem soro nos hospitais, o governo fez várias concessões. O preço do diesel foi reduzido em R$ 0,46 o litro, gerando um subsídio que deve custar R$ 9,5 bilhões somente nos próximos sete meses (isto é, quase R$ 20 bilhões em termos anuais). Para pagar essa conta, o governo vai deixar de gastar em áreas como saúde, educação e segurança pública, e aumentar impostos possivelmente com o fim de desonerações fiscais. O custo desse subsídio é gigantesco. Para ter uma ideia, o orçamento do Ministério da Saúde é de R$ 130 bilhões em 2018. A chantagem dos caminhoneiros lhes rendeu o equivalente a dois meses do gasto federal em saúde! Outro exemplo é o programa Bolsa Família, que custa R$ 28,7 bilhões ao ano. De uma canetada só, o governo deu aos caminhoneiros o equivalente a 2/3 do programa!  Ou seja: o governo está provando que a chantagem compensa. Mas, para piorar, o governo também tabelou o preço do frete. De agora em diante, o frete vai ficar mais caro, encarecendo assim permanentemente os bens que compramos, principalmente alimentos perecíveis, cujo preço é consideravelmente afetado pelo frete. O efeito da paralisação sobre o preço da comida deve ser significativo. Toda a cadeia da proteína animal teve perdas bilionárias, com a morte em massa de aves e porcos devido à falta de  ração. Enquanto os produtores repõem seus estoques, as proteínas animais vão sair mais caras, o que poderá se estender por alguns meses. Pobre do brasileiro que vai pagar a conta da vitória comemorada pelo ministro.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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