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A resposta é curta: foi a nossa escolha. Assim como só chega bêbado em casa quem quer chegar bêbado em casa, ter inflação beirando os 10% ao ano, nos dias de hoje, é só para quem quer.

(Entre 41 economias, só perdemos hoje para a Rússia no quesito “maior inflação do planeta”.)

Existe algum motivo estrutural para a nossa inflação chegar nesse patamar? Não.

Agora, mais uma vez, com a ênfase que o assunto merece: NÃO!

inflacao no brasil

Vários outros países compartilham nossas peculiaridades e não padecem de inflação alta – ou, pelo menos, tão alta quanto a nossa.

Mas por que somos os bêbados?

Porque nós, brasileiros, insistimos em tomar decisões cujos resultados desastrosos são conhecidos de antemão, na esperança que, talvez, o mundo esteja errado e amanhã não soframos ressaca.

A pior decisão de política macroeconômica das últimas décadas no Brasil aconteceu em meados de 2007. Foi quando o Conselho Monetário Nacional decidiu manter a meta de inflação em 4,5% ao ano, ignorando a oportunidade de ajustá-la para baixo num ambiente favorável.

Esta foi a primeira bomba jogada pelo pessoal da "nova matriz macroeconômica" (e, à época, a decisão foi comemorada como uma grande vitória dos portentosos heterodoxos).

Numa realidade alternativa, seríamos um país emergente normal. Teríamos meta de inflação de 3% ao ano e taxas de juros bem abaixo de 10% (hoje, a Selic está nos 14,25%). Outros emergentes que seguem o regime de metas de inflação e escolhem metas menores que a nossa não só têm conseguido atingir essa meta, mas, inclusive, têm juros menores e crescem mais.

Somando-se à decisão de mirar em uma meta alta (o equivalente a dizer para seu filho que nota boa não importa, o que vale é passar de ano), outra decisão desastrosa foi represar tarifas para conter pressões inflacionárias. É o famoso empurrar com a barriga – ou virar a terceira cachaça. Reduzir a inflação hoje para aumentar amanhã? Qualquer um sabe que isso nunca acaba bem. Mas nós insistimos.

Por que essa vontade incontrolável de encher a cara e acordar mulambento e de ressaca, na calçada? Isso se deve a uma verdadeira jabuticaba intele-qui-tual brasileira.

Somos o único país do mundo que desenvolveu uma escola de pensamento econômico que considera a inflação um fenômeno benigno e funcional, talvez até algo necessário para o processo de desenvolvimento. Pois bem. Essa escola de pensamento é influente. E vários economistas com essa visão de mundo ocuparam cargos importantes no governo nos últimos dois mandatos presidenciais.

 

Por que a inflação do Brasil é uma das maiores do mundo?

A resposta é curta: foi a nossa escolha. Assim como só chega bêbado em casa quem quer chegar bêbado em casa, ter inflação beirando os 10% ao ano, nos dias de hoje, é só para quem quer. (Entre 41 economias, só perdemos hoje para a Rússia no quesito “maior inflação do planeta”.) Existe algum motivo estrutural para a nossa inflação chegar nesse patamar? Não. Agora, mais uma vez, com a ênfase que o assunto merece: NÃO! inflacao no brasil Vários outros países compartilham nossas peculiaridades e não padecem de inflação alta – ou, pelo menos, tão alta quanto a nossa. Mas por que somos os bêbados? Porque nós, brasileiros, insistimos em tomar decisões cujos resultados desastrosos são conhecidos de antemão, na esperança que, talvez, o mundo esteja errado e amanhã não soframos ressaca. A pior decisão de política macroeconômica das últimas décadas no Brasil aconteceu em meados de 2007. Foi quando o Conselho Monetário Nacional decidiu manter a meta de inflação em 4,5% ao ano, ignorando a oportunidade de ajustá-la para baixo num ambiente favorável. Esta foi a primeira bomba jogada pelo pessoal da "nova matriz macroeconômica" (e, à época, a decisão foi comemorada como uma grande vitória dos portentosos heterodoxos). Numa realidade alternativa, seríamos um país emergente normal. Teríamos meta de inflação de 3% ao ano e taxas de juros bem abaixo de 10% (hoje, a Selic está nos 14,25%). Outros emergentes que seguem o regime de metas de inflação e escolhem metas menores que a nossa não só têm conseguido atingir essa meta, mas, inclusive, têm juros menores e crescem mais. Somando-se à decisão de mirar em uma meta alta (o equivalente a dizer para seu filho que nota boa não importa, o que vale é passar de ano), outra decisão desastrosa foi represar tarifas para conter pressões inflacionárias. É o famoso empurrar com a barriga – ou virar a terceira cachaça. Reduzir a inflação hoje para aumentar amanhã? Qualquer um sabe que isso nunca acaba bem. Mas nós insistimos. Por que essa vontade incontrolável de encher a cara e acordar mulambento e de ressaca, na calçada? Isso se deve a uma verdadeira jabuticaba intele-qui-tual brasileira. Somos o único país do mundo que desenvolveu uma escola de pensamento econômico que considera a inflação um fenômeno benigno e funcional, talvez até algo necessário para o processo de desenvolvimento. Pois bem. Essa escola de pensamento é influente. E vários economistas com essa visão de mundo ocuparam cargos importantes no governo nos últimos dois mandatos presidenciais.  
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