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Não faz tanto tempo assim, uns seis meses apenas (o que é muito pouco na escala cósmica), os analistas previam que o Brasil cresceria cerca de 3% este ano. As últimas pesquisas Focus publicadas pelo Banco Central, em que semanalmente cerca de 100 instituições financeiras e consultorias fazem suas projeções para a economia nacional, mostram o quanto essa percepção mudou. Os 3% já viraram 1,5%! Note, caro leitor, que não estamos falando das previsões da minha tia – costureira, muito inteligente, mas que não acompanha mês a mês as vendas de papelão ou de vergalhões. Estamos falando de especialistas!

pibinho

E como podem os especialistas errar tanto?

Errando. Especialistas e economistas entendem muito menos da dinâmica da evolução das variáveis macroeconômicas no curto prazo do que as pessoas (e eles mesmos) parecem pensar. Tem tanto choque, tantas surpresas acontecendo a toda hora que fica difícil acertar previsões. É verdade que às vezes um choque bom anula um ruim e os fundamentos prevalecem, mas no decurso de um ano as coisas mudam muito!

Outra maneira de ver a questão é: não, os especialistas não erraram tanto assim. O problema seria outro: as pessoas focam demais – por culpa dos analistas/economistas também, não me entendam errado - na estimativa central, e esquecem de perguntar sobre o desvio-padrão das projeções.

Seis meses atrás, nós do Por Quê? teríamos imaginado uns 2% de crescimento (estávamos menos otimistas que nossos colegas), com desvio padrão de +/- 2%.  Ou seja, teríamos apostado num intervalo de [0%:4%] com, digamos, 95% de chances. Não gostou?

Dar a resposta em termos de intervalos é o que mais honesto que se pode fazer em termos estatísticos. Mas, por algum motivo, mesmo num mundo onde é impossível entender as dinâmicas de curto prazo das variáveis com alguma segurança, exige-se do economista/analista/assemelhado um valor exato para o câmbio, para a inflação, para o crescimento. E o julgamento que  recebemos é draconiano: se você disse que ia crescer 2% e cresceu 1%, errou feio!

Mas, na verdade, não errou! Ou melhor: você errou no marketing, ao não explicar ao público pagante que o correto teria sido falar entre 0% e 4%.

Dito tudo isso, e entrando pelo terreno pantanoso e mágico em que mais vale uma bola de cristal que um bom doutorado em economia, parece ser fato que no começo do ano o mercado parecia excessivamente otimista com o crescimento da economia brasileira para 2018. É muito difícil dissertar sobre as causas desse otimismo, mas vamos lá.

Um pouco deve ter tido a ver com o tal viés otimista do ser humano, que na grande maioria das vezes acha que tudo vai melhorar. Outro tanto se explica, possivelmente, pelo cheiro de reformas que permeava o ambiente político-econômico alguns trimestres atrás, mas que ao fim e ao cabo teve fôlego curto em parte por fatores difíceis de antecipar. Por fim, tem a coisa puramente estatística da reversão à média. A queda do PIB brasileiro entre 2014 e 2017 foi extremamente brutal. Era de se esperar, recorrendo apenas à frieza da estatística, que o crescimento, quando voltasse, voltasse com alguma pujança. Visto sob essa lente, talvez a melhor leitura seja: a deterioração dos fundamentos e a incerteza sobre os cenários políticos talvez sejam ainda mais severas do que calculavam mesmo os mais pessimistas...

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Mais um pibinho vem aí... Cadê o otimismo do começo de 2018?

Não faz tanto tempo assim, uns seis meses apenas (o que é muito pouco na escala cósmica), os analistas previam que o Brasil cresceria cerca de 3% este ano. As últimas pesquisas Focus publicadas pelo Banco Central, em que semanalmente cerca de 100 instituições financeiras e consultorias fazem suas projeções para a economia nacional, mostram o quanto essa percepção mudou. Os 3% já viraram 1,5%! Note, caro leitor, que não estamos falando das previsões da minha tia – costureira, muito inteligente, mas que não acompanha mês a mês as vendas de papelão ou de vergalhões. Estamos falando de especialistas! pibinho E como podem os especialistas errar tanto? Errando. Especialistas e economistas entendem muito menos da dinâmica da evolução das variáveis macroeconômicas no curto prazo do que as pessoas (e eles mesmos) parecem pensar. Tem tanto choque, tantas surpresas acontecendo a toda hora que fica difícil acertar previsões. É verdade que às vezes um choque bom anula um ruim e os fundamentos prevalecem, mas no decurso de um ano as coisas mudam muito! Outra maneira de ver a questão é: não, os especialistas não erraram tanto assim. O problema seria outro: as pessoas focam demais – por culpa dos analistas/economistas também, não me entendam errado - na estimativa central, e esquecem de perguntar sobre o desvio-padrão das projeções. Seis meses atrás, nós do Por Quê? teríamos imaginado uns 2% de crescimento (estávamos menos otimistas que nossos colegas), com desvio padrão de +/- 2%.  Ou seja, teríamos apostado num intervalo de [0%:4%] com, digamos, 95% de chances. Não gostou? Dar a resposta em termos de intervalos é o que mais honesto que se pode fazer em termos estatísticos. Mas, por algum motivo, mesmo num mundo onde é impossível entender as dinâmicas de curto prazo das variáveis com alguma segurança, exige-se do economista/analista/assemelhado um valor exato para o câmbio, para a inflação, para o crescimento. E o julgamento que  recebemos é draconiano: se você disse que ia crescer 2% e cresceu 1%, errou feio! Mas, na verdade, não errou! Ou melhor: você errou no marketing, ao não explicar ao público pagante que o correto teria sido falar entre 0% e 4%. Dito tudo isso, e entrando pelo terreno pantanoso e mágico em que mais vale uma bola de cristal que um bom doutorado em economia, parece ser fato que no começo do ano o mercado parecia excessivamente otimista com o crescimento da economia brasileira para 2018. É muito difícil dissertar sobre as causas desse otimismo, mas vamos lá. Um pouco deve ter tido a ver com o tal viés otimista do ser humano, que na grande maioria das vezes acha que tudo vai melhorar. Outro tanto se explica, possivelmente, pelo cheiro de reformas que permeava o ambiente político-econômico alguns trimestres atrás, mas que ao fim e ao cabo teve fôlego curto em parte por fatores difíceis de antecipar. Por fim, tem a coisa puramente estatística da reversão à média. A queda do PIB brasileiro entre 2014 e 2017 foi extremamente brutal. Era de se esperar, recorrendo apenas à frieza da estatística, que o crescimento, quando voltasse, voltasse com alguma pujança. Visto sob essa lente, talvez a melhor leitura seja: a deterioração dos fundamentos e a incerteza sobre os cenários políticos talvez sejam ainda mais severas do que calculavam mesmo os mais pessimistas... Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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