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Mais uma vez a Argentina está em crise. As eleições recentes revelaram que, quase com certeza, teremos a volta de Cristina Kirchner ao poder – dessa vez como vice de Alberto Fernandez. Isso foi suficiente para lançar mercados financeiros em parafuso – a bolsa argentina caiu em mais de 30% no dia seguinte às primárias da eleição; o dólar só não subiu tanto por causa da intervenção do banco central local, que subiu juros e vendeu reservas. O risco de mais um calote passou a ser fortemente precificado nos preços dos ativos argentinos.

Essa é uma turbulência de curto prazo. O drama da economia argentina fica ainda mais claro quando olhamos os dados em um período bem mais alargado. A Argentina já foi o país mais rico da América Latina, mas vem perdendo terreno. O gráfico abaixo mostra a renda per capita do país desde 1950. Para comparação, mostramos também os dados do Brasil e do Chile.


Ainda que a renda per capita argentina tenha aumentado ao longo do tempo, esse crescimento foi pífio. A distância em relação aos outros dois países reduziu-se substancialmente; a Argentina, além disso, acabou sendo ultrapassada pelo Chile.

É usual, na literatura sobre crescimento econômico, comparar a renda per capita de países em desenvolvimento com a dos desenvolvidos. A ideia é checar como os países mais pobres estão se aproximando dos ricos. Em particular, calcula-se a renda de cada país como proporção da dos Estados Unidos. Afinal, os Estados Unidos são um país desenvolvido grande, que cresce de maneira consistente ao longo do tempo, a uma taxa bem estável.

No gráfico abaixo mostramos o mesmo gráfico de antes, porém com a renda per capita de cada país como fração da dos Estados Unidos. Note a tendência de queda da Argentina. Em 1950, o país tinha o equivalente a quase 60% da renda americana. Daí para a frente foi só ladeira abaixo. O baixo crescimento fez com que a Argentina se distanciasse do padrão de vida dos países mais ricos.


Outra característica da trajetória argentina ao longo das últimas décadas é sua alta volatilidade. Você pode notar isso nos gráficos acima, em que a linha da Argentina apresenta subidas e descidas bem mais nítidas do que as das linhas do Brasil e do Chile. No próximo gráfico documentamos esse fato. Ele exibe a fração de anos nos quais houve crescimento positivo em relação ao ano anterior, considerando o período 1950 a 2016. Perceba que a Argentina registra um valor bem menor que os do Brasil e do Chile, indicando que contrações de renda per capita são de fato mais comuns por lá.


 

Fonte dos dados: Maddison Project 2018

https://www.rug.nl/ggdc/historicaldevelopment/maddison/releases/maddison-project-database-2018


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O drama de longo prazo da economia Argentina | Gráfico da Semana

Mais uma vez a Argentina está em crise. As eleições recentes revelaram que, quase com certeza, teremos a volta de Cristina Kirchner ao poder – dessa vez como vice de Alberto Fernandez. Isso foi suficiente para lançar mercados financeiros em parafuso – a bolsa argentina caiu em mais de 30% no dia seguinte às primárias da eleição; o dólar só não subiu tanto por causa da intervenção do banco central local, que subiu juros e vendeu reservas. O risco de mais um calote passou a ser fortemente precificado nos preços dos ativos argentinos.

Essa é uma turbulência de curto prazo. O drama da economia argentina fica ainda mais claro quando olhamos os dados em um período bem mais alargado. A Argentina já foi o país mais rico da América Latina, mas vem perdendo terreno. O gráfico abaixo mostra a renda per capita do país desde 1950. Para comparação, mostramos também os dados do Brasil e do Chile.


Ainda que a renda per capita argentina tenha aumentado ao longo do tempo, esse crescimento foi pífio. A distância em relação aos outros dois países reduziu-se substancialmente; a Argentina, além disso, acabou sendo ultrapassada pelo Chile.

É usual, na literatura sobre crescimento econômico, comparar a renda per capita de países em desenvolvimento com a dos desenvolvidos. A ideia é checar como os países mais pobres estão se aproximando dos ricos. Em particular, calcula-se a renda de cada país como proporção da dos Estados Unidos. Afinal, os Estados Unidos são um país desenvolvido grande, que cresce de maneira consistente ao longo do tempo, a uma taxa bem estável.

No gráfico abaixo mostramos o mesmo gráfico de antes, porém com a renda per capita de cada país como fração da dos Estados Unidos. Note a tendência de queda da Argentina. Em 1950, o país tinha o equivalente a quase 60% da renda americana. Daí para a frente foi só ladeira abaixo. O baixo crescimento fez com que a Argentina se distanciasse do padrão de vida dos países mais ricos.


Outra característica da trajetória argentina ao longo das últimas décadas é sua alta volatilidade. Você pode notar isso nos gráficos acima, em que a linha da Argentina apresenta subidas e descidas bem mais nítidas do que as das linhas do Brasil e do Chile. No próximo gráfico documentamos esse fato. Ele exibe a fração de anos nos quais houve crescimento positivo em relação ao ano anterior, considerando o período 1950 a 2016. Perceba que a Argentina registra um valor bem menor que os do Brasil e do Chile, indicando que contrações de renda per capita são de fato mais comuns por lá.


 

Fonte dos dados: Maddison Project 2018

https://www.rug.nl/ggdc/historicaldevelopment/maddison/releases/maddison-project-database-2018


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