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Durante a campanha eleitoral, candidatos lutam pelo voto fazendo promessas, muitas delas impossíveis de cumprir. Por exemplo, Jair Bolsonaro incluiu no seu pacote de bondades a promessa de desoneração da folha de pagamentos em um encontro com empresários em Porto Alegre - veja mais aqui.

O que podemos dizer disso?

À primeira vista, a ideia da desoneração é interessante. Com uma redução dos impostos sobre a folha de pagamentos, fica mais barato contratar e pagar salários. Seria algo positivo para a economia. Mas a tributação sobre a folha de pagamentos não é enviada para Marte. Na realidade, financia o Estado brasileiro, inclusive sua função de prover aposentadorias e assistência para quem precisa mais.

Temos, assim, o que chamamos em economia de trade-off – em bom português, “cobertor curto”.

Se de um lado desonerações estimulam o emprego, aliviando o peso dos impostos sobre o setor privado, de outro as desonerações pioram a situação fiscal, forçando o Estado a aumentar outros impostos, cortar serviços ou se endividar mais (aumentando impostos ou cortando serviços no futuro).

Nosso cobertor hoje é curto. Parece mais uma echarpe. Como o governo gasta mais do que arrecada e a dívida pública está em trajetória crescente, precisamos aumentar impostos e cortar serviços e gastos públicos para que não viremos uma Grécia tropical.

Só fará sentido falar em desoneração quando tivermos equilibrado as contas públicas. O primeiro e maior passo é atacar a principal fonte de desequilíbrio fiscal: nosso sistema de aposentadorias generoso demais, no qual muitos se aposentam cedo.

Depois de fazermos a reforma da Previdência, ainda vamos precisar repensar quais gastos são realmente necessários e quais atividades estatais podem colaborar com o esforço de arrecadação. Não é racional que alunos ricos devam frequentar universidades públicas sem pagar nada, ainda mais em um país desigual como o nosso. Também não é racional que precisemos pagar para um juiz de direito ou promotor de justiça mais  do que países mais ricos pagam.

Depois disso, aí sim, quem sabe, valha a pena falar de desoneração da folha de pagamento.

Lembremos todos: durante o governo Dilma tivemos uma experiência com desoneração da folha de pagamento antes de ajustar as contas públicas. A recessão que resultou das traquinagens de política econômica daquele governo que nos lançou na experiência traumática que estamos vivendo.

 

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O que é mais urgente que a desoneração da folha de pagamentos?

Durante a campanha eleitoral, candidatos lutam pelo voto fazendo promessas, muitas delas impossíveis de cumprir. Por exemplo, Jair Bolsonaro incluiu no seu pacote de bondades a promessa de desoneração da folha de pagamentos em um encontro com empresários em Porto Alegre - veja mais aqui. O que podemos dizer disso? À primeira vista, a ideia da desoneração é interessante. Com uma redução dos impostos sobre a folha de pagamentos, fica mais barato contratar e pagar salários. Seria algo positivo para a economia. Mas a tributação sobre a folha de pagamentos não é enviada para Marte. Na realidade, financia o Estado brasileiro, inclusive sua função de prover aposentadorias e assistência para quem precisa mais. Temos, assim, o que chamamos em economia de trade-off – em bom português, “cobertor curto”. Se de um lado desonerações estimulam o emprego, aliviando o peso dos impostos sobre o setor privado, de outro as desonerações pioram a situação fiscal, forçando o Estado a aumentar outros impostos, cortar serviços ou se endividar mais (aumentando impostos ou cortando serviços no futuro). Nosso cobertor hoje é curto. Parece mais uma echarpe. Como o governo gasta mais do que arrecada e a dívida pública está em trajetória crescente, precisamos aumentar impostos e cortar serviços e gastos públicos para que não viremos uma Grécia tropical. Só fará sentido falar em desoneração quando tivermos equilibrado as contas públicas. O primeiro e maior passo é atacar a principal fonte de desequilíbrio fiscal: nosso sistema de aposentadorias generoso demais, no qual muitos se aposentam cedo. Depois de fazermos a reforma da Previdência, ainda vamos precisar repensar quais gastos são realmente necessários e quais atividades estatais podem colaborar com o esforço de arrecadação. Não é racional que alunos ricos devam frequentar universidades públicas sem pagar nada, ainda mais em um país desigual como o nosso. Também não é racional que precisemos pagar para um juiz de direito ou promotor de justiça mais  do que países mais ricos pagam. Depois disso, aí sim, quem sabe, valha a pena falar de desoneração da folha de pagamento. Lembremos todos: durante o governo Dilma tivemos uma experiência com desoneração da folha de pagamento antes de ajustar as contas públicas. A recessão que resultou das traquinagens de política econômica daquele governo que nos lançou na experiência traumática que estamos vivendo.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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