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Por ora, o dragão inflacionário está adormecido.

Com inflação abaixo da meta, a política monetária do Banco Central deve continuar a manter os juros baixos, ou talvez até reduzi-los ainda mais.

Se conseguirmos avançar com a agenda de ajuste fiscal, cortando programas desnecessários e fazendo a reforma da Previdência, é possível que os juros baixos se tornem permanentes.

Mas o que muda com os juros baixos permanentes?

O maior efeito é sobre o financiamento do setor público. A queda nas taxas de juros, se sustentada por ajuste fiscal permanente como a reforma da Previdência, vai ao longo dos anos reduzir os gastos com pagamento de juros e liberar recursos para outros gastos públicos ou corte de impostos. Isso obviamente traz riscos – nada garante que liberar mais recursos para outros gastos públicos resultará em benefícios para a população, e não em transferências de dinheiro para os amigos do poderoso de plantão, como nossa experiência recente demonstra. Mas também é possível que menores gastos com juros levem a corte de juros ou a gastos que beneficiem a sociedade.

Há também a possibilidade levantada pelo presidente do Banco Central de que juros permanentemente baixos causem uma transformação em nosso sistema financeiro. Essa possibilidade é menos óbvia, pois a Selic, a taxa de juros determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, está longe de ser o único ou o principal determinante das taxas de juros cobradas do setor privado.

Para revolucionar o sistema financeiro, tornando-o mais efetivo quanto ao oferecimento de empréstimo a juros baixos para pequenas empresas e cidadãos, é necessário reformar as leis e práticas que governam as relações entre tomadores de empréstimo e credores. No Brasil, é ainda muito difícil para um credor recuperar seu investimento porque juízes tendem a dar ganho de causa para devedores que não pagam.

Sem garantias para credores, bancos e outros intermediários financeiros vão aceitar fazer negócio somente se remunerados por juros altos.

É isso que estamos vendo. A Selic mais baixa até agora não fez grande diferença nos juros cobrados pelos bancos. Para que os juros de mercado se reduzam substancialmente para os pequenos negócios e cidadãos, é preciso avançar também na agenda de direitos dos credores e em medidas que facilitem a disseminação de informação sobre devedores.

O chamado Cadastro Positivo é um passo na direção certa. Já foi aprovado pelo Senado, ainda falta a aprovação pela Câmara dos Deputados. O Cadastro Positivo vai permitir que devedores que pagam em dia sejam identificados, permitindo mais competição entre credores e reduzindo as taxas de juros cobradas dos bons devedores.

 

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O que muda no Brasil dos juros baixos?

51417837 - scissors and red percent sign down Por ora, o dragão inflacionário está adormecido. Com inflação abaixo da meta, a política monetária do Banco Central deve continuar a manter os juros baixos, ou talvez até reduzi-los ainda mais. Se conseguirmos avançar com a agenda de ajuste fiscal, cortando programas desnecessários e fazendo a reforma da Previdência, é possível que os juros baixos se tornem permanentes. Mas o que muda com os juros baixos permanentes? O maior efeito é sobre o financiamento do setor público. A queda nas taxas de juros, se sustentada por ajuste fiscal permanente como a reforma da Previdência, vai ao longo dos anos reduzir os gastos com pagamento de juros e liberar recursos para outros gastos públicos ou corte de impostos. Isso obviamente traz riscos – nada garante que liberar mais recursos para outros gastos públicos resultará em benefícios para a população, e não em transferências de dinheiro para os amigos do poderoso de plantão, como nossa experiência recente demonstra. Mas também é possível que menores gastos com juros levem a corte de juros ou a gastos que beneficiem a sociedade. Há também a possibilidade levantada pelo presidente do Banco Central de que juros permanentemente baixos causem uma transformação em nosso sistema financeiro. Essa possibilidade é menos óbvia, pois a Selic, a taxa de juros determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, está longe de ser o único ou o principal determinante das taxas de juros cobradas do setor privado. Para revolucionar o sistema financeiro, tornando-o mais efetivo quanto ao oferecimento de empréstimo a juros baixos para pequenas empresas e cidadãos, é necessário reformar as leis e práticas que governam as relações entre tomadores de empréstimo e credores. No Brasil, é ainda muito difícil para um credor recuperar seu investimento porque juízes tendem a dar ganho de causa para devedores que não pagam. Sem garantias para credores, bancos e outros intermediários financeiros vão aceitar fazer negócio somente se remunerados por juros altos. É isso que estamos vendo. A Selic mais baixa até agora não fez grande diferença nos juros cobrados pelos bancos. Para que os juros de mercado se reduzam substancialmente para os pequenos negócios e cidadãos, é preciso avançar também na agenda de direitos dos credores e em medidas que facilitem a disseminação de informação sobre devedores. O chamado Cadastro Positivo é um passo na direção certa. Já foi aprovado pelo Senado, ainda falta a aprovação pela Câmara dos Deputados. O Cadastro Positivo vai permitir que devedores que pagam em dia sejam identificados, permitindo mais competição entre credores e reduzindo as taxas de juros cobradas dos bons devedores.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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