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henrique_meirelles

Às vezes uma notícia que não é notícia é uma boa notícia.

Em países de instituições maduras, pouco importa quem é o ministro da Fazenda. Podemos imaginar como seria o primeiro dia no cargo para o ministro da Fazenda da Suécia. Ele se apresentaria no escritório e receberia, um por um, o pessoal técnico do ministério: os responsáveis pelo orçamento, coleta de impostos, tarifas sobre comércio exterior, relacionamento com órgãos internacionais, projetos de investimento etc. Cada um deles resumiria sua função no ministério, os planos descritos nos “white papers” e atualizaria o novo ministro sobre os desafios operacionais e próximos passos para a execução da agenda estratégica do ministério.

Ninguém na Suécia se preocuparia se o novo ministro da Fazenda sabe economia. Afinal, os objetivos estratégicos do ministério da Fazenda são estabelecidos na esfera política e executados pelos burocratas do departamento. Ademais, políticos e sociedade civil já chegaram a um consenso baseado no bom senso na vasta maioria das questões.

No Brasil, ainda não chegamos a este estágio de desenvolvimento institucional. Não conseguimos consenso nem em uma questão que deveria ser óbvia como a necessidade de reforma da Previdência para que nosso Estado não vá à falência! Qualquer mudança de governo pode mudar o rumo da economia, para o bem ou mal.

É então um bom sinal que tenhamos conseguido dizer adeus ao ministro Henrique Meirelles sem sentir nenhum solavanco. Certamente o barulho causado pelos problemas legais do ex-presidente Lula ajudaram, mas a falta de estresse devido à mudança no ministério da Fazenda merece ser enfatizada.

Não estamos preocupados em descobrir qual o programa de seu substituto, Eduardo Guardia. Nem estamos interessados em saber onde ele estudou ou trabalhou antes de chegar a esta posição de destaque.  Poucos o reconheceriam se sentassem a seu lado no avião.

Não nos transformamos na Suécia. Existe ainda muita incerteza sobre onde as eleições nos levarão. Mas essa mudança no ministério da Fazenda serve para aprendermos como uma transição ministerial aconteceria em um país mais estável. Terrível para quem procura manchetes sensacionalistas, mas enfadonha o suficiente para não distrair nossas decisões de investimento.

Que continuemos a não nos surpreender!

Publicado originalmente na Coluna do Por Quê? na Folha de S.Paulo

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O que muda sem Meirelles na Fazenda?

henrique_meirelles Às vezes uma notícia que não é notícia é uma boa notícia. Em países de instituições maduras, pouco importa quem é o ministro da Fazenda. Podemos imaginar como seria o primeiro dia no cargo para o ministro da Fazenda da Suécia. Ele se apresentaria no escritório e receberia, um por um, o pessoal técnico do ministério: os responsáveis pelo orçamento, coleta de impostos, tarifas sobre comércio exterior, relacionamento com órgãos internacionais, projetos de investimento etc. Cada um deles resumiria sua função no ministério, os planos descritos nos “white papers” e atualizaria o novo ministro sobre os desafios operacionais e próximos passos para a execução da agenda estratégica do ministério. Ninguém na Suécia se preocuparia se o novo ministro da Fazenda sabe economia. Afinal, os objetivos estratégicos do ministério da Fazenda são estabelecidos na esfera política e executados pelos burocratas do departamento. Ademais, políticos e sociedade civil já chegaram a um consenso baseado no bom senso na vasta maioria das questões. No Brasil, ainda não chegamos a este estágio de desenvolvimento institucional. Não conseguimos consenso nem em uma questão que deveria ser óbvia como a necessidade de reforma da Previdência para que nosso Estado não vá à falência! Qualquer mudança de governo pode mudar o rumo da economia, para o bem ou mal. É então um bom sinal que tenhamos conseguido dizer adeus ao ministro Henrique Meirelles sem sentir nenhum solavanco. Certamente o barulho causado pelos problemas legais do ex-presidente Lula ajudaram, mas a falta de estresse devido à mudança no ministério da Fazenda merece ser enfatizada. Não estamos preocupados em descobrir qual o programa de seu substituto, Eduardo Guardia. Nem estamos interessados em saber onde ele estudou ou trabalhou antes de chegar a esta posição de destaque.  Poucos o reconheceriam se sentassem a seu lado no avião. Não nos transformamos na Suécia. Existe ainda muita incerteza sobre onde as eleições nos levarão. Mas essa mudança no ministério da Fazenda serve para aprendermos como uma transição ministerial aconteceria em um país mais estável. Terrível para quem procura manchetes sensacionalistas, mas enfadonha o suficiente para não distrair nossas decisões de investimento. Que continuemos a não nos surpreender! Publicado originalmente na Coluna do Por Quê? na Folha de S.Paulo Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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