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Lá estava eu planejando ir àquela churrascaria quando a Polícia Federal choveu no meu piquenique: a carne brasileira seria estragada, cancerígena e de papelão. Aquela picanha que derrete na boca não passaria de uma embalagem reciclada. Ou algo do gênero.

Mas, velho hábito de economista, mal me saciei com o meu hambúrguer de feijão preto e já estou pronto para explicar o que aconteceu.

Começando com o contexto: o mercado de proteínas animais (carne, ovos, laticínios etc) é altamente regulado, no Brasil e no mundo. Para que possam exportar esses produtos, os países precisam provar a seus pares que zelam pela qualidade. Para isso, agências governamentais inspecionam frigoríficos e certificam que os produtos são seguros e que, realmente, correspondem a descrição na embalagem.

As alegações da Operação Carne Fraca jogam por terra o esforço de muitos anos para criar uma reputação para os produtos de proteína animal brasileiros. As notícias nos últimos dias dão conta de vários países barrando a carne brasileira.

Sendo verdadeiras – e devem ser –, as descobertas da Polícia Federal dão uma lição sobre as contraindicações do intervencionismo estatal.

Durante a década passada, o governo brasileiro decidiu que seria uma boa ideia usar o dinheiro tirado pelos impostos dos bolsos dos trabalhadores para anabolizar uns poucos grupos empresariais no ramo de carnes.
Assim foram criadas megacompanhias na área de proteína animal com alcance mundial e sede no Brasil.

Mas o maior frigorífico do mundo não chegou a essa posição por ser mais eficiente que a concorrência. Tampouco porque seus engenheiros e técnicos inovaram, reduzindo custos e criando produtos novos que satisfazem clientes. Não. Ele chegou à liderança mundial porque seus donos tinham bons relacionamentos com políticos e burocratas. Na calada da noite, eles faziam desaparecer aquela nota de 50 reais de nossa carteira. Usavam esse dinheiro para financiar a expansão de frigoríficos que doavam dezenas de milhões para políticos de todos os partidos.

 Mas o que tem isso a ver com a qualidade da carne?

Bem, o governo brasileiro, pela notória incompetência de nossos burocratas encarregados do “desenvolvimento econômico e social”, interviu na economia. Objetivo: aumentar a concentração econômica no setor de frigoríficos.

Com mais concentração econômica, cresceu também o poder político dos grupos líderes. Quando lida com empresas de porte pequeno e médio, um técnico do Ministério da Agricultura pode resistir mais facilmente às pressões políticas e de seus chefes corrompidos. Mas, quando deve inspecionar um mastodonte que doou 10 milhões de reais para a campanha do último chefe do Executivo eleito, as pressões logo se tornam irresistíveis.

Se até o carpete manchado do Ministério da Agricultura sabe que esse mastodonte recebe dinheiro tirado do contracheque do trabalhador via BNDES, é preciso coragem para dizer não.

E, assim, a incompetência dos intervencionistas e a corrupção de nossos políticos selaram a sorte do setor de proteínas animais brasileiro.

O que o BNDES tem a ver com a Carne Fraca?

Lá estava eu planejando ir àquela churrascaria quando a Polícia Federal choveu no meu piquenique: a carne brasileira seria estragada, cancerígena e de papelão. Aquela picanha que derrete na boca não passaria de uma embalagem reciclada. Ou algo do gênero. Mas, velho hábito de economista, mal me saciei com o meu hambúrguer de feijão preto e já estou pronto para explicar o que aconteceu. Começando com o contexto: o mercado de proteínas animais (carne, ovos, laticínios etc) é altamente regulado, no Brasil e no mundo. Para que possam exportar esses produtos, os países precisam provar a seus pares que zelam pela qualidade. Para isso, agências governamentais inspecionam frigoríficos e certificam que os produtos são seguros e que, realmente, correspondem a descrição na embalagem. As alegações da Operação Carne Fraca jogam por terra o esforço de muitos anos para criar uma reputação para os produtos de proteína animal brasileiros. As notícias nos últimos dias dão conta de vários países barrando a carne brasileira. Sendo verdadeiras – e devem ser –, as descobertas da Polícia Federal dão uma lição sobre as contraindicações do intervencionismo estatal. Durante a década passada, o governo brasileiro decidiu que seria uma boa ideia usar o dinheiro tirado pelos impostos dos bolsos dos trabalhadores para anabolizar uns poucos grupos empresariais no ramo de carnes. Assim foram criadas megacompanhias na área de proteína animal com alcance mundial e sede no Brasil. Mas o maior frigorífico do mundo não chegou a essa posição por ser mais eficiente que a concorrência. Tampouco porque seus engenheiros e técnicos inovaram, reduzindo custos e criando produtos novos que satisfazem clientes. Não. Ele chegou à liderança mundial porque seus donos tinham bons relacionamentos com políticos e burocratas. Na calada da noite, eles faziam desaparecer aquela nota de 50 reais de nossa carteira. Usavam esse dinheiro para financiar a expansão de frigoríficos que doavam dezenas de milhões para políticos de todos os partidos. Mas o que tem isso a ver com a qualidade da carne? Bem, o governo brasileiro, pela notória incompetência de nossos burocratas encarregados do “desenvolvimento econômico e social”, interviu na economia. Objetivo: aumentar a concentração econômica no setor de frigoríficos. Com mais concentração econômica, cresceu também o poder político dos grupos líderes. Quando lida com empresas de porte pequeno e médio, um técnico do Ministério da Agricultura pode resistir mais facilmente às pressões políticas e de seus chefes corrompidos. Mas, quando deve inspecionar um mastodonte que doou 10 milhões de reais para a campanha do último chefe do Executivo eleito, as pressões logo se tornam irresistíveis. Se até o carpete manchado do Ministério da Agricultura sabe que esse mastodonte recebe dinheiro tirado do contracheque do trabalhador via BNDES, é preciso coragem para dizer não. E, assim, a incompetência dos intervencionistas e a corrupção de nossos políticos selaram a sorte do setor de proteínas animais brasileiro.
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