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Ontem o IBGE divulgou a produção industrial nacional relativa ao mês de agosto. O número veio acima do que os analistas de mercado esperavam, o que obviamente não pode ser ruim. Mas o que queremos ressaltar aqui é outra coisa: aprendemos muito pouco olhando para o que acontece num dado mês com esse indicador.

Além disso, é preciso ter cuidado, pois a interpretação pode variar de acordo com o tipo de gráfico, isto é, de como a informação está organizada. Por exemplo: taxas ou nível? O período analisado é representativo ou foca apenas em um dos lados da história a ser contada?

Como você lê a informação contida no gráfico 1 abaixo? Alguns analistas leram como um “vejam, está melhorando bem!” Mas uma leitura mais paciente mostra que o nível da produção industrial no Brasil ainda está abaixo de onde ele se encontrava um ano atrás. E estamos falando de nível, não de taxa.




Um gráfico em taxa é um gráfico onde se mostram variações ao longo do tempo. Podem ser variações de um mês a outro, variações de um trimestre ao outro, ou até mesmo variações no decurso do último ano. Para os normalmente aflitos com o curto prazo, gráficos com taxas mensais podem soar como a escolha mais óbvia. Num certo sentido, são mesmo. Mas o problema é que taxas mensais contêm muito ruído e pouca informação verdadeiramente útil. Muitas coisinhas bobas, idiossincráticas, não recorrentes, acontecem de um mês para o outro.

A nós do PQ? parece mais útil olhar para tendências, principalmente no caso de séries com muita variabilidade, como a da produção industrial. Dá uma espiadela no gráfico seguinte, com taxas mensais. O que você aprende com ele?


A única coisa que ficamos sabendo é que algo estranho ocorreu de maio para junho de 2018. Mas no grande esquema das coisas, isso é um tanto desimportante. Agora vejamos como fica o gráfico de crescimento acumulado em 12 meses, isto é, comparando janeiro de um ano com janeiro do anterior, idem para fevereiro e assim por diante.


Agora sim dá pra ver alguma coisa. Uma desaceleração continuada na época da Nova Matriz Econômica, e um retorno à normalidade após seu desmanche e o retorno da credibilidade. O quadro dos últimos seis meses é mais incerto, dado o aumento da volatilidade, mas a tendência dos últimos 12 meses não é alvissareira.

Para onde vamos? Difícil saber. Economia não é arte de adivinhação. Podemos palpitar que o cenário mais provável, dadas as taxas de juros historicamente baixas e a aprovação da reforma da Previdência na boca da botija, é o de uma economia em 2020 se saindo melhor que em 2019.

 

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O que vemos num gráfico? O caso da produção industrial brasileira

Ontem o IBGE divulgou a produção industrial nacional relativa ao mês de agosto. O número veio acima do que os analistas de mercado esperavam, o que obviamente não pode ser ruim. Mas o que queremos ressaltar aqui é outra coisa: aprendemos muito pouco olhando para o que acontece num dado mês com esse indicador.


Além disso, é preciso ter cuidado, pois a interpretação pode variar de acordo com o tipo de gráfico, isto é, de como a informação está organizada. Por exemplo: taxas ou nível? O período analisado é representativo ou foca apenas em um dos lados da história a ser contada?

Como você lê a informação contida no gráfico 1 abaixo? Alguns analistas leram como um “vejam, está melhorando bem!” Mas uma leitura mais paciente mostra que o nível da produção industrial no Brasil ainda está abaixo de onde ele se encontrava um ano atrás. E estamos falando de nível, não de taxa.






Um gráfico em taxa é um gráfico onde se mostram variações ao longo do tempo. Podem ser variações de um mês a outro, variações de um trimestre ao outro, ou até mesmo variações no decurso do último ano. Para os normalmente aflitos com o curto prazo, gráficos com taxas mensais podem soar como a escolha mais óbvia. Num certo sentido, são mesmo. Mas o problema é que taxas mensais contêm muito ruído e pouca informação verdadeiramente útil. Muitas coisinhas bobas, idiossincráticas, não recorrentes, acontecem de um mês para o outro.

A nós do PQ? parece mais útil olhar para tendências, principalmente no caso de séries com muita variabilidade, como a da produção industrial. Dá uma espiadela no gráfico seguinte, com taxas mensais. O que você aprende com ele?




A única coisa que ficamos sabendo é que algo estranho ocorreu de maio para junho de 2018. Mas no grande esquema das coisas, isso é um tanto desimportante. Agora vejamos como fica o gráfico de crescimento acumulado em 12 meses, isto é, comparando janeiro de um ano com janeiro do anterior, idem para fevereiro e assim por diante.




Agora sim dá pra ver alguma coisa. Uma desaceleração continuada na época da Nova Matriz Econômica, e um retorno à normalidade após seu desmanche e o retorno da credibilidade. O quadro dos últimos seis meses é mais incerto, dado o aumento da volatilidade, mas a tendência dos últimos 12 meses não é alvissareira.

Para onde vamos? Difícil saber. Economia não é arte de adivinhação. Podemos palpitar que o cenário mais provável, dadas as taxas de juros historicamente baixas e a aprovação da reforma da Previdência na boca da botija, é o de uma economia em 2020 se saindo melhor que em 2019.



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