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É só olhar ao nosso redor, principalmente nas cidades grandes. Quantas pessoas normalmente andam em um carro? Uma ou duas. É raro achar situações em que o banco de trás do veículo está ocupado com alguém.

GASOSA

Mesmo que um ônibus seja maior e polua mais do que um carro, carrega bem mais gente. Como consequência, ocupa menos espaço e polui menos por pessoa transportada.

Aí está a vantagem do transporte público.

Quem anda de carro não paga para usar a rua e para respirar o ar. Mas o trânsito e a poluição são custos para a sociedade toda, os quais não entram na conta do motorista quando ele decide tirar seu automóvel de casa.

Andar de carro é, assim, relativamente barato para o motorista, dado que ele não se defronta com todos os custos de sua ação. E isso faz com que as pessoas andem de carro mais do que o desejável para o bem-estar geral.

Justifica-se, portanto, a intervenção do governo para desestimular o uso do carro.

Daí subsídios ao transporte público fazerem, sim, sentido. Ao tornar ônibus e metrô baratos para mais gente, o cidadão é incentivado a deixar seu carro de canto e adotar hábitos que poluam menos e causem menos problemas para o trânsito das cidades.

Passe livre é solução, então? 

Não... Um subsídio de 100%, tornando o preço da passagem igual a zero, não faz o menor sentido. Ao tornar gratuito o transporte público, é verdade, muita gente passará a utilizá-lo. Mas isso também envolve pessoas que não usavam carro antes.

Pense numa pessoa que vai todo dia de sua casa para a da mãe, que fica a uma distância de alguns quarteirões. Ela geralmente vai a pé. Precisa gastar com transporte se o trajeto é tão curto? Não. Por isso a pessoa prefere ir a pé, para economizar a passagem de ônibus. Agora, com o passe livre, esse indivíduo passaria a fazer o trajeto com o transporte público. Ora, se é de graça mesmo... Por que gastar a sola do sapato, ainda que num trajeto curto?

Note: para essa pessoa, o ganho de usar o transporte público seria pequeno – ela só estaria escolhendo o ônibus por ser de graça, não uma necessidade imprescindível. Esse ganho seria provavelmente muito menor do que o custo de prover o transporte.

Aí está a ineficiência da política de passe livre do ponto de vista econômico: o ganho para quem passa a usar o ônibus é menor do que o custo para a sociedade (via pagamento de impostos) em provê-lo.

Não haveria também ganho nenhum em termos de diminuição de congestionamentos e poluição. Afinal, a  pessoa deixou de andar a pé para usar o transporte público.

O passe totalmente livre também tem potencial para lotar ônibus e metrôs, filas e mais tempo de locomoção. Saem prejudicados, assim, os outros usuários, para os quais o transporte público é realmente importante em seu dia-a-dia.

Se o desejo for desestimular a locomoção com automóveis, por que então não taxar diretamente o uso dos carros? Que tal um Movimento Pedágio Urbano?


OUÇA TAMBÉM [audio wav="https://site-porque.s3.amazonaws.com/Rádio-do-PQ-Imprimir-dinheiro.wav"][/audio]    

"Movimento Pedágio Urbano": por que não?

É só olhar ao nosso redor, principalmente nas cidades grandes. Quantas pessoas normalmente andam em um carro? Uma ou duas. É raro achar situações em que o banco de trás do veículo está ocupado com alguém. GASOSA Mesmo que um ônibus seja maior e polua mais do que um carro, carrega bem mais gente. Como consequência, ocupa menos espaço e polui menos por pessoa transportada. Aí está a vantagem do transporte público. Quem anda de carro não paga para usar a rua e para respirar o ar. Mas o trânsito e a poluição são custos para a sociedade toda, os quais não entram na conta do motorista quando ele decide tirar seu automóvel de casa. Andar de carro é, assim, relativamente barato para o motorista, dado que ele não se defronta com todos os custos de sua ação. E isso faz com que as pessoas andem de carro mais do que o desejável para o bem-estar geral. Justifica-se, portanto, a intervenção do governo para desestimular o uso do carro. Daí subsídios ao transporte público fazerem, sim, sentido. Ao tornar ônibus e metrô baratos para mais gente, o cidadão é incentivado a deixar seu carro de canto e adotar hábitos que poluam menos e causem menos problemas para o trânsito das cidades. Passe livre é solução, então?  Não... Um subsídio de 100%, tornando o preço da passagem igual a zero, não faz o menor sentido. Ao tornar gratuito o transporte público, é verdade, muita gente passará a utilizá-lo. Mas isso também envolve pessoas que não usavam carro antes. Pense numa pessoa que vai todo dia de sua casa para a da mãe, que fica a uma distância de alguns quarteirões. Ela geralmente vai a pé. Precisa gastar com transporte se o trajeto é tão curto? Não. Por isso a pessoa prefere ir a pé, para economizar a passagem de ônibus. Agora, com o passe livre, esse indivíduo passaria a fazer o trajeto com o transporte público. Ora, se é de graça mesmo... Por que gastar a sola do sapato, ainda que num trajeto curto? Note: para essa pessoa, o ganho de usar o transporte público seria pequeno – ela só estaria escolhendo o ônibus por ser de graça, não uma necessidade imprescindível. Esse ganho seria provavelmente muito menor do que o custo de prover o transporte. Aí está a ineficiência da política de passe livre do ponto de vista econômico: o ganho para quem passa a usar o ônibus é menor do que o custo para a sociedade (via pagamento de impostos) em provê-lo. Não haveria também ganho nenhum em termos de diminuição de congestionamentos e poluição. Afinal, a  pessoa deixou de andar a pé para usar o transporte público. O passe totalmente livre também tem potencial para lotar ônibus e metrôs, filas e mais tempo de locomoção. Saem prejudicados, assim, os outros usuários, para os quais o transporte público é realmente importante em seu dia-a-dia. Se o desejo for desestimular a locomoção com automóveis, por que então não taxar diretamente o uso dos carros? Que tal um Movimento Pedágio Urbano? OUÇA TAMBÉM [audio wav="https://site-porque.s3.amazonaws.com/Rádio-do-PQ-Imprimir-dinheiro.wav"][/audio]    
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