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Nos últimos dias, após indicação do presidente interino Michel Temer, o economista Ilan Goldfajn foi aprovado pelo Senado como o novo presidente do Banco Central do Brasil (BCB).

E, nos últimos anos, ouvimos muito sobre credibilidade em boa parte das vezes em que a chamada autoridade monetária (outro nome atribuído aos bancos centrais) foi tema de noticiário.

Mas o que é essa credibilidade mesmo? Por que ela é tão importante assim? Nesse sentido, Ilan Goldfajn na chefia do BCB é uma boa?

Todo banco central tem a responsabilidade de ser o guardião do valor da moeda nacional. Não é sua única tarefa, é verdade. Também cabe a ele, entre outras coisas, zelar pela estabilidade do sistema financeiro, como evitar a quebradeira de bancos.

Mas preservar o poder de compra do dinheiro de um país é, muito provavelmente, a sua mais importante missão.

No Brasil, adotamos o sistema de metas de inflação. Esse sistema estipula que o BCB está encarregado de entregar a inflação na meta de 4,5% ao ano.

A ideia é que a inflação seja um pouco maior ou um pouco menor que isso a cada ano, mas que, na média e no longo prazo, o resultado alcançado seja igual ou muito próximo da meta anunciada lá atrás.

Quando empresários/trabalhadores ou credores/devedores confiam razoavelmente que a inflação será entregue na meta, podem entrar em contratos de longo prazo sem medo de que os valores fiquem defasados lá na frente.

Mas, por outro lado, quando a inflação entregue ao término de cada ano é sistematicamente mais alta que a meta anunciada lá no começo, como confiar que vai dar certo nos anos seguintes? A meta, assim, perde credibilidade.

Os contratos feitos entre empresários/trabalhadores ou credores/devedores passam a embutir as expectativas mais altas para o aumento dos preços.

Por exemplo, se a inflação é de 10%, os sindicatos vão ter dificuldade em aceitar reajustes menores que 10%. Se os salários e outros contratos subirem 10% ou mais, assim também subirão os preços, perpetuando assim a inflação alta.

E o que se passou no Brasil nos últimos anos? A meta não foi entregue como o prometido – longe disso. Vários anos de inflação acima da meta desgastaram a credibilidade do BCB. Com a sua credibilidade desgastada, o combate à inflação ficou mais doloroso.

Numa situação dessas, um banco central precisa aumentar os juros mais fortemente. E por quê? Para convencer os agentes econômicos de que há seriedade em seu compromisso com a meta de inflação.

A chegada do novo presidente ao BCB pode quebrar o ciclo vicioso. A reputação impecável e o respeito conquistado por Ilan Goldfajn sob o olhar de seus pares ajuda muito. É um choque de credibilidade.

De repente, temos até motivos para considerar que o BCB será capaz, novamente, de entregar inflação de 4,5% ao ano. Ainda não temos certeza, não combinamos com os russos – o objetivo de redução da inflação também depende de um orçamento responsável, que depende do Congresso e do Poder Executivo.

Mas um primeiro e importante passo parece ter sido dado com a indicação de Ilan. Se as boas notícias continuarem fluindo (olhos no Congresso agora, pessoal!), o choque de credibilidade pode se transformar em queda da inflação, abrindo espaço para reduções dos juros e mais estímulos à economia.


Por que a credibilidade derruba a inflação?

Nos últimos dias, após indicação do presidente interino Michel Temer, o economista Ilan Goldfajn foi aprovado pelo Senado como o novo presidente do Banco Central do Brasil (BCB).

E, nos últimos anos, ouvimos muito sobre credibilidade em boa parte das vezes em que a chamada autoridade monetária (outro nome atribuído aos bancos centrais) foi tema de noticiário.

Mas o que é essa credibilidade mesmo? Por que ela é tão importante assim? Nesse sentido, Ilan Goldfajn na chefia do BCB é uma boa?

Todo banco central tem a responsabilidade de ser o guardião do valor da moeda nacional. Não é sua única tarefa, é verdade. Também cabe a ele, entre outras coisas, zelar pela estabilidade do sistema financeiro, como evitar a quebradeira de bancos.

Mas preservar o poder de compra do dinheiro de um país é, muito provavelmente, a sua mais importante missão.

No Brasil, adotamos o sistema de metas de inflação. Esse sistema estipula que o BCB está encarregado de entregar a inflação na meta de 4,5% ao ano.

A ideia é que a inflação seja um pouco maior ou um pouco menor que isso a cada ano, mas que, na média e no longo prazo, o resultado alcançado seja igual ou muito próximo da meta anunciada lá atrás.

Quando empresários/trabalhadores ou credores/devedores confiam razoavelmente que a inflação será entregue na meta, podem entrar em contratos de longo prazo sem medo de que os valores fiquem defasados lá na frente.

Mas, por outro lado, quando a inflação entregue ao término de cada ano é sistematicamente mais alta que a meta anunciada lá no começo, como confiar que vai dar certo nos anos seguintes? A meta, assim, perde credibilidade.

Os contratos feitos entre empresários/trabalhadores ou credores/devedores passam a embutir as expectativas mais altas para o aumento dos preços.

Por exemplo, se a inflação é de 10%, os sindicatos vão ter dificuldade em aceitar reajustes menores que 10%. Se os salários e outros contratos subirem 10% ou mais, assim também subirão os preços, perpetuando assim a inflação alta.

E o que se passou no Brasil nos últimos anos? A meta não foi entregue como o prometido – longe disso. Vários anos de inflação acima da meta desgastaram a credibilidade do BCB. Com a sua credibilidade desgastada, o combate à inflação ficou mais doloroso.

Numa situação dessas, um banco central precisa aumentar os juros mais fortemente. E por quê? Para convencer os agentes econômicos de que há seriedade em seu compromisso com a meta de inflação.

A chegada do novo presidente ao BCB pode quebrar o ciclo vicioso. A reputação impecável e o respeito conquistado por Ilan Goldfajn sob o olhar de seus pares ajuda muito. É um choque de credibilidade.

De repente, temos até motivos para considerar que o BCB será capaz, novamente, de entregar inflação de 4,5% ao ano. Ainda não temos certeza, não combinamos com os russos – o objetivo de redução da inflação também depende de um orçamento responsável, que depende do Congresso e do Poder Executivo.

Mas um primeiro e importante passo parece ter sido dado com a indicação de Ilan. Se as boas notícias continuarem fluindo (olhos no Congresso agora, pessoal!), o choque de credibilidade pode se transformar em queda da inflação, abrindo espaço para reduções dos juros e mais estímulos à economia.





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