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A inflação no Brasil andou alta por um bom período de tempo, bem acima da meta estipulada de 4,5%. O que ocorreu?

A narrativa dos economistas direta ou indiretamente associados à política econômica prevalecente durante a maior parte do período 2011-2014, também conhecida como Nova Matriz, foca em 2015. Naquele ano, o teto do intervalo de segurança da meta (que é de 6,5%) foi ultrapassado. A inflação cheia chegou a dois dígitos em 12 meses!

De acordo com a tese da heterodoxia nacional, isso se deveu a um imenso choque adverso: os preços administrados por contratos e, portanto, sob influência direta do governo, subiram cerca de 20% naquele ano. Joaquim Levy, então ministro de Dilma, acabava com o congelamento artificial imposto pelo seu predecessor. Sendo assim, teria sido um erro da autoridade monetária manter a Selic elevada por tanto tempo. Não se reage tão duramente quando a origem da inflação é um choque de custos dessa natureza.

A frase precedente está correta! Mas é num certo sentido irrelevante para o episódio discutido. Por quê? Porque a inflação dos preços livres, ou seja, aquela que exclui os administrados da conta, já estava rodando lá na casa dos 8% - muito acima da meta de 4,5% - por vários trimestres muito antes de tudo isso. O gráfico abaixo deixa isso muito claro:

inflação preços livres

A inflação cheia, que inclui também os administrados, estava mais baixa, entre 6% e 6,5%, mas apenas porque o governo congelou os preços administrados - que durante o período 2012-2014 subiram menos de 2% ao ano em média.

A política monetária só se faz sentir nos preços livres, não controlados. Desde fins de 2012 até poucos meses atrás estes vinham crescendo nas vizinhanças de 8% em 12 meses. Por isso o Banco Central decidiu manter a política apertada até bem recentemente.

A lógica básica da politica monetária é: caiu a inflação, pode reduzir os juros. E não, como andam dizendo alguns, reduzir os juros para ver se a inflação cai!

Por que a inflação andava tão alta no Brasil?

A inflação no Brasil andou alta por um bom período de tempo, bem acima da meta estipulada de 4,5%. O que ocorreu? A narrativa dos economistas direta ou indiretamente associados à política econômica prevalecente durante a maior parte do período 2011-2014, também conhecida como Nova Matriz, foca em 2015. Naquele ano, o teto do intervalo de segurança da meta (que é de 6,5%) foi ultrapassado. A inflação cheia chegou a dois dígitos em 12 meses! De acordo com a tese da heterodoxia nacional, isso se deveu a um imenso choque adverso: os preços administrados por contratos e, portanto, sob influência direta do governo, subiram cerca de 20% naquele ano. Joaquim Levy, então ministro de Dilma, acabava com o congelamento artificial imposto pelo seu predecessor. Sendo assim, teria sido um erro da autoridade monetária manter a Selic elevada por tanto tempo. Não se reage tão duramente quando a origem da inflação é um choque de custos dessa natureza. A frase precedente está correta! Mas é num certo sentido irrelevante para o episódio discutido. Por quê? Porque a inflação dos preços livres, ou seja, aquela que exclui os administrados da conta, já estava rodando lá na casa dos 8% - muito acima da meta de 4,5% - por vários trimestres muito antes de tudo isso. O gráfico abaixo deixa isso muito claro: inflação preços livres A inflação cheia, que inclui também os administrados, estava mais baixa, entre 6% e 6,5%, mas apenas porque o governo congelou os preços administrados - que durante o período 2012-2014 subiram menos de 2% ao ano em média. A política monetária só se faz sentir nos preços livres, não controlados. Desde fins de 2012 até poucos meses atrás estes vinham crescendo nas vizinhanças de 8% em 12 meses. Por isso o Banco Central decidiu manter a política apertada até bem recentemente. A lógica básica da politica monetária é: caiu a inflação, pode reduzir os juros. E não, como andam dizendo alguns, reduzir os juros para ver se a inflação cai!
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