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Em política monetária, a gente fala que a meta de inflação proposta pelo governo serve de âncora para as expectativas de inflação. Essa âncora, em tese, faz o papel de... hmmm, bem... de ANCORAR. Supostamente, a meta de inflação anunciada serve de guia para a sociedade e para os mercados. Produtores passam a reajustar seus preços de acordo com a meta anunciada e tudo na economia se torna mais previsível, mais estável – supostamente.

Veja você: isso depende crucialmente das pessoas acreditarem na meta anunciada. E, para isso, o que é necessário? Que o Banco Central tenha o bom hábito de trabalhar por uma inflação sempre ali bem perto – por vezes um pouco acima ou abaixo – da tal meta. Caso contrário, deixa de ser meta e vira piada de boteco.

Pois bem. A última vez que a inflação anual no Brasil ficou coladinha na meta foi em 2009, ano de crise mundial. De lá para cá, rondou a casa dos 6% (com meta, ainda vigente, de 4,5%) e, neste ano, vai bater perto de 9,5%.

Por que sempre tão longe da meta?

Há alguns anos, por culpa do próprio Banco Central, que praticou política muito frouxa de juros. Mais recentemente, por causa (1) da situação fiscal do governo, que gasta consistentemente acima do que arrecada; e (2) do reajuste (necessário, diga-se) de tarifas, como as da conta de luz e dos combustíveis.

O ponto é: por erros do passado, ninguém mais leva muito a sério a meta anunciada ano após ano.

Desde meados deste ano, o Banco Central prometia, de pés juntíssimos, entregar inflação de 4,5% em 2016. Sempre pareceu irrealista, dado que a bichinha vai fechar este ano acima dos 9%. Mas já jogaram a toalha: agora, o prazo para o avanço médio dos preços desacelerar parece mais realista. Inflação dentro da meta, nas novas previsões do Banco Central, só em 2017.

E, de fato, faz sentido ser mais realista. A política econômica dos últimos cinco anos é que não fez sentido algum. E é por causa dela que estamos nesta encruzilhada, de inflação alta e crescimento econômico baixo.

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Por que a inflação só deve recuar em 2017?

Em política monetária, a gente fala que a meta de inflação proposta pelo governo serve de âncora para as expectativas de inflação. Essa âncora, em tese, faz o papel de... hmmm, bem... de ANCORAR. Supostamente, a meta de inflação anunciada serve de guia para a sociedade e para os mercados. Produtores passam a reajustar seus preços de acordo com a meta anunciada e tudo na economia se torna mais previsível, mais estável – supostamente. Veja você: isso depende crucialmente das pessoas acreditarem na meta anunciada. E, para isso, o que é necessário? Que o Banco Central tenha o bom hábito de trabalhar por uma inflação sempre ali bem perto – por vezes um pouco acima ou abaixo – da tal meta. Caso contrário, deixa de ser meta e vira piada de boteco. Pois bem. A última vez que a inflação anual no Brasil ficou coladinha na meta foi em 2009, ano de crise mundial. De lá para cá, rondou a casa dos 6% (com meta, ainda vigente, de 4,5%) e, neste ano, vai bater perto de 9,5%. Por que sempre tão longe da meta? Há alguns anos, por culpa do próprio Banco Central, que praticou política muito frouxa de juros. Mais recentemente, por causa (1) da situação fiscal do governo, que gasta consistentemente acima do que arrecada; e (2) do reajuste (necessário, diga-se) de tarifas, como as da conta de luz e dos combustíveis. O ponto é: por erros do passado, ninguém mais leva muito a sério a meta anunciada ano após ano. Desde meados deste ano, o Banco Central prometia, de pés juntíssimos, entregar inflação de 4,5% em 2016. Sempre pareceu irrealista, dado que a bichinha vai fechar este ano acima dos 9%. Mas já jogaram a toalha: agora, o prazo para o avanço médio dos preços desacelerar parece mais realista. Inflação dentro da meta, nas novas previsões do Banco Central, só em 2017. E, de fato, faz sentido ser mais realista. A política econômica dos últimos cinco anos é que não fez sentido algum. E é por causa dela que estamos nesta encruzilhada, de inflação alta e crescimento econômico baixo. - Veja também:
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