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[caption id="attachment_722" align="alignright" width="706"]Divulgação Divulgação[/caption]

Minhas caras amigas, meus caros amigos, nem só por estatísticas bate este coração. Desde a juventude cultivo um amor, desses platônicos, pela antiga musa de Chico Buarque, a dama Marieta Severo. E não por isso, mas por também ser um aficionado por televisão, perdi meu último domingo enamorado por seu sorriso, no chato Domingão do Faustão.

Lá pelas tantas, o ex-gordo começou a discursar contra a atual situação do Brasil, pessimista que só ele. Minha musa ouviu dele:

– Este é o país da desesperança!

Marieta, garanto a você, deu uma resposta certeira. Por quê?

Não, não foi certeira por levar os defensores deste governo à loucura. Foi certeira por admitir que estamos em crise. E mais: por dizer que ela vai passar. E passará mesmo, como tantas outras, bem piores, em que estivemos afundados.

Sim, doce Marieta, desde que o Brasil conseguiu sair da longa década de 1980, com o Plano Real em 1994 e os arranjos institucionais da segunda metade dos anos 1990, tivemos avanços significativos. O Brasil conquistou, como bem disse, avanços significativos em inclusão social.

Como você, discordo do Faustão.

Não por apenas não ir com a cara dele. Discordo, porque, afinal, se temos corrupção ela tem sido investigada. Alguns corruptos estão indo para a cadeia. E não tenho porque acreditar que governantes que fracassam possam se perpetuar.

Claro, não vamos chegar ao nirvana do desenvolvimento tão cedo – eis aqui a tentação de puxar meu carro para Miami. Mas, se o país mantiver o bom funcionamento das instituições e evitarmos solavancos causados pela irresponsabilidade fiscal e pelo imediatismo, não vejo porque duvidar que, sim,  Marieta, deixaremos um Brasil melhor para nossos filhos e netos.

No entanto, Marieta, calma lá também. Admirador seu, não posso lhe esconder o outro lado da verdade: essas conquistas estão na corda bamba e podem se perder.

As coisas técnicas da economia não são tão atraentes como a arte, as revoluções libertárias, a poesia em forma de música. São, sim, a base das tais conquistas sociais por você exaltadas. E quando o governo desanda e a economia vai mal, feito hoje, todos sofrem. Sobretudo os mais pobres, Marieta.

A presidente que você ajudou a eleger, por exemplo. Essa jogou muita coisa boa no lixo. E a desigualdade parou de cair. Para muita gente, ou, sendo mais claro, para a gente pobre deste nosso Brasil, essas conquistas estão sendo diluídas, pouco a pouco. Marieta, este é o ponto mais sensível de nossa crise.

Você, parafraseando Chico, disse que “vai passar”. Também acho, Marieta. Mas vai passar porque o menino Levy está cortando um dobrado para acertar as trapalhadas deste governo. E porque o Banco Central acordou, finalmente, para o problemão da inflação.

Marietinha (desculpe a liberdade), poderíamos estar já num outro patamar, entende?

Talvez o melhor caminho não seja o pessimismo do Fausto Silva, é verdade. Mas o seu otimismo, Marieta, querida, tampouco é salvação.

Precisamos de realismo concreto. E que nossas paixões se limitem à dos corações enamorados, como o meu, eternamente, por você.

Quanto a nós, eu e vocês, leitores amigos, meros mortais, continuemos orando enquanto amamos Marieta.

POR QUE O BNDES USA O SEU DINHEIRO COMO QUER?

 

 

Por que Marieta Severo tem razão?

[caption id="attachment_722" align="alignright" width="706"]Divulgação Divulgação[/caption] Minhas caras amigas, meus caros amigos, nem só por estatísticas bate este coração. Desde a juventude cultivo um amor, desses platônicos, pela antiga musa de Chico Buarque, a dama Marieta Severo. E não por isso, mas por também ser um aficionado por televisão, perdi meu último domingo enamorado por seu sorriso, no chato Domingão do Faustão. Lá pelas tantas, o ex-gordo começou a discursar contra a atual situação do Brasil, pessimista que só ele. Minha musa ouviu dele: – Este é o país da desesperança! Marieta, garanto a você, deu uma resposta certeira. Por quê? Não, não foi certeira por levar os defensores deste governo à loucura. Foi certeira por admitir que estamos em crise. E mais: por dizer que ela vai passar. E passará mesmo, como tantas outras, bem piores, em que estivemos afundados. Sim, doce Marieta, desde que o Brasil conseguiu sair da longa década de 1980, com o Plano Real em 1994 e os arranjos institucionais da segunda metade dos anos 1990, tivemos avanços significativos. O Brasil conquistou, como bem disse, avanços significativos em inclusão social. Como você, discordo do Faustão. Não por apenas não ir com a cara dele. Discordo, porque, afinal, se temos corrupção ela tem sido investigada. Alguns corruptos estão indo para a cadeia. E não tenho porque acreditar que governantes que fracassam possam se perpetuar. Claro, não vamos chegar ao nirvana do desenvolvimento tão cedo – eis aqui a tentação de puxar meu carro para Miami. Mas, se o país mantiver o bom funcionamento das instituições e evitarmos solavancos causados pela irresponsabilidade fiscal e pelo imediatismo, não vejo porque duvidar que, sim,  Marieta, deixaremos um Brasil melhor para nossos filhos e netos. No entanto, Marieta, calma lá também. Admirador seu, não posso lhe esconder o outro lado da verdade: essas conquistas estão na corda bamba e podem se perder. As coisas técnicas da economia não são tão atraentes como a arte, as revoluções libertárias, a poesia em forma de música. São, sim, a base das tais conquistas sociais por você exaltadas. E quando o governo desanda e a economia vai mal, feito hoje, todos sofrem. Sobretudo os mais pobres, Marieta. A presidente que você ajudou a eleger, por exemplo. Essa jogou muita coisa boa no lixo. E a desigualdade parou de cair. Para muita gente, ou, sendo mais claro, para a gente pobre deste nosso Brasil, essas conquistas estão sendo diluídas, pouco a pouco. Marieta, este é o ponto mais sensível de nossa crise. Você, parafraseando Chico, disse que “vai passar”. Também acho, Marieta. Mas vai passar porque o menino Levy está cortando um dobrado para acertar as trapalhadas deste governo. E porque o Banco Central acordou, finalmente, para o problemão da inflação. Marietinha (desculpe a liberdade), poderíamos estar já num outro patamar, entende? Talvez o melhor caminho não seja o pessimismo do Fausto Silva, é verdade. Mas o seu otimismo, Marieta, querida, tampouco é salvação. Precisamos de realismo concreto. E que nossas paixões se limitem à dos corações enamorados, como o meu, eternamente, por você. Quanto a nós, eu e vocês, leitores amigos, meros mortais, continuemos orando enquanto amamos Marieta. POR QUE O BNDES USA O SEU DINHEIRO COMO QUER?    
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