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Com a carne bem mais cara, a tentação de impor controles de preços aumenta. Nesta semana, o prefeito de Lago Verde (MA) baixou um decreto fixando o preço da carne bovina na cidade.

Já vimos esse filme antes. Durante o Plano Cruzado, em 1986, o governo federal congelou o preço de diversos itens. O resultado foi o desabastecimento generalizado. Um dos primeiros mercados a apresentar problemas desse tipo foi justamente o de carnes.

Em um momento de escassez mais aguda, os preços tendem a subir, incentivando produtores a ofertar mais, ao mesmo tempo em que isso desincentiva o consumo do item. Essas duas forças fazem com que demanda e oferta se alinhem novamente.

Mas se o governo não deixa os preços se mexerem, a oferta não sobe e a demanda não cai. O resultado é o desabastecimento.

Esse efeito deve ser ainda mais forte se uma pequena cidade decide sozinha controlar o preço. Isso porque os açougues locais terão menos capacidade de pagar os preços que os frigoríficos estão cobrando para abastecê-los.

Os frigoríficos tenderão a direcionar suas vendas para outras cidades, onde o preço da carne permanece mais alto, e os açougues ainda têm condições de pagar. O desabastecimento local, assim, tende a ser ainda maior do que no caso da uma política de controle nacional, como aconteceu no Plano Cruzado.

Os consumidores da cidade continuarão a ter acesso ao produto, mas terão que se deslocar para fazer as compras. Para a cidade é um tiro no pé, pois ela empurra parte da sua atividade econômica (e arrecadação de impostos) para as vizinhas.

De qualquer forma, impõe-se o custo desnecessário do deslocamento aos consumidores. Sorte de quem tem carro.




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Por que não faz sentido controlar o preço da carne?

Com a carne bem mais cara, a tentação de impor controles de preços aumenta. Nesta semana, o prefeito de Lago Verde (MA) baixou um decreto fixando o preço da carne bovina na cidade.


Já vimos esse filme antes. Durante o Plano Cruzado, em 1986, o governo federal congelou o preço de diversos itens. O resultado foi o desabastecimento generalizado. Um dos primeiros mercados a apresentar problemas desse tipo foi justamente o de carnes.

Em um momento de escassez mais aguda, os preços tendem a subir, incentivando produtores a ofertar mais, ao mesmo tempo em que isso desincentiva o consumo do item. Essas duas forças fazem com que demanda e oferta se alinhem novamente.

Mas se o governo não deixa os preços se mexerem, a oferta não sobe e a demanda não cai. O resultado é o desabastecimento.

Esse efeito deve ser ainda mais forte se uma pequena cidade decide sozinha controlar o preço. Isso porque os açougues locais terão menos capacidade de pagar os preços que os frigoríficos estão cobrando para abastecê-los.

Os frigoríficos tenderão a direcionar suas vendas para outras cidades, onde o preço da carne permanece mais alto, e os açougues ainda têm condições de pagar. O desabastecimento local, assim, tende a ser ainda maior do que no caso da uma política de controle nacional, como aconteceu no Plano Cruzado.

Os consumidores da cidade continuarão a ter acesso ao produto, mas terão que se deslocar para fazer as compras. Para a cidade é um tiro no pé, pois ela empurra parte da sua atividade econômica (e arrecadação de impostos) para as vizinhas.

De qualquer forma, impõe-se o custo desnecessário do deslocamento aos consumidores. Sorte de quem tem carro.




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