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Um dos maiores desafios que o Brasil enfrenta é a necessidade de melhorar a qualidade da educação. Sem uma população mais bem educada e mais produtiva, não conseguiremos dar um passo adiante na direção de nos tornarmos um país rico. Precisamos de mais e melhores engenheiros, médicos, arquitetos, advogados, mecânicos, recepcionistas... e professores.

O problema é: saber o que precisamos é fácil, difícil é saber como podemos chegar lá.



Por exemplo, devemos gastar mais em educação? Digamos que sim. Mas, então, como devemos gastar mais? Com professores ou com melhores instalações físicas, como bibliotecas e salas de informática? E se gastarmos mais com professores, devemos contratar mais profissionais ou aumentar os salários dos professores já empregados?

A lista de indagações pode crescer exponencialmente. Política educacional é difícil, muito difícil.

Uma proposta, no plano de políticas sociais do vice-presidente Temer, é o pagamento de bônus para professores. O prêmio seria dado ou por seu bom desempenho ou por sua participação em cursos de capacitação profissional.

Existem prós e contras nessa proposta.

Comecemos então pelos principais problemas.

O bônus para desempenho pressupõe que o desempenho do professor pode ser medido. E até pode mesmo, mas fazer essa medição é que são elas. Alguns aspectos do desempenho são fáceis de avaliar, como se o professor está ou não presente em sala de aula.

Outros fatores são complicados. Por exemplo, a eficiência do professor.

Podemos premiar professores de alunos com notas altas ou que melhoraram suas notas. O desempenho dos alunos em testes padronizados, no entanto, é uma medida imperfeita da qualidade do ensino. A nota dos alunos depende de vários fatores além da qualidade do professor, afinal.

A medição objetiva do desempenho também pode distorcer os incentivos dos professores. Por quê? Porque um professor efetivo não só ensina alunos a “tirar nota” nos testes. Ele também ensina a pensar criticamente, a ter disciplina, a praticar a cidadania, etc. Se a renda do professor depender muito da nota nos testes padronizados, seu esforço em outras áreas importante de seu trabalho pode ser reduzido.

E agora vamos examinar as virtudes mais nítidas da proposta.

Alguns professores são bons e dedicados. Outros, incompetentes ou preguiçosos. É crucial que as escolas públicas tenham mecanismos para premiar os bons profissionais e punir os que deixam a desejar.

Note: é quase impossível demitir um professor incompetente de uma escola pública.

Um aumento generalizado dos salários dos professores ajuda na retenção dos bons professores. Mas também prende os ruins aos seus cargos.

Precisamos de mecanismos para afastar os professores ruins, aqueles que não cumprem o objetivo pelo qual são remunerados com nosso pagamento de impostos: formar cidadãos bem capacitados. Um jeito de se fazer isso é oferecer um salário base baixo para todos e aumentar, via bônus, que premiem a qualidade o salário do bom profissional com bônus.

Por exemplo, os bônus podem ser distribuídos para os professores que completarem com sucesso programas de capacitação, cujos alunos estejam acima de um padrão mínimo de desempenho ou cujos alunos melhoraram em alguma métrica objetiva.

Uma outra ideia: usar o sistema de bônus para incentivar professores bons a aceitar empregos em escolas carentes. Por exemplo, um bônus pode ser dado aos professores que são efetivos e aceitam se mudar para uma escola pior que sua escola atual. Assim, professores bons estariam mais dispostos a atuar onde eles são mais necessários.

 

Por que pagar bônus para professores?

Um dos maiores desafios que o Brasil enfrenta é a necessidade de melhorar a qualidade da educação. Sem uma população mais bem educada e mais produtiva, não conseguiremos dar um passo adiante na direção de nos tornarmos um país rico. Precisamos de mais e melhores engenheiros, médicos, arquitetos, advogados, mecânicos, recepcionistas... e professores. O problema é: saber o que precisamos é fácil, difícil é saber como podemos chegar lá. Por exemplo, devemos gastar mais em educação? Digamos que sim. Mas, então, como devemos gastar mais? Com professores ou com melhores instalações físicas, como bibliotecas e salas de informática? E se gastarmos mais com professores, devemos contratar mais profissionais ou aumentar os salários dos professores já empregados? A lista de indagações pode crescer exponencialmente. Política educacional é difícil, muito difícil. Uma proposta, no plano de políticas sociais do vice-presidente Temer, é o pagamento de bônus para professores. O prêmio seria dado ou por seu bom desempenho ou por sua participação em cursos de capacitação profissional. Existem prós e contras nessa proposta. Comecemos então pelos principais problemas. O bônus para desempenho pressupõe que o desempenho do professor pode ser medido. E até pode mesmo, mas fazer essa medição é que são elas. Alguns aspectos do desempenho são fáceis de avaliar, como se o professor está ou não presente em sala de aula. Outros fatores são complicados. Por exemplo, a eficiência do professor. Podemos premiar professores de alunos com notas altas ou que melhoraram suas notas. O desempenho dos alunos em testes padronizados, no entanto, é uma medida imperfeita da qualidade do ensino. A nota dos alunos depende de vários fatores além da qualidade do professor, afinal. A medição objetiva do desempenho também pode distorcer os incentivos dos professores. Por quê? Porque um professor efetivo não só ensina alunos a “tirar nota” nos testes. Ele também ensina a pensar criticamente, a ter disciplina, a praticar a cidadania, etc. Se a renda do professor depender muito da nota nos testes padronizados, seu esforço em outras áreas importante de seu trabalho pode ser reduzido. E agora vamos examinar as virtudes mais nítidas da proposta. Alguns professores são bons e dedicados. Outros, incompetentes ou preguiçosos. É crucial que as escolas públicas tenham mecanismos para premiar os bons profissionais e punir os que deixam a desejar. Note: é quase impossível demitir um professor incompetente de uma escola pública. Um aumento generalizado dos salários dos professores ajuda na retenção dos bons professores. Mas também prende os ruins aos seus cargos. Precisamos de mecanismos para afastar os professores ruins, aqueles que não cumprem o objetivo pelo qual são remunerados com nosso pagamento de impostos: formar cidadãos bem capacitados. Um jeito de se fazer isso é oferecer um salário base baixo para todos e aumentar, via bônus, que premiem a qualidade o salário do bom profissional com bônus. Por exemplo, os bônus podem ser distribuídos para os professores que completarem com sucesso programas de capacitação, cujos alunos estejam acima de um padrão mínimo de desempenho ou cujos alunos melhoraram em alguma métrica objetiva. Uma outra ideia: usar o sistema de bônus para incentivar professores bons a aceitar empregos em escolas carentes. Por exemplo, um bônus pode ser dado aos professores que são efetivos e aceitam se mudar para uma escola pior que sua escola atual. Assim, professores bons estariam mais dispostos a atuar onde eles são mais necessários.  
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