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Em boa parte dos condomínios brasileiros a conta de água é compartilhada. O gasto total é dividido entre todos os apartamentos mensalmente – todos pagam o mesmo, usem muito, pouco ou água nenhuma. Ou seja, mesmo a água sendo cada vez mais escassa, esse modelo tradicional de cobrança incentiva o desperdício e os gastos excessivos.


Vejamos o porquê.

Suponha que você decida economizar água. Quais os custos e benefícios dessa decisão?

Há um custo evidente: você perde conforto. Sua família tem de tomar banhos mais curtos agora. Você precisa ficar atento para não deixar torneiras abertas. Não pode lavar roupa com tanta frequência, lavar o chão da varanda com mangueira e por aí vai.

Os benefícios? Uma consciência mais tranquila. Por não desperdiçar água e pagar uma conta mais baixa no fim do mês.

Problema: esse último benefício é quase nulo se você mora num condomínio com conta compartilhada.

Por quê?

Quando você economiza água, diminui em muito pouco o gasto total do condomínio. Consequentemente, a redução da conta será pequena. Se, por exemplo, há 100 apartamentos em seu condomínio e você reduz seu consumo em 20%, a conta de água do prédio inteiro (e, portanto, a sua) diminuiria em míseros 0,2%. E isso não faz nem cócegas no seu bolso...

Com contas individualizadas, fim do problema. Você paga só pela água que usou – ou desperdiçou. Daí que a queda no valor da conta é muito maior. No caso, uma redução de consumo de 20% se traduziria em uma queda dos mesmos 20% na sua conta.

O que isso significa?

Que o benefício de economizar água é muito menor no esquema de contas compartilhadas. Há pouquíssimo incentivo a reduzir o consumo na comparação ao modelo de contas individuais. Resultado: desperdício e conta elevada para todo mundo.

O ideal – e não só para o seu bolso, mas para a sociedade inteira, que precisa da água para viver – seria que a contas em condomínios fossem individualizadas. Mas vários deles têm de fazer obras específicas que podem ser custosas (não só pelo gasto em dinheiro, mas pelo transtorno aos moradores) e dificultar a mudança.

Nesse sentido, lei recém sancionada pela Presidência vem a calhar. Com ela, novos condomínios deverão contar com medidores individuais de água.

Não é só mais justo, já que cada morador pagar pelo próprio uso. Ajuda também na conservação da água, tão escassa e necessária. Quem desperdiça sente no bolso. Pena que, ao valer só para condomínios novos, efeitos positivos significativos devam surgir só lá na frente, no longo prazo.

Por que você paga a água do vizinho?

Em boa parte dos condomínios brasileiros a conta de água é compartilhada. O gasto total é dividido entre todos os apartamentos mensalmente – todos pagam o mesmo, usem muito, pouco ou água nenhuma. Ou seja, mesmo a água sendo cada vez mais escassa, esse modelo tradicional de cobrança incentiva o desperdício e os gastos excessivos. Vejamos o porquê. Suponha que você decida economizar água. Quais os custos e benefícios dessa decisão? Há um custo evidente: você perde conforto. Sua família tem de tomar banhos mais curtos agora. Você precisa ficar atento para não deixar torneiras abertas. Não pode lavar roupa com tanta frequência, lavar o chão da varanda com mangueira e por aí vai. Os benefícios? Uma consciência mais tranquila. Por não desperdiçar água e pagar uma conta mais baixa no fim do mês. Problema: esse último benefício é quase nulo se você mora num condomínio com conta compartilhada. Por quê? Quando você economiza água, diminui em muito pouco o gasto total do condomínio. Consequentemente, a redução da conta será pequena. Se, por exemplo, há 100 apartamentos em seu condomínio e você reduz seu consumo em 20%, a conta de água do prédio inteiro (e, portanto, a sua) diminuiria em míseros 0,2%. E isso não faz nem cócegas no seu bolso... Com contas individualizadas, fim do problema. Você paga só pela água que usou – ou desperdiçou. Daí que a queda no valor da conta é muito maior. No caso, uma redução de consumo de 20% se traduziria em uma queda dos mesmos 20% na sua conta. O que isso significa? Que o benefício de economizar água é muito menor no esquema de contas compartilhadas. Há pouquíssimo incentivo a reduzir o consumo na comparação ao modelo de contas individuais. Resultado: desperdício e conta elevada para todo mundo. O ideal – e não só para o seu bolso, mas para a sociedade inteira, que precisa da água para viver – seria que a contas em condomínios fossem individualizadas. Mas vários deles têm de fazer obras específicas que podem ser custosas (não só pelo gasto em dinheiro, mas pelo transtorno aos moradores) e dificultar a mudança. Nesse sentido, lei recém sancionada pela Presidência vem a calhar. Com ela, novos condomínios deverão contar com medidores individuais de água. Não é só mais justo, já que cada morador pagar pelo próprio uso. Ajuda também na conservação da água, tão escassa e necessária. Quem desperdiça sente no bolso. Pena que, ao valer só para condomínios novos, efeitos positivos significativos devam surgir só lá na frente, no longo prazo.
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