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Você já deve ter lido por aí que Portugal conseguiu escapar de uma das maiores crises de sua história sem recorrer a políticas de austeridade. Que os portugueses venceram a recessão com medidas de estímulo, e que o Brasil deveria ir pelo mesmo caminho de salvação: aumento de gastos. Essa lenda ganhou vida por aqui após uma matéria da The Economist, repercutida por grandes veículos nacionais e nas redes.

Os dados, no entanto, não corroboram essa narrativa. Primeiro, veja a evolução da renda por habitante (per capita) em Portugal nos últimos anos. Depois de profunda recessão, a economia voltava a reagir em 2014:grafico portugal 03

O economista brasileiro Roberto Ellery, da UNB, joga luz ao ajuste fiscal promovido no país:

grafico portugal 01

Neste primeiro gráfico acima, você vê a evolução do gasto do governo português em bilhões de euros. Em 2015, quando António Luís Silva da Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro, Portugal já crescia. Qualquer "estímulo" praticado por ele a partir do ano seguinte foi feito justamente sob esse ajuste. Veja aí a a evolução do gasto público em Portugal, agora em proporção ao PIB.

grafico portugal 02

O ajuste começou em 2011. Em maio daquele ano, Portugal recebeu empréstimo de 78 bilhões de euros de FMI e União Europeia. A contrapartida: um aperto nos cintos, bem mais pesado do que qualquer projeto de reforma já apresentado pelo governo do Brasil. Pelo lado das receitas, alta nos impostos; pelo lado dos gastos, funcionários públicos foram demitidos ou tiveram salários cortados, além de novas regras para a Previdência.

Para mais detalhes, acesse o blog de Roberto Ellery clicando aqui.

 

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Portugal saiu da crise sem austeridade?

Você já deve ter lido por aí que Portugal conseguiu escapar de uma das maiores crises de sua história sem recorrer a políticas de austeridade. Que os portugueses venceram a recessão com medidas de estímulo, e que o Brasil deveria ir pelo mesmo caminho de salvação: aumento de gastos. Essa lenda ganhou vida por aqui após uma matéria da The Economist, repercutida por grandes veículos nacionais e nas redes. Os dados, no entanto, não corroboram essa narrativa. Primeiro, veja a evolução da renda por habitante (per capita) em Portugal nos últimos anos. Depois de profunda recessão, a economia voltava a reagir em 2014:grafico portugal 03 O economista brasileiro Roberto Ellery, da UNB, joga luz ao ajuste fiscal promovido no país: grafico portugal 01 Neste primeiro gráfico acima, você vê a evolução do gasto do governo português em bilhões de euros. Em 2015, quando António Luís Silva da Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro, Portugal já crescia. Qualquer "estímulo" praticado por ele a partir do ano seguinte foi feito justamente sob esse ajuste. Veja aí a a evolução do gasto público em Portugal, agora em proporção ao PIB. grafico portugal 02 O ajuste começou em 2011. Em maio daquele ano, Portugal recebeu empréstimo de 78 bilhões de euros de FMI e União Europeia. A contrapartida: um aperto nos cintos, bem mais pesado do que qualquer projeto de reforma já apresentado pelo governo do Brasil. Pelo lado das receitas, alta nos impostos; pelo lado dos gastos, funcionários públicos foram demitidos ou tiveram salários cortados, além de novas regras para a Previdência. Para mais detalhes, acesse o blog de Roberto Ellery clicando aqui.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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