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"Se eu me contaminei, isso é responsabilidade minha. Ninguém tem nada a ver com isso". Palavras do Presidente da República, Jair Bolsonaro, comentando sua participação presencial (inclusive tocando pessoas) nas manifestações desse domingo, ignorando recomendações médicasAfinal, ele interagiu recentemente com pessoas que estão infectadas e deveria ter ficado em quarentena.

 

O que mais assusta na declaração é o trecho “ninguém tem nada a ver com isso”. As pessoas têm sim a ver com isso, pois a atitude do presidente afeta outros, na medida em que aumenta as chances de espalhar a doença. Não é só ele o potencial prejudicado.

 

É o que chamamos em economia de externalidade negativa, isto é, uma situação em que as ações de uma pessoa acabam afetando outras de maneira adversa. Quem dirige um carro, por exemplo, prejudica outros na medida em aumenta poluição e trânsito. Quem não toma as devidas precauções recomendadas pelos profissionais de saúde aumenta as chances de outros contraírem a doença.

 

Tudo bem, o presidente é só um indivíduo no meio de milhões. Se todo mundo faz sua parte e ele não, o impacto não é tão grande assim. Mas há outro problema, ainda maior: o exemplo dado por Bolsonaro.

 

O arsenal de políticas públicas para combater externalidades negativas em geral inclui punições a quem as provoca, como impostos, multas e até proibições. Mas para que essas medidas tenham efeito, é preciso detectar eventuais causadores das externalidades.

 

É relativamente fácil, por exemplo, taxar alguém por usar o carro. Como, entretanto, detectar quem não está tomando as precauções necessárias? Como verificar se a pessoa está lavando as mãos, mantendo distância física de outros, ficando em casa na medida do possível etc.? Muito difícil.

 

Nessas situações, incentivos econômicos não funcionam. É preciso persuadir a população a tomar as atitudes corretas. Apelar para o espírito cívico. E líderes precisam dar o exemplo. Jair Bolsonaro fez justamente o contrário.

 

Diretamente, ele terá certamente pouco impacto na difusão da doença. Suas atitudes como líder são, todavia, muito mais perigosas. 



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Presidente Bolsonaro, temos sim a ver com suas atitudes!

"Se eu me contaminei, isso é responsabilidade minha. Ninguém tem nada a ver com isso". Palavras do Presidente da República, Jair Bolsonaro, comentando sua participação presencial (inclusive tocando pessoas) nas manifestações desse domingo, ignorando recomendações médicasAfinal, ele interagiu recentemente com pessoas que estão infectadas e deveria ter ficado em quarentena.


 

O que mais assusta na declaração é o trecho “ninguém tem nada a ver com isso”. As pessoas têm sim a ver com isso, pois a atitude do presidente afeta outros, na medida em que aumenta as chances de espalhar a doença. Não é só ele o potencial prejudicado.

 

É o que chamamos em economia de externalidade negativa, isto é, uma situação em que as ações de uma pessoa acabam afetando outras de maneira adversa. Quem dirige um carro, por exemplo, prejudica outros na medida em aumenta poluição e trânsito. Quem não toma as devidas precauções recomendadas pelos profissionais de saúde aumenta as chances de outros contraírem a doença.

 

Tudo bem, o presidente é só um indivíduo no meio de milhões. Se todo mundo faz sua parte e ele não, o impacto não é tão grande assim. Mas há outro problema, ainda maior: o exemplo dado por Bolsonaro.

 

O arsenal de políticas públicas para combater externalidades negativas em geral inclui punições a quem as provoca, como impostos, multas e até proibições. Mas para que essas medidas tenham efeito, é preciso detectar eventuais causadores das externalidades.

 

É relativamente fácil, por exemplo, taxar alguém por usar o carro. Como, entretanto, detectar quem não está tomando as precauções necessárias? Como verificar se a pessoa está lavando as mãos, mantendo distância física de outros, ficando em casa na medida do possível etc.? Muito difícil.

 

Nessas situações, incentivos econômicos não funcionam. É preciso persuadir a população a tomar as atitudes corretas. Apelar para o espírito cívico. E líderes precisam dar o exemplo. Jair Bolsonaro fez justamente o contrário.

 

Diretamente, ele terá certamente pouco impacto na difusão da doença. Suas atitudes como líder são, todavia, muito mais perigosas. 






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