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							Sanduíche de picanha sem picanha. Produto com cara de leite condensado (até com a imagem famosa da moça na embalagem) que na verdade é uma mistura condensada. Esses são apenas alguns exemplos recentes de empresas acusadas de “enganar” os consumidores.

Em meio a uma rotina intensa, de fato é muito difícil prestar atenção em tudo quando fazemos compras. Alguns atributos são mais salientes, como o preço do produto. E muitas vezes deixamos passar batidas algumas informações relevantes. Um exemplo está na fotografia abaixo, que eu mesmo tirei em um supermercado de uma rede gigante do país. 


Para escolher qual comprar, o consumidor compara os preços. Uma olhada rápida nas etiquetas sugere que o da esquerda é mais barato. Mas perceba que ele também tem uma quantidade menor – 200 g contra 240 g do outro. Essa informação muitas vezes não é notada. E, se for notada, o consumidor precisaria fazer uma conta para inferir qual dos dois vale mais a pena. Uma pessoa com uma lista grande de compras e pouco tempo dificilmente pararia para fazer isso.

O cereal à esquerda é, na verdade, mais caro: custa R$ 48,45 por quilo contra R$ 44,96 por quilo daquele à direita. Mas a dificuldade em fazer a comparação faz com que muitas vezes levemos para casa algo mais caro, na ilusão de que é mais barato. E empresas podem se aproveitar dessa confusão para ganhar dinheiro às nossas custas.

Como políticas públicas podem ajudar nesse caso? Uma opção é normatizar o tamanho das embalagens. As caixas de cereal devem todas ser de 200 g, por exemplo. Mas isso pode trazer prejuízo, na forma de uma menor diversidade de produto para os consumidores. Alguns deles podem preferir uma embalagem maior, e sairiam prejudicados com uma medida desse tipo.

Uma opção melhor é prover informação aos consumidores, para que eles realizem escolhas melhores. Já falamos sobre isso recentemente, no caso chileno de selos que indicam se um produto é pouco saudável.

No Brasil, já há uma lei que obriga estabelecimentos a informar o preço por unidade de medida (por quilo, litro etc.). Isso seria suficiente para reduzir a dificuldade do consumidor em comparar produtos com quantidades diferentes.

No entanto, se você notar as etiquetas de preço na imagem, verá que a informação está lá – ou seja, o supermercado está cumprindo a legislação. Só que a letra é minúscula! Veja abaixo as etiquetas ampliadas. Se a ideia era tornar a informação saliente ao consumidor, claramente não está funcionando. 



Será que precisaremos de uma mudança de lei, especificando também o tamanho da letra do preço por quilo? 

COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE S.PAULO 

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Qual é o mais barato?

Sanduíche de picanha sem picanha. Produto com cara de leite condensado (até com a imagem famosa da moça na embalagem) que na verdade é uma mistura condensada. Esses são apenas alguns exemplos recentes de empresas acusadas de “enganar” os consumidores.

Em meio a uma rotina intensa, de fato é muito difícil prestar atenção em tudo quando fazemos compras. Alguns atributos são mais salientes, como o preço do produto. E muitas vezes deixamos passar batidas algumas informações relevantes. Um exemplo está na fotografia abaixo, que eu mesmo tirei em um supermercado de uma rede gigante do país. 


Para escolher qual comprar, o consumidor compara os preços. Uma olhada rápida nas etiquetas sugere que o da esquerda é mais barato. Mas perceba que ele também tem uma quantidade menor – 200 g contra 240 g do outro. Essa informação muitas vezes não é notada. E, se for notada, o consumidor precisaria fazer uma conta para inferir qual dos dois vale mais a pena. Uma pessoa com uma lista grande de compras e pouco tempo dificilmente pararia para fazer isso.

O cereal à esquerda é, na verdade, mais caro: custa R$ 48,45 por quilo contra R$ 44,96 por quilo daquele à direita. Mas a dificuldade em fazer a comparação faz com que muitas vezes levemos para casa algo mais caro, na ilusão de que é mais barato. E empresas podem se aproveitar dessa confusão para ganhar dinheiro às nossas custas.

Como políticas públicas podem ajudar nesse caso? Uma opção é normatizar o tamanho das embalagens. As caixas de cereal devem todas ser de 200 g, por exemplo. Mas isso pode trazer prejuízo, na forma de uma menor diversidade de produto para os consumidores. Alguns deles podem preferir uma embalagem maior, e sairiam prejudicados com uma medida desse tipo.

Uma opção melhor é prover informação aos consumidores, para que eles realizem escolhas melhores. Já falamos sobre isso recentemente, no caso chileno de selos que indicam se um produto é pouco saudável.

No Brasil, já há uma lei que obriga estabelecimentos a informar o preço por unidade de medida (por quilo, litro etc.). Isso seria suficiente para reduzir a dificuldade do consumidor em comparar produtos com quantidades diferentes.

No entanto, se você notar as etiquetas de preço na imagem, verá que a informação está lá – ou seja, o supermercado está cumprindo a legislação. Só que a letra é minúscula! Veja abaixo as etiquetas ampliadas. Se a ideia era tornar a informação saliente ao consumidor, claramente não está funcionando. 



Será que precisaremos de uma mudança de lei, especificando também o tamanho da letra do preço por quilo? 

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