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A política de "tolerância zero" contra imigrantes de Donald Trump continua fazendo muito barulho. São chocantes as imagens de crianças separadas de seus pais ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos. Algumas pessoas defendem a medida como uma forma de desestimular a imigração ilegal. O próprio procurador geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, reconheceu que a política tem o objetivo de mandar uma mensagem a outros potenciais imigrantes que estejam considerando cruzar a fronteira.

Podemos encaixar esse raciocínio em uma simples análise de custo-benefício, que em economia utilizamos para entender o comportamento de consumidores, empresas, políticos – e imigrantes. Uma pessoa está considerando se mudar com a família para outro país, e compara os custos e benefícios esperados em jogo.

O benefício dessa ação está na possibilidade de ter uma vida melhor (para si próprio e sua família) nos Estados Unidos. Os custos incluem não apenas o dispêndio monetário associado à viagem, mas também aos riscos envolvidos. Se houver um cenário em que a pessoa será separada de seus filhos, esses custos certamente aumentarão. Várias pessoas (especialmente quem já tem família), ao comparar custo e benefício de migrar, tendem a entender que não vale a pena. E, sendo assim, optarão por não se mudar para os Estados Unidos.

Ou seja, é de se supor que a medida tenha, sim, o potencial de reduzir os incentivos a migrar e, consequentemente, os fluxos migratórios.

Mas, ainda que a política mexa nos incentivos de modo a alcançar o resultado desejado, não há como defendê-la. Moralmente, não faz o menor sentido colocar crianças em pequenas jaulas, separadas de seus pais. Como sociedade, não podemos aceitar algo desse tipo.

No passado, cortavam-se as mãos de pessoas pegas roubando para prevenir novos crimes. Utilizava-se castigo físico para estimular trabalhadores a se esforçarem. Tudo isso também mexe com incentivos. Mas, por motivos morais, não recorremos a ações desse tipo. Na mesma linha, não dá para aceitar a separação de pais e filhos na fronteira sul dos Estados Unidos.

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Separação de pais e filhos nos EUA inibe a imigração ilegal?

A política de "tolerância zero" contra imigrantes de Donald Trump continua fazendo muito barulho. São chocantes as imagens de crianças separadas de seus pais ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos. Algumas pessoas defendem a medida como uma forma de desestimular a imigração ilegal. O próprio procurador geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, reconheceu que a política tem o objetivo de mandar uma mensagem a outros potenciais imigrantes que estejam considerando cruzar a fronteira. Podemos encaixar esse raciocínio em uma simples análise de custo-benefício, que em economia utilizamos para entender o comportamento de consumidores, empresas, políticos – e imigrantes. Uma pessoa está considerando se mudar com a família para outro país, e compara os custos e benefícios esperados em jogo. O benefício dessa ação está na possibilidade de ter uma vida melhor (para si próprio e sua família) nos Estados Unidos. Os custos incluem não apenas o dispêndio monetário associado à viagem, mas também aos riscos envolvidos. Se houver um cenário em que a pessoa será separada de seus filhos, esses custos certamente aumentarão. Várias pessoas (especialmente quem já tem família), ao comparar custo e benefício de migrar, tendem a entender que não vale a pena. E, sendo assim, optarão por não se mudar para os Estados Unidos. Ou seja, é de se supor que a medida tenha, sim, o potencial de reduzir os incentivos a migrar e, consequentemente, os fluxos migratórios. Mas, ainda que a política mexa nos incentivos de modo a alcançar o resultado desejado, não há como defendê-la. Moralmente, não faz o menor sentido colocar crianças em pequenas jaulas, separadas de seus pais. Como sociedade, não podemos aceitar algo desse tipo. No passado, cortavam-se as mãos de pessoas pegas roubando para prevenir novos crimes. Utilizava-se castigo físico para estimular trabalhadores a se esforçarem. Tudo isso também mexe com incentivos. Mas, por motivos morais, não recorremos a ações desse tipo. Na mesma linha, não dá para aceitar a separação de pais e filhos na fronteira sul dos Estados Unidos. Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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