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Como já comentei diversas vezes, ações e palavras de líderes podem afetar o comportamento da população. Isso se mostrou bastante evidente na pandemia, quando é necessário induzir as pessoas a tomar atitudes que diminuam a disseminação da doença – como usar máscara e praticar distanciamento social.

Veja, por exemplo, o presidente americano, que por diversas vezes deu declarações em que minimizou os riscos do coronavírus, recusou-se a usar máscaras e insistiu em tratamentos não comprovados, entre outras atitudes. Tudo isso mexe com o comportamento das pessoas, principalmente de seus apoiadores mais fiéis, que acreditam em suas palavras mais do que na de especialistas de seu próprio governo.

O problema é que, dessa forma, Trump induz um grupo de indivíduos a não tomar atitudes seguras, o que só ajuda na propagação do vírus.

Outra briga de longa data do presidente americano é contra o sistema de votação. Trump insiste que há fraudes disseminadas, que apenas o prejudicam – apesar de não haver nenhuma evidência disso. Recentemente, o presidente americano resolveu atacar o sistema de votação pelo correio, que deverá ser usado com muito mais frequência na eleição presidencial desse ano, em razão da pandemia.

Provavelmente, Trump busca intimidar os estados para que  não adotem  a votação pelo correio de maneira ampla. Mas ele terá um grande problema caso não tenha sucesso com essa estratégia. Afinal, ele sinaliza a seus apoiadores que o sistema é repleto de fraudes e seus votos não valerão nada.

Se a pessoa acreditar nessa mensagem, por que gastaria seu tempo preenchendo e reenviando a cédula? Pode haver uma queda na participação no pleito justamente de indivíduos que tendem a votar em Trump.

Talvez o custo seja baixo o suficiente, que a pessoa tope participar, mesmo que acredite que o voto não será contado. Vejamos o que acontece em novembro.
Mais sobre essa discussão aqui: https://www.politico.com/news/2020/08/03/trumps-assault-on-mail-voting-threatens-his-reelection-bid-390949.


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Trump, o coronavírus e a eleição americana

Como já comentei diversas vezes, ações e palavras de líderes podem afetar o comportamento da população. Isso se mostrou bastante evidente na pandemia, quando é necessário induzir as pessoas a tomar atitudes que diminuam a disseminação da doença – como usar máscara e praticar distanciamento social.

Veja, por exemplo, o presidente americano, que por diversas vezes deu declarações em que minimizou os riscos do coronavírus, recusou-se a usar máscaras e insistiu em tratamentos não comprovados, entre outras atitudes. Tudo isso mexe com o comportamento das pessoas, principalmente de seus apoiadores mais fiéis, que acreditam em suas palavras mais do que na de especialistas de seu próprio governo.

O problema é que, dessa forma, Trump induz um grupo de indivíduos a não tomar atitudes seguras, o que só ajuda na propagação do vírus.

Outra briga de longa data do presidente americano é contra o sistema de votação. Trump insiste que há fraudes disseminadas, que apenas o prejudicam – apesar de não haver nenhuma evidência disso. Recentemente, o presidente americano resolveu atacar o sistema de votação pelo correio, que deverá ser usado com muito mais frequência na eleição presidencial desse ano, em razão da pandemia.

Provavelmente, Trump busca intimidar os estados para que  não adotem  a votação pelo correio de maneira ampla. Mas ele terá um grande problema caso não tenha sucesso com essa estratégia. Afinal, ele sinaliza a seus apoiadores que o sistema é repleto de fraudes e seus votos não valerão nada.

Se a pessoa acreditar nessa mensagem, por que gastaria seu tempo preenchendo e reenviando a cédula? Pode haver uma queda na participação no pleito justamente de indivíduos que tendem a votar em Trump.

Talvez o custo seja baixo o suficiente, que a pessoa tope participar, mesmo que acredite que o voto não será contado. Vejamos o que acontece em novembro.
Mais sobre essa discussão aqui: https://www.politico.com/news/2020/08/03/trumps-assault-on-mail-voting-threatens-his-reelection-bid-390949.


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