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A Europa fez um baita esforço de união depois da Segunda Guerra Mundial. Um continente com laços internos mais fortes diminuiria a chance de um novo conflito devastador. Depois de duas guerras dramáticas e de muitos milhões de vidas perdidas, a ideia fazia sentido.

Mas, como quase tudo na vida, benefícios não vêm desacompanhados de custos. Não adianta fingir que eles não existem ou que são irrelevantes no grande esquema das coisas. O que soa civilizatório e politicamente correto pode não ser sustentável. Integração é bom, só que precisa ser pensada com cuidado. É ruim ter a sogra morando em outro país, por exemplo. Mas ela se mudar para a casa ao lado pode ser ruim também.

Incrementar os laços de comércio é uma ótima ideia. Mas por que adotar uma moeda única se os ciclos econômicos dos países diferem tanto? A união nesse caso desfaz a força. Até ontem eu gostava do meu vizinho, mas agora ele pressiona o banco central comum por juros mais baixos, justamente no momento em que a inflação está subindo! Maldito vizinho que só olha para seu próprio umbigo! E o vizinho do outro lado se abarrotou de empréstimos e também quer juros menores. Isso vai terminar é em porrada!

Não seria melhor cada um ficar com seu banco central para atender às suas necessidades mais prementes? Bom, essa ideia agora já era. Desfazer uma união monetária é muitíssimo custoso. Mas isso não significa que a Europa, para sair da crise, precise de ainda mais integração como propõem estes economistas (clique para ler).

Países diferentes têm necessidades diferentes, preferências diferentes, arranjos institucionais diferentes! Trabalhar junto em questões como imigração, poluição, combate à lavagem de dinheiro etc é uma coisa. Querer criar um Ministério da Economia para o continente europeu, com poder de meter o bedelho no orçamento da Irlanda e da República Checa é outra.

Esse papo de União Fiscal é muito perigoso politicamente: açula desnecessariamente ódios e ressentimentos e aumenta, em vez de diminuir, o potencial de conflito. Já imaginou um ministro das finanças da Europa nascido na Grécia mandando a Alemanha gastar mais para ajudar o continente a sair da recessão? Que tal, hein? Vai promover a união dos povos esse ministério das finanças europeu?

Não esqueçamos que Le Pen levou 30% dos votos no segundo turno das eleições francesas. Isso, sem apoio de nenhum outro partido político. Para conter a onda xenofóbica na Europa, é preciso usar um pouco de racionalidade e ver que integração demais pode terminar mal – como acontece com quem exagera na feijoada.

Um só Ministério da Economia para toda a Europa?

A Europa fez um baita esforço de união depois da Segunda Guerra Mundial. Um continente com laços internos mais fortes diminuiria a chance de um novo conflito devastador. Depois de duas guerras dramáticas e de muitos milhões de vidas perdidas, a ideia fazia sentido. Mas, como quase tudo na vida, benefícios não vêm desacompanhados de custos. Não adianta fingir que eles não existem ou que são irrelevantes no grande esquema das coisas. O que soa civilizatório e politicamente correto pode não ser sustentável. Integração é bom, só que precisa ser pensada com cuidado. É ruim ter a sogra morando em outro país, por exemplo. Mas ela se mudar para a casa ao lado pode ser ruim também. Incrementar os laços de comércio é uma ótima ideia. Mas por que adotar uma moeda única se os ciclos econômicos dos países diferem tanto? A união nesse caso desfaz a força. Até ontem eu gostava do meu vizinho, mas agora ele pressiona o banco central comum por juros mais baixos, justamente no momento em que a inflação está subindo! Maldito vizinho que só olha para seu próprio umbigo! E o vizinho do outro lado se abarrotou de empréstimos e também quer juros menores. Isso vai terminar é em porrada! Não seria melhor cada um ficar com seu banco central para atender às suas necessidades mais prementes? Bom, essa ideia agora já era. Desfazer uma união monetária é muitíssimo custoso. Mas isso não significa que a Europa, para sair da crise, precise de ainda mais integração como propõem estes economistas (clique para ler). Países diferentes têm necessidades diferentes, preferências diferentes, arranjos institucionais diferentes! Trabalhar junto em questões como imigração, poluição, combate à lavagem de dinheiro etc é uma coisa. Querer criar um Ministério da Economia para o continente europeu, com poder de meter o bedelho no orçamento da Irlanda e da República Checa é outra. Esse papo de União Fiscal é muito perigoso politicamente: açula desnecessariamente ódios e ressentimentos e aumenta, em vez de diminuir, o potencial de conflito. Já imaginou um ministro das finanças da Europa nascido na Grécia mandando a Alemanha gastar mais para ajudar o continente a sair da recessão? Que tal, hein? Vai promover a união dos povos esse ministério das finanças europeu? Não esqueçamos que Le Pen levou 30% dos votos no segundo turno das eleições francesas. Isso, sem apoio de nenhum outro partido político. Para conter a onda xenofóbica na Europa, é preciso usar um pouco de racionalidade e ver que integração demais pode terminar mal – como acontece com quem exagera na feijoada.
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