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Que tal ganhar dinheiro trabalhando de casa, sem chefe, sendo dono do seu próprio horário e fazendo um trabalho high-tech, no computador, ligado ao mercado financeiro? Para muita gente essa ideia soa bem atraente.

Esse provavelmente é o sonho de quem tenta viver de day-trading na Bolsa de Valores. Day-trading é a atividade de comprar e vender o mesmo ativo financeiro (geralmente um contrato futuro) no mesmo dia, na mesma quantidade. O day-trader lucra quando seu preço médio de venda é maior do que seu preço médio de compra, descontando-se os custos de operação. Trocando em miúdos, ele tem que ser esperto o suficiente para comprar barato e vender caro ao longo do dia.

A quantidade de cursos on-line destinados a quem quer viver de day-trading só aumenta. E o público é bem diverso. Vai de estudantes a aposentados, passando por médicos e auxiliares de escritório. Essas informações vêm de uma pesquisa da FGV feita em conjunto com a CVM (Comissão de Valores Imobiliários, o regulador do mercado financeiro) intitulada “É possível viver de day-trading?”. De fato, o número de procuras no Google pelo termo day trade a partir de computadores localizados no Brasil vem aumentando muito, como mostra a figura abaixo, retirada da ferramenta Google Trends.



À primeira vista, soa muito estranho que uma pessoa que faça um curso on-line consiga tirar dinheiro de maneira consistente do mercado financeiro. Nada contra cursos on-line. O problema é que o mercado financeiro é um lugar habitado por grandes instituições que investem bilhões e bilhões a fim de descobrir a melhor forma de investir. Será mesmo possível que um médico, um aposentado, um estudante, um auxiliar de escritório, depois do seu curso on-line, consigam enfrentar esses gigantes de igual para igual? À primeira vista, é muito improvável. E, como mostrou a pesquisa da FGV, à segunda vista também.

O estudo acompanhou todos os indivíduos que tentaram fazer day-trading por mais de 300 dias entre 2012 e 2017 e encontrou resultados muito ruins. Enquanto 90% dessas pessoas perderam dinheiro, apenas 1% conseguiu ganhar mais do que um motorista de aplicativo. E isso sendo otimista... O estudo não considerou nenhum custo que os day-traders tiveram com cursos, plataformas de trade e imposto de renda.

Ou seja, se você decidir que vai tentar virar day-trader profissional, com mais de 90% de chance, você vai perder dinheiro. Na verdade, não vai perder só dinheiro. Vai perder dinheiro e tempo que poderia ser investido em outra coisa melhor. Mas, no caso de você levar muito jeito para a coisa e conseguir ficar entre os 10% melhores, você muito provavelmente (com 90% de chance, novamente) vai ganhar menos que um motorista de aplicativo.

A conclusão desses números é claríssima. Se você, leitor, está pensando em fazer um curso de day-trade para entender mais do mercado, acompanhar o mundo das ações um pouco mais de perto, brincar um pouco com as ferramentas de trade, enfim, se divertir, legal. Tome cuidado para não perder muito dinheiro e vá se divertir nas horas vagas. Agora, qualquer coisa fora disso é descabida. Imaginar que, com alguma probabilidade razoável, vai dar para construir uma carreira vencedora de day-trader  é ilusão.

COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE S.PAULO

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Viver de day trade

Que tal ganhar dinheiro trabalhando de casa, sem chefe, sendo dono do seu próprio horário e fazendo um trabalho high-tech, no computador, ligado ao mercado financeiro? Para muita gente essa ideia soa bem atraente. Esse provavelmente é o sonho de quem tenta viver de day-trading na Bolsa de Valores. Day-trading é a atividade de comprar e vender o mesmo ativo financeiro (geralmente um contrato futuro) no mesmo dia, na mesma quantidade. O day-trader lucra quando seu preço médio de venda é maior do que seu preço médio de compra, descontando-se os custos de operação. Trocando em miúdos, ele tem que ser esperto o suficiente para comprar barato e vender caro ao longo do dia. A quantidade de cursos on-line destinados a quem quer viver de day-trading só aumenta. E o público é bem diverso. Vai de estudantes a aposentados, passando por médicos e auxiliares de escritório. Essas informações vêm de uma pesquisa da FGV feita em conjunto com a CVM (Comissão de Valores Imobiliários, o regulador do mercado financeiro) intitulada “É possível viver de day-trading?”. De fato, o número de procuras no Google pelo termo day trade a partir de computadores localizados no Brasil vem aumentando muito, como mostra a figura abaixo, retirada da ferramenta Google Trends. À primeira vista, soa muito estranho que uma pessoa que faça um curso on-line consiga tirar dinheiro de maneira consistente do mercado financeiro. Nada contra cursos on-line. O problema é que o mercado financeiro é um lugar habitado por grandes instituições que investem bilhões e bilhões a fim de descobrir a melhor forma de investir. Será mesmo possível que um médico, um aposentado, um estudante, um auxiliar de escritório, depois do seu curso on-line, consigam enfrentar esses gigantes de igual para igual? À primeira vista, é muito improvável. E, como mostrou a pesquisa da FGV, à segunda vista também. O estudo acompanhou todos os indivíduos que tentaram fazer day-trading por mais de 300 dias entre 2012 e 2017 e encontrou resultados muito ruins. Enquanto 90% dessas pessoas perderam dinheiro, apenas 1% conseguiu ganhar mais do que um motorista de aplicativo. E isso sendo otimista... O estudo não considerou nenhum custo que os day-traders tiveram com cursos, plataformas de trade e imposto de renda. Ou seja, se você decidir que vai tentar virar day-trader profissional, com mais de 90% de chance, você vai perder dinheiro. Na verdade, não vai perder só dinheiro. Vai perder dinheiro e tempo que poderia ser investido em outra coisa melhor. Mas, no caso de você levar muito jeito para a coisa e conseguir ficar entre os 10% melhores, você muito provavelmente (com 90% de chance, novamente) vai ganhar menos que um motorista de aplicativo. A conclusão desses números é claríssima. Se você, leitor, está pensando em fazer um curso de day-trade para entender mais do mercado, acompanhar o mundo das ações um pouco mais de perto, brincar um pouco com as ferramentas de trade, enfim, se divertir, legal. Tome cuidado para não perder muito dinheiro e vá se divertir nas horas vagas. Agora, qualquer coisa fora disso é descabida. Imaginar que, com alguma probabilidade razoável, vai dar para construir uma carreira vencedora de day-trader  é ilusão. COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE S.PAULO Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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